19/10/2009

Debulho de Sável- texto a concurso

Queridos amigos e leitores,
Pela segunda vez tenho a concurso um texto, em representação do Blogue Sempre Jovens. O dito concurso é promovido pelo Blogue Aldeia da minha vida.
Desta vez o tema é Na Minha Terra Come-se Bem, tendo eu escolhido um prato tipicamente Cerveirense, terra que habito e onde se come o famoso Debulho de Sável. Refiro que este prato não é confeccionado em mais lugar algum, a não ser em Vila Nova de Cerveira, Caminha e Vila Praia de Âncora.

O meu texto será publicado no próximo dia 20, data a partir da qual eu solicito que visitem o Blogue Aldeia da Minha Vida (link supra citado) e se acharem que o meu texto tem mérito, peço-vos que votem e que comentem sobre o mesmo.
Desta vez não é só o voto que conta, mas também o número de comentários, para além da avaliação final do júri.
Lembro que muitos de vocês já votaram em mim no mês passado levando-me à vitória, o que muito agradeço.
Nota importante:
Podem começar a comentar a partir de amanhã, mas o voto só poderá ser feito do dia 28 a 31 do corrente mês.
Para facilitar está no Blogue, do lado direito, um dístico, que ao clicar vos leva directamente ao Blogue em questão. A partir de amanhã, dia 20, procurem o texto - Debulho de Sável de Fernanda Ferreira e comentem, por favor.
Brevemente substituirei o dístico actual por o Vote em mim, nessa altura dar-vos-ei mais indicações.

Vou transcrever aqui o texto exactamente como irá sair, para que possam lê-lo antecipadamente e assim façam já uma avaliação prévia.

Com a chegada da Primavera, dá-se a aparição do SÁVEL. Desde tempos remotos que o sável se pesca nas águas do Rio Minho.
Em Cerveira, os homens pescavam o sável e as mulheres encarregavam-se de o vender, indo muitas das vezes de porta em porta vendê-lo às postas. Como na maioria das vezes os compradores só queriam as postas maiores, elas ficavam com as partes mais fracas do sável que eram a cabeça, o rabo, as ovas e as postas pequenas. Assim surgiu o saboroso Debulho de Sável.

Debulho:Preparação

O sável deve ser bem escamado e limpo. Em seguida, corta-se a cabeça e o deguladouro (posta junta à cabeça). Tiram-se as ovas e aproveita-se todo o sangue possível, com a ajuda de vinho verde tinto e um pouquinho de vinagre, o qual irá servir para a calda.
Cortam-se também, o rabo e as postas mais pequenas.
Temperam-se estas partes com sal, salsa, louro, pimenta, e cobre-se com vinho verde tinto. Deixa-se marinar durante umas horas, tempo que se reserva para fazer o arroz.
As restantes postas são cortadas muito fininhas para que não se sintam as espinhas após a fritura, preferencialmete feita em banha.
Num tacho, pica-se uma cebola grande e deita-se um pouco de azeite, vai ao lume e logo que a cebola esteja estalada, deita-se o debulho e a respectiva calda.
Cozido o peixe, retira-se para um recipiente ao lado ao qual se tiram todas as espinhas (tarefa árdua, mas essencial). À calda inicial, junta-se a água necessária para cozer o arroz. Assim que esteja cozido, junta-se o debulho e rectificam-se os temperos.
Servir malandrinho.

Acompanha-se com as postinhas do sável frito.

A gastronomia minhota é riquíssima e, se tem dúvidas, veja em Gastronomia outras receitas, e também mais aqui ou ainda aqui.
Se procura um restaurante de eleição leia este meu texto
Panorama Melgaço.

GUARDEM OS VOSSOS COMENTÁRIOS PARA O BLOGUE A ALDEIA DA MINHA VIDA.
Fernanda Ferreira

6 comentários:

A. João Soares disse...

Querida Amiga Ná,

Não estou a ser levado pela amizade, mas pelo apreço que este trabalho me merece.
A bacia do Rio Minho, no extremo norte de Portugal, tem ficado afastada dos meus circuitos familiares, profissionais e turísticos regulares e nada conheço do «debulho de sável». Mas esta pormenorizada descrição feita de forma muito apelativa por uma autora com capacidades já conhecidas, suscita-me duas reflexões:

- a primeira é sobre o seu amor à terra em que vive, que traduz, entre outras coisas, pela divulgação das suas maravilhas naturais, arqueológicas, históricas e gastronómicas;

- a segunda reflexão refere-se a mim, que tenho de calçar uns sapatinhos cómodos, pegar num bordão e pôr-me a caminho para saborear a boa gastronomia minhota.

Assim, com a qualidade deste eficiente marketing turístico e gastronómico, efectuado pela Fernanda se chamam os visitantes que têm andado distraídos. Vou rever as minhas prioridades de passeios e de gastronomias!

Muitos parabéns à Fernanda Ferreira por esta dedicação muito bairrista e de muito nível.
Ah! Esquecia-me de que este comentário pode servir para a ajudar a obter um prémio. Certamente estou a prejudicá-la pela extensão. Se assim for, peço desculpa, mas a qualidade do trabalho merece rasgados elogios.

Beijos
João

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querido amigo João,

Muito obrigada, é muito querido mesmo, um ser ímpar, muitíssimo especial.

Este seu fabuloso comentário pode e deve ser colocado na Aldeia da minha Vida onde o meu texto (este mesmo) estará a concurso a partir de hoje, pelo menos assim está agendado.
Lá pode comentar as vezes que entender e ocupar o espaço que desejar.Quantos mais comentários melhor.
Votar só UMA VEZ cada pessoa, e só do dia 28 a 31.

Já recebi mais e-mails com dúvidas, a amiga Celle já tentou comentar ontem.

Foi bom este seu comentário que me levou às lágrimas, mas também serviu para dar mais umas explicações.

Mais uma vez obrigada por tudo.
Beijão,

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querido João,

Venho agora da Aldeia, devia ter começado por lá, mas sempre venho por aqui primeiro, porque será???

Já lá está o seu comentário, bem como mais cinco. Muito obrigada a todos os que já o fizeram, não se esqueçam que nos links há mais receitas que podem ser comentadas, e que podem comentar as vezez que entenderam.

Beijinhos

Luis disse...

Querida NÁ,
Como referiu este prato nasceu do aproveitamento dos "restos"! E que bom aproveitamento é ele que se tornou um manjar muito apreciado. A qualidade do "pitéu" é que o tornou conhecido e fez dele uma especialidade!
A NÁ como boa apreciadora conseguiu apresentar-nos este prato de uma forma tal que estamos todos à espera de o poder provar...
A descrição está tão bem pormenorizada que permite quase saboreá-lo só de a ler!
O seu Amor ao Minho é uma realidade que se sente em cada uma das suas palavras, no que é acompanhada felizmente pelos seus familiares. Como anteriormente já lhe tinha dito tem uma família admirável e que a acompanha em todas as suas acções. Ficámos agora a saber que o Pedro até nestas andanças da cozinha a acompanha e bem!
A sua Felicidade é merecida e muito por si vivida.
Parabéns
Este é o meu comentário que já está no blogue A Aldeia da minha Vida.

Unknown disse...

Amiga Ná,
Já comentei este post no "Aldeia da Minha Vida, por isso hoje digo-te só que dia 28 lá estarei para votar. Já anotei no calendário do pc, pois sou muito esquecida e assim lembro-me de certeza.

Beijinhos,
Ana Martins

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Obrigada amigos,

Tenho estado atenta a todos os comentários.
Agradeço do coração.
Beijos a todos.