Só isenção fiscal iria aumentar as vendas de automóveis
JN. 091007. Fernando Basto
Entrega de carros para abate diminuiu desde Agosto, apesar dos incentivos. Os novos incentivos ao abate de carros usados, em vigor desde Agosto, não estão a ser suficientes para pôr fim à crise no sector automóvel. A isenção de impostos durante dois anos continua a ser a reivindicação das empresas.
"A ganância de obter dinheiro de imediato por parte do Governo é que está a impedir a recuperação do sector automóvel". É assim que Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), comenta a falta de uma verdadeira inversão na venda de veículos novos. Acredita-se que 2009 feche com uma queda superior a 30% em relação ao ano passado.
Com efeito, para o presidente do ACP, os novos incentivos concedidos ao abate de veículos usados - e que se encontram em vigor desde 8 de Agosto - "não vieram dar o impulso às vendas que o sector automóvel precisa e há muito reivindica".
(Para ler mais faça clique aqui)
NOTA: O que chamam «crise no sector automóvel»? Uma diminuição de vendas de carros novos? Uma diminuição de abate de carros ainda em bom estado? Será que não vêem que esse abate só serve para aumentar o negócio dos grandes grupos de importadores e vendedores?
Acabar com essa dita «crise» não pode ser um objectivo nacional, mas apenas um proteccionismo aos importadores e vendedores de automóveis novos. De tais apoios a esses magnatas resulta prejuízo para o País que aumenta a dívida externa com mais importações, prejuízo para as pessoas que deixam de utilizar o carro enquanto pode funcionar com segurança e rentabilidade, prejuízo para os vendedores de peças e para as oficinas de manutenção e reparação. Quantos mecânicos de pequenas oficinas, por todo o país ficarão sem emprego?
E, quando se fala que a crise alertou para a necessidade de combater o consumismo, avançam em sentido contrário com esta medida que serve para o incentivar.
Será bom que os governantes não se debrucem apenas na defesa dos banqueiros e dos grandes importadores e representantes das marcas de automóveis. O bom povo deve ser ensinado a gerir os seus interesses e resistir aos apelos de vozes exploradoras das suas poupanças e dos dinheiros dos impostos. Os governantes devem conhecer melhor as realidades dos portugueses em geral e não se limitarem a dar ouvidos às sanguessugas capitalistas.
Será que Portugal tem necessidade de mais automóveis? Será que pretendem que haja mais do que um carro por pessoa?
Haja senso. Pense-se no nível de vida da maior parte dos portugueses.
JN. 091007. Fernando Basto
Entrega de carros para abate diminuiu desde Agosto, apesar dos incentivos. Os novos incentivos ao abate de carros usados, em vigor desde Agosto, não estão a ser suficientes para pôr fim à crise no sector automóvel. A isenção de impostos durante dois anos continua a ser a reivindicação das empresas.
"A ganância de obter dinheiro de imediato por parte do Governo é que está a impedir a recuperação do sector automóvel". É assim que Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), comenta a falta de uma verdadeira inversão na venda de veículos novos. Acredita-se que 2009 feche com uma queda superior a 30% em relação ao ano passado.
Com efeito, para o presidente do ACP, os novos incentivos concedidos ao abate de veículos usados - e que se encontram em vigor desde 8 de Agosto - "não vieram dar o impulso às vendas que o sector automóvel precisa e há muito reivindica".
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NOTA: O que chamam «crise no sector automóvel»? Uma diminuição de vendas de carros novos? Uma diminuição de abate de carros ainda em bom estado? Será que não vêem que esse abate só serve para aumentar o negócio dos grandes grupos de importadores e vendedores?
Acabar com essa dita «crise» não pode ser um objectivo nacional, mas apenas um proteccionismo aos importadores e vendedores de automóveis novos. De tais apoios a esses magnatas resulta prejuízo para o País que aumenta a dívida externa com mais importações, prejuízo para as pessoas que deixam de utilizar o carro enquanto pode funcionar com segurança e rentabilidade, prejuízo para os vendedores de peças e para as oficinas de manutenção e reparação. Quantos mecânicos de pequenas oficinas, por todo o país ficarão sem emprego?
E, quando se fala que a crise alertou para a necessidade de combater o consumismo, avançam em sentido contrário com esta medida que serve para o incentivar.
Será bom que os governantes não se debrucem apenas na defesa dos banqueiros e dos grandes importadores e representantes das marcas de automóveis. O bom povo deve ser ensinado a gerir os seus interesses e resistir aos apelos de vozes exploradoras das suas poupanças e dos dinheiros dos impostos. Os governantes devem conhecer melhor as realidades dos portugueses em geral e não se limitarem a dar ouvidos às sanguessugas capitalistas.
Será que Portugal tem necessidade de mais automóveis? Será que pretendem que haja mais do que um carro por pessoa?
Haja senso. Pense-se no nível de vida da maior parte dos portugueses.
6 comentários:
Caro João,
Tens toda a razão pois estas medidas em nada ajudam o português médio quanto mais o zé povo. Isto só serve as grandes multinacionais sempre numa óptica de globalidade, pois as ordens vêm de fora (clube bidelberg & compª). O que interessa é dar vida aos magnates ligados a essas empresas. E os Zés de todo o mundo que se avenham com as suas dificuldades, pois o mar quando bate na rocha quem se "lixa" é o mexilhão!
Um abraço amigo e solidário.
Querido amigo João,
Não lhe adicionaria nem mais uma vírgula. Análise perfeita de uma situação incrível.
De tudo o que diz, o que eu gostaria de reforçar é essa ideia de que não são necessários tantos carros, um carro por habitante é um absurdo, dois seria um ultraje, para não mencionar o CO2 e as suas altamente nefastas consequências para o ambiente.
Como diz e muito bem, a chamada crise no sector automóvel é só e apenas um proteccionismo aos importadores e vendedores de automóveis novos.
Beijos
Ná
Caro João,
mas é claro que os governantes não conhecem a realidade da maioria dos portugueses, eles não sabem o que é viver com o salário mínimo nacional, eles nem sonham o que é fazer contas e mais contas para que os míseros euritos que muitas famílias têm por mês cheguem para fazer face à vida.
E depois vem-se falar da crise no sector automóvel e incentivar ao abate de veículos ainda em bom estado. O povo português começa a não conseguir comprar um carro usado e ainda vêm falar de novos... Francamente eu acho isto um verdadeiro atentado à pobreza.
Beijinhos,
Ana Martins
Caros Luís, Ná e Ana,
É chocante saber o que se passa por detrás das aparências do Poder. è claro que os governantes e os que têm poder de decisão ou de influência não podem saber tudo e são levados a concentrar-se naquilo de onde lhes pode vir vantagem pessoal. É um erro humano.
E há autênticos lóbis a aproveitarem-se dessa debilidade. O ACP, sempre foi um lóbi ao serviço dos grandes capitalistas do comércio automóvel já no tempo em que César Torres era o presidente do ACP, eram frequentes as idas ao Comando Geral da GNR bater na tecla de que os acidentes eram devidos ao facto de o parque automóvel estar muito velho e ser necessário renová-lo. Daí veio uma repressão mais dirigida para esse aspecto, os carros com deficiências eram retirados da circulação, apareceu a inspecção obrigatória, agora anual, para os carros mais idosos.
E qual foi o resultado: Hoje apesar das boas estradas, os acidentes continuam numerosos, cada vez mais mortíferos, com carros novos de grande cilindrada e muito boas condições de segurança.
Com tais pressões para aumentar o negócio dos tubarões do ramo, fizeram esquecer que para evitar ou reduzir os acidentes devia ter sido exercido esforço na mentalização e preparação das pessoas. Os acidentes, na grande maioria, devem-se a erros humanos.
O actual presidente do ACP é um obcecado nesse papel de lóbi do sector. Quando fala da reabilitação de Lisboa só fala nas facilidades para os automóveis poderem atravessar a cidade com rapidez e terem bons parques de estacionamento; não fala das pessoas e até é contra as bicicletas na cidade.
Ele está no papel do seu interesse e dos seus amigos. O que é importante é que os governantes e autarcas tenham a sensatez de não irem cegamente em tal cantiga e analisem os problemas com realismo, justiça social e olhando para os verdadeiros interesses nacionais, de todos os portugueses e não apenas daqueles que fazem fortuna explorando a distracção e indiferença de inocentes.
Abraços
João
Meu caro amigo João Soares,
Acabei de ler este texto sobre mais um escandalo e fico a (re)pensar nas inúmeros coisas que me dão volta ao estômago, farta que estou de ver que no nosso País há um sistema que continua a deixar que certos organismos, ao invés de filtrarem a nomeação de reais incompetentes, gananciosos, emproados e corruptos, permite que sejam nomeados para cargos que requerem muita isenção, altruismo e competências adequadas, com profundo conhecimento das limitações que a dimensão do nosso País exige, indivíduos absolutamente interessados em que as coisas sigam na direcção que ELES - E NAO SÒ - pretendem que sigam. Foi um período longo, este aqui, mas estou com vontade de desabafar porque começamos a ficar cheios, por vermos que as coisas não mudam. Cada dia (quase diria meio-dia) sai mais um escandalo a público. Como dizia o nosso querido Solnado: Estou cá com uma raiva!!!
Maria Letra
Querida Amiga Mizita,
Numa época em que somos oprimidos por indivíduos ambiciosos, egoístas, sem grandes preocupações de ética, a população vale tanto para eles como as pedras da calçada para os pares de namorados, ou a relva dos estádios para os futebolistas. è ignorada a não ser quando dela podem retirar proveitos (impostos, consumo forçado, votos, silêncio conivente).
Os governantes e autarcas deviam exercer um papel equilibrador dos interesses de todos, mas dão prioridade aos amigos e aqueles que lhes podem retribuir com futuro emprego ou «atenções» actuais.
Fica a pergunta: Para onde está a descair Portugal? e a humanidade? O futuro apresenta-se com péssimas perspectivas para os vindouros.
Beijoa
João
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