30/06/2010

EUROPA, ao que chegámos…


Jovem perde direito ao Subsídio de Desemprego por recusar ser prostituta

Na Alemanha, onde a prostituição foi legalizada em 2002, Clare Chapman, de 25 anos, formada em tecnologias de Informação, pode ficar sem subsídio de desemprego depois de ter recusado um emprego que requeria prestação de “serviços sexuais” num bordel de Berlim.
O caso tornou-se publico através da edição online do Jornal Daily Telegraph, que explicou que com a legalização da prostituição, os donos dos bordéis - que são obrigados a pagar descontos e o seguro de saúde dos seus empregados - têm acesso às bases de dados oficiais das pessoas que andam à procura de trabalho.
Segundo a publicação britânica, Clare Chapman recebeu uma carta do Centro de Emprego a informar que havia um empregador com interesse no seu currículo, onde referenciava que já tinha trabalhado num Café e disponibilidade para trabalhar à noite.
A jovem alemã veio a descobrir que era para trabalhar num bordel. E como “não há nada, agora, na lei que evite que as mulheres sejam enviadas para a "indústria do sexo”, afirmação de Merchthild Garweg, um advogado de Hamburgo, este explicou ao Daily Telegraph que os “novos regulamentos” afirmam que trabalhar na “indústria do sexo” já não é imoral, e, portanto esses empregos não podem ser recusados sem que se perca o direito ao subsídio de desemprego.


Nota:
Era bem feito que tal tivesse acontecido com a filha ou com a mulher do legislador de tal enormidade!!!

29/06/2010

Venham todos!


Venham todos

Venham todos comigo
Semear neste país
Flores amarelas, vermelhas, azuis
Flores de todas as cores

Venham todos comigo
Varrer a dor deste país
A dor da perda do filho, do amigo, do irmão
A dor que arde, estala
Faz rebentar o coração

Venham todos comigo
Gritar a indignação neste país.
No povo que se levanta
Cada dia,
Todos os dias
Sem porto de abrigo,
Sem manta de regaço
Por um pedaço de pão

Venham todos comigo
Rasgar o silêncio neste país.
Levantar o véu dos humilhados
Deixar o sonho aos molhos
De uma juventude por acontecer

Venham todos comigo
Cantar a liberdade neste país
Dar largas ao pensamento
E com o vento
Estancar o sangue derramado
Nos lábios do poeta
Que por ser poeta
Desafia os senhores
A plantar flores neste país
Onde as fontes secaram
E os teu olhos bebem lágrimas de nostalgia
E as tuas mãos procuram
Na noite cratérica e fria
O sentido de viver.

Venham todos comigo
Pintar a lua deste país
Esgravatar na terra
Um naco de ternura,
Um braçado de coragem
Para aquecer nas veias
O fogo admirável da esperança
Que urge acontecer

Venham todos comigo!
Venham todos comigo!

Maria José Areal
in À Deriva
Fernanda Ferreira (Ná)

28/06/2010

Book - dispositivo sempre actual e útil



Não se trata de informação nova, mas convém nunca a esquecer nem desprezar. Algum dia imaginou todas estas potencialidades e as comparou com outros meios ditos mais sofisticados?

Casamento - Entendimento

Na minha humilde tentativa de decifrar os decorrentes problemas do casamento, como o meu, o seu, o nosso e até de quem ainda não se casou, enxergo que o pai de todos os pepinos que aparecem ingratamente, durante as passagens na vida a dois, é a competitividade entre ambos.
Como é stressante! Às vezes, parece que a minha fêmea sente prazer nisso tudo, principalmente naqueles dias em que ela está mais fêmea do que o normal, os dias da famosa e chata TPM. Você entende-me. Ela implica com tudo, aborrece-se por nada e sobra tempo ainda para chorar.

Essa situação, às vezes, parece durar uma eternidade, mesmo sabendo que passará logo. Afinal, aquela mulher não é qualquer uma, é a mulher que me ama mesmo sabendo que eu tenho inúmeros defeitos, assim como ela.

Pois é, é aí que entra a competição. Entramos no ringue... de um lado ela, a mis TPM, cheia da razão, com argumentos sentimentais e chantagens das mais pesadas possíveis, capazes de derrubar qualquer brutamonte.

Do outro, eu, o macho confuso, cheio de esquecimento, com uma tentativa de superação enorme, porém, falha. Dou alfinetadas no momento de fazer silêncio, sem nenhum pingo de saco para tudo isso. A guerra começa diante do tema: “vamos discutir a relação”.

Daí pra frente, meu caro, tudo que não se deve falar a uma mulher, eu falo, tudo o que eu não gostaria de ouvir, eu ouço. E, então nós estamos à beira do precipício, prontos a jogarmos-nos de lá de cima. Como fugir dessa situação? Como nunca entrar numa dessas?

Aposto que essas perguntas você também se faz toda vez que se vê diante desse abacaxi. Não me iludo.

Deixar de entrar numa confusão dessas é a mesma coisa de deixar de entrar numa banca quando vejo o pôster da Juliana Paes, como veio ao mundo. (risos) Agora, sair dela é tão fácil que, você meu amigo, vai se odiar por nunca ter tentado fazer antes.

Primeiro, antes que tudo comece, cubro-a de atenção e busco lá do fundo do baú, toda a paciência esquecida.

E, que tal eu hoje ir para cozinha? Preparar um almoço gostoso, daqueles que encantam uma mulher mesmo naqueles dias. Aliás, precisamos admitir que ser mulher é tão complicado quanto um quebra - cabeças de 800 peças ou um labirinto com 300 alternativas, mas com apenas uma saída. Nada mais justo que cooperar com a amada, em um dia que para ela, tudo o que é pequeno se torna gigantesco. Concluindo, nós homens maduros e modernos, podemos virar a mesa da melhor maneira possível, aproximando-nos. Podemos colocar fé que teremos sucesso.

Eu acrecento, garantido.

Thais Ratti

Peço desculpa ao autor pela adaptação ao português de Portugal! Não levem a mal os brasileiros, mas o problema é só meu... chama-se "defeito de profissão".
Fernanda Ferreira (Ná)

26/06/2010

Arrozal com arte




Plantar arroz é fácil mas os japoneses inovaram o cultivo do arroz com arte da sabedoria oriental, simplesmente fantástico.
É impressionante a arte do cultivo que surgiu através dos campos de arroz no Japão - mas esta não é uma criação extraterrestre. Os desenhos foram habilmente semeados por agricultores.
Para a criação dos desenhos, os agricultores não usam tinta. Em vez disso, utilizam o cultivo de arroz de cores diferentes, que foram estrategicamente dispostos e plantados no campo de arroz irrigado.
Quando chega o verão e as plantas crescem, as ilustrações detalhadas começam a emergir.
Um guerreiro Sengoku em seu cavalo foi criado a partir de centenas de milhares de plantas de arroz.
As cores são criadas pelo uso de variedades diferentes. Esta foto foi tirada em Inakadate-Japão.
Napoleão em seu cavalo pode ser visto de avião. Foi plantado com precisão e planeado durante meses pelos agricultores locais.
Personagens da ficção: o Guerreiro e sua esposa, dão vida a séries de televisão.
Este ano, várias obras de arte apareceram em arrozais de outras zonas agrícolas neste país, como a imagem de Doraemon e Cervos Dançantes.
Os agricultores delineiam os contornos utilizando o arrozeiro roxo e amarelo Kodaimai junto com suas folhas verdes de Tsugaru, uma variedade romana, para criar estes padrões de cor a tempo, entre o plantio e a colheita em Setembro.
Deste nível do solo, não é possível visualizar os desenhos.
Os espectadores têm que subir na torre de castelo do município para obter uma visão ampla da obra.
Aproximando a imagem, pode-se ver o cuidado que tiveram ao plantarem milhares de pés de arroz.
Esta arte foi iniciada em 1993 como um projecto de revitalização local, uma ideia que surgiu em reuniões dos comités de associações locais.
As diferentes variedades de arroz crescem juntas das outras para criarem obras magistrais.
Nos primeiros nove anos, os trabalhadores destes municípios juntamente com os agricultores locais ampliaram um desenho simples do Monte Iwaki a cada ano. Mas as suas ideias foram-se tornando mais complexas e atraíam mais e mais atenção.
Em 2005, os acordos entre proprietários de terras permitiram a criação de enormes espaços de arte com o seu cultivo de arroz.
Um ano depois, os organizadores começaram a utilizar computadores para desenhar com precisão cada parcela na plantação das quatro variedades de arroz de diferentes cores que dão vida às imagens.

Recebido por e-mail da amiga Celle, a quem agradeço a gentileza.

LÁGRIMA DE PRETA

Poema do meu Professor Rómulo de Carvalho

Do Blogue "NO LIVRO DA VIDA", da Amiga Sãozita

O QUE EU SEI...

Imagem da net


O que eu sei,
É da tez descuidada
Que esconde a maciez do sonho,
Do olhar fecundo
Que não entende e é surdo,
Da esperança calcorreada
Que segundo a segundo
Se dilui entre o nada
Perante o olhar do mundo.

O que eu sei,
É da vida e sobre a vida
Que no limiar da pobreza
Adormece cativa
Da dignidade que alberga.
E da parte da história
Que vejo não consigo
Alterar-lhe a trajectória...
Desenhar-lhe o sentido!



24/06/2010

25/06/2010

Conselhos sobre beleza!!!

Para ter lábios atraentes,
Fale só palavras amáveis.

Para olhos bonitos,
Procure o bom nas outras pessoas.

Para perder peso,
Livre-se do stress e da necessidade de controlar os outros.

Para fortalecer,
Oiça só palavras sensatas.
Toque alguém com o seu amor, e em vez de se centrar nos espinhos da vida
cheire as rosas e conte as suas alegrias.

Para a postura,
Caminhe com o conhecimento e a auto-estima.

Para fortalecer os braços,
Abrace pelo menos três pessoas por dia.

Para fortalecer o coração,
Perdoou-se a si próprio e aos outros.
Não se preocupe e não se precipite tanto, pelo contrário, caminhe neste Mundo calmamente... ciente de que deixa a sua marca.

Imagem da Net
Texto traduzido pela autora do post, do original publicado no Blog Diverse Texts and Stories.
Fernanda Ferreira (Ná)

24/06/2010

OS DEPUTADOS SÃO TODOS IGUAIS…


Não deixem de ver este vídeo . É de pasmar...

São João na Carvalha - Vila Nova de Cerveira




É a marcha da Carvalha
Esbelta vai a passar
Esbelta vai a passar.
Desfilando enfeitada
Com damas e os seus pares
Com damas e os seus pares
Tão bela assim não há
Oh, (meu) S. João Baptista, não há.

A Sueca já terminou
Às Damas nós vamos jogar,
S. João S. João, S. João
Dá-me inspiração
Para as conquistar.

Este tempo é de magia
É noite de S. João
É noite de S. João
Haja paz e alegria
Em todos os corações
Em todos os corações
Festa assim não há
Oh, (meu) S. João Baptista, não há.

A Sueca já terminou
Às Damas nós vamos jogar,
S. João S. João, S. João
Dá-me inspiração
Para as conquistar.

Marcha da Carvalha - Campos - V.N. de Cerveira 2010
Tema: O jogo das Cartas

Letra de Maria José Areal
Na foto (em primeiro plano) a nossa amiga Maria José que desfilou pela Marcha da Carvalha.

Fernanda Ferreira (Ná)

23/06/2010

MENSAGEM

Mensagem que dá para refletir!

NO SILÊNCIO...


Imagem da net


No silêncio das horas mal dormidas
E preenchendo os nódulos do vazio,
Banhei os sonhos e fantasias
Como quem se banha num rio.

Desfiz todas as frases feitas,
Não ensaio nem decoro respostas,
Quero-me solta como grãos de areia,
Genuína e serena como as encostas...

Sou apenas e simplesmente o que sou,
Sem arestas, sem pontas nem peias
E no silêncio que a noite criou
Senti-me assim como os grãos de areia...

Amanhã quero cantar outro dia,
Bem cedo, logo que o Sol acordar
E dizer com grande euforia
Eu nasci para te amar!




16/06/2010

22/06/2010

Conto do dia


Da erva à árvore

Eram dunas e dunas, a perder de vista. Montes de areia para o vento brincar...
Hoje, fazia uma duna maior aqui, amanhã apagava-a, para fazê-la mais além e, sempre segundo os seus caprichos, onde estavam montes, cavava vales, onde estavam vales, amoldava montes. O vento era uma vassoura enorme.
Cabeleiras dóceis de ervinhas rasteiras deixavam-se pentear, despentear, ao sabor do vento gigante. Ele é que mandava.

Uma delas, à beira de um tojo só picos, cresceu.
Delgadinha que era arriscou-se à vida. Rompera a areia e apontava para cima. Ela lá sabia.
De dentes a ranger, o vento passou. Partiu-se o tronquinho? Não se partiu. Fincava as raízes, segurava-se com toda a força e, quando o vento descia, inclinava-se à vontade dele. Tinha de ser assim.
Lá se foi aguentando. O vento, a princípio, nem dava por ela. Era uma erva como as outras. Senhor daquelas dunas, o que ele queria era disciplina, ordem, submissão. A erva, que erva afinal não era, submetia-se. Óptimo.
Foi crescendo e o vento sem dar por ela. Era um tronco já, uma arvorezinha de Natal para casa de bonecas. Outras ervinhas como, dantes, ela tinha sido, despontavam também, na mesma duna.

Ali havia uma pequena nação de pinheiros novos. A ordem era: persistir. Por enquanto, persistir. Resistir, seria para depois. E foram vingando.
Quando o vento deu por eles, teve uma grande cólera e soprou, dias a fio, sobre a duna, donde nascia, miudamente, frágil ainda, um sinal de rebeldia ao seu poder. Nada conseguiu. Os pinheiros sabiam que eram pinheiros.
Tinham raça e coragem para fazer frente ao vento.
Uns e outros, os maiores e os mais pequenos, começaram a olhar para a sombra.
Alastravam para outras dunas. Guerreiros chamavam por outros guerreiros e desafiavam o vento. “Nada podes contra nós”, gritavam-lhe.

O maior, o chefe, o mais velho, que da erva se fez tronco, do tronco se fez árvore, comandava a defesa e dizia aos mais novos, nas alturas em que o vento lhes fazia ranger os ramos: “Aguentem, que já passámos por pior”.
Eles aguentavam.
E foi assim que o vento, o gigante caprichoso que dantes arrasava dunas, teve de deixar de fazer castelos na areia.

António Torrado
Este é mais um dos deliciosos contos que recebo diariamente.
Gostei particularmente deste, embora o mesmo não corresponda exactamente ao conto do dia de hoje.
Espero que partilhem da minha opinião e que façam os vossos comentários quanto às lições a tirar...

21/06/2010

O golo do Ronaldo

O golo do Ronaldo contra a Coreia do Norte foi uma peça de circo. Está a correr mundo em vídeo. Deleite-se a apreciar este fenómeno.
Faça clic no nome do artista!

Entrelaçar



Amor chama flamejante, sagrada
Que arde eternamente, sem tino
Nada o ofusca, nem a alvorada
O faz alterar o seu destino.
Amor fala em tons meigos
Constantemente com carinho,
Amor dá de coração aberto
Desfaz medos, abre caminho.
Amores que nada pedem, só ternura
Não governam, não prendem, nem amarram
Amores que com suas mãos trémulas seguram
Corações que simplesmente se entrelaçam

Ná 15/07/2010

Óleo sobre cartão de 1999 da autora do post

Fernanda Ferreira (Ná)

20/06/2010

Stº.Antº. Val de Poldros (O Céu)

Desta vez cheguei lá.
Garanto-lhes que é uma aldeia portuguesa e as fotos foram tiradas hoje, 20Jun2010. As "ventoínhas" podem garantir.
Não vou falar da monumentalidade da serra, não os vou massacrar com filosofias baratas. As imagens falam por si, e, mais uma vez, não transmitem o sentir dos momentos que por lá passei.
Além dos seres vivos que aparecem nas fotos, não encontrei mais ninguém (visível), pelo que me atrevo a pensar que naquele Céu, os anjos são quadrúpedes. Ou, que aquela podia ter sido a aldeia onde viveu o "Fred flintstone". Desta vez fiquei sem café.
Roteiro-Campos,Valença, Monção, Valinha, Riba Mouro, Sto.Antº. Val Poldros, Soajo, Ponte Barca, A28, Valença.


J.Ferreira.

Rabu - Amor em Japonês

Os Japoneses são, por tradição e cultura, um povo contido no que respeita a exteriorização de emoções. Entre os samurais, havia um ditado que dizia que um guerreiro só devia permitir-se qualquer mostra de emoção uma vez em cada três anos. Nós, os Ocidentais, sobretudo os latinos, somos pródigos em manifestações de afecto. Beijos, abraços, palmadinhas nas costas e apertos de mão demorados, são um vocabulário gestual a anos luz de distância das conhecidas vénias Japonesas. Quando se tenta misturar os dois, a coisa nem sempre corre bem...


Nas ukiyo-e que exibiam o "mundo flutuante" de cortesãs e geishas, mesmo quando tomam uma forma explicitamente erótica (as shunga), raramente vemos o beijar retratado. De facto, parece que o toque sensual dos lábios, era uma das mais esotéricas técnicas nos manuais da geisha. Em 1930, quando houve uma proposta para que se exibisse em Tóquio a famosa estátua de Rodin - O Beijo - o facto desencadeou manifestações de protesto, e propostas para que se exibisse a escultura com as cabeças cobertas por um pano. Os corpos nús, não apresentavam qualquer problema. Era o beijo que não se enquadrava nas interacções humanas "normais". Por fim, o Rodin só foi mostrado depois da II Guerra Mundial, quando o primeiro beijo apareceu num filme Japonês.

E, se o beijo é uma manifestação do amor, em que ficamos quanto ao Cupido Japonês? Em 1915, T. H. Sanders, um ocidental em visita ao País do Sol Nascente, escreveu no seu livro "My Japanese Year": "O facto é que neste país, o Cupido passa um mau bocado, esta é uma terra desconhecida para ele. Olhares doces, dias de Primavera e noites de luar, deambulações junto ao mar, mão na mão, suspiros e confidências ternas, e todos os outros "ministros do amor", não têm lugar aqui."

Mas, nos finais do século XIX, os intelectuais Japoneses celebravam o conceito de rabu, a fonetização Japonesa da palavra love, uma vez que não dispunham dos sons "L" ou "V" (note-se que o R inicial não se pronuncia como em rato ou rolha, sendo antes um som entre o L e o R). A palavra tinha um brilho extra por conter uma emoção estrangeira algo exótica. O escritor Nagai Kafu, que passou toda a sua vida entre geishas e raparigas de bar (foto abaixo), e desceu ao túmulo com o nome duma geisha tatuado no corpo, escreveu que o momento mais transcendente da sua vida, aconteceu quando trocou algumas palavras com uma jovem Americana em Staten Island. Falaram de ópera, da irrelevância do casamento e da poesia do céu noturno, depois separaram-se com um suave aperto de mão. Love ou Rabu?

Em 1969, ainda podia ler-se, num dicionário de conversação Inglês-Japonês, sobre a palavra "love": "O casamento no Japão é geralmente arranjado pelos pais, e raramente o resultado dum amor mútuo. A língua Japonesa é, por isso, pobre em expressões de afecto (...)."


Referências: T.H.Sanders, My Japanese Year
John David Morley, Pictures From the Water Trade
Lesley Downer, Geisha - The Remarkable Truth Behind the Fiction

Por cortesia da amiga Margarida do Blog Banzai.


Na Casa do Rau

Pink Gloves Dance - um hospital EUA unido na causa do cancro‏

O clip mostra o pessoal deste hospital (Providence, St. Vicente Medical Center, Potland, Oregon, USA) dançando para a consciencialização do cancro de mama.
Eles vão receber uma grande doação da empresa que produz as luvas cor-de-rosa, quando o vídeo no You Tube for visto milhões de vezes.

Vejam o link e mantenham-no em circulação.

Não custa nada e sempre podem apreciar o filme.

19/06/2010

Arcos de Valdevez- exemplo a seguir!

Afinal ainda há alguém que se preocupa com o ambiente.
Este é um bom exemplo de Arcos de Valdevez.


Município de Arcos de Valdevez
NOTA PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL A/C REDACÇÃO
17Junho2010

Município de Arcos de Valdevez recolhe
Óleos alimentares usados
Depois da publicação do Decreto-Lei n.º 267/2009 (em vigor desde 01 de Novembro), efectuada de forma a garantir que todos os operadores contribuam para uma adequada gestão dos óleos alimentares usados, produzidos pelos sectores industrial, de hotelaria e restauração (HORECA) e doméstico, todos municípios passaram a ser responsáveis por promover e gerir redes de recolha selectiva municipal, nomeadamente para os óleos alimentares usados, gerados pelas actividades domésticas e de hotelaria / restauração, quando a produção diária total de óleo alimentar usado for inferior a 1.100 L,

Nesse sentido, o Município de Arcos de Valdevez estabeleceu um protocolo com a empresa "Paisagens a Óleo – Combustíveis Renováveis Unipessoal, Lda." cujo objectivo é o estabelecimento de uma parceria/delegação de competências, visando a recolha selectiva de óleos alimentares usados na área do concelho, sem custos para os produtores.

Para o efeito, o Município e a empresa autorizada para proceder à recolha deste óleo alimentar usado no Concelho de Arcos de Valdevez – Paisagens a Óleo – Combustíveis Renováveis Unipessoal, Lda. – disponibilizarão gratuitamente recipientes apropriados, onde deverão ser despejados os óleos alimentares usados, depois de arrefecidos e removidos possíveis restos de alimentos.

O responsável pelo estabelecimento está ainda obrigado a divulgar o encaminhamento dos óleos alimentares usados, devendo para o efeito ser afixado no estabelecimento um certificado emitido pelo município e empresa responsável pela sua recolha, sendo de salientar que o não encaminhamento dos óleos alimentares usados para os destinos adequados constitui contra-ordenação ambiental grave, nos termos da Lei-quadro das contra-ordenações ambientais (aprovada pela Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto).

O município colocará, de igual modo, oleões em vários pontos da Vila para a recolha de óleos alimentares de uso doméstico, por isso apela-se a toda a comunidade que, mal estes estejam disponíveis, os comecem utilizar.

Tenha presente que um litro de óleo alimentar usado, quando depositado num local errado (por exemplo no ralo da banca da cozinha), pode poluir de uma só vez milhares de litros de água. Os óleos alimentares usados podem ser valorizados em produtos como biodiesel e sabão, sendo por isso essencial proceder ao seu devido encaminhamento. Assim, para o bem do Ambiente não se esqueça de separar e encaminhar convenientemente os óleos alimentares usados.
José Ferreira
Assim é.

Feriados e pontes

A proposta de mexer nos feriados com argumentos que manipulam “os conceitos de produtividade e competitividade” está a confundir os opinadores. Se por um lado poderá ter vantagens no aumento de assiduidade ao trabalho, por outro contraria os hábitos da população o que pode significar perda de votos e este é um argumento muito forte para uso dos partidos.

Quanto á perda ou ganho de votos, tem-se notado que os partidos costumam decidir em favor dos piores defeitos da população muito avessa ao trabalho, ao rigor, à cultura, ao conhecimento, etc. Por isso, em tom irónico, há pouco mais de 20 meses apresentava uma sugestão que granjearia muitos votos!

Voltei a referir tal solução em 19 de Maio em Feriados mais «produtivos». Que tal, senhores políticos? Como encaram tal solução? Acham que o desenvolvimento se atrasaria muito mais com isso? Ou será que estão convencidos de que, uma vez por outra, devem olhar para os interesses nacionais? Agora parece que começa novamente a falar-se da Pátria!!!

Maestrina Joana Carneiro distinguida nos EUA

É sempre com prazer poder aqui publicar casos excepcionais que deixam bem vista a imagem de Portugal no Mundo. Esta notícia aparece de forma a realçar a excepcionalidade desta nossa artista.

Público. 19.06.2010. Por Lusa

Prémio Helen M. Thompson pelo seu "talento excepcional".

A maestrina Joana Carneiro, directora musical da Berkeley Simphony, nos Estados Unidos, recebeu o prémio Helen M. Thompson, pelo seu “talento excepcional”, mostrando-se “muito comovida” com a distinção, por ter sido atribuída “ao fim de tão pouco tempo”.

Em comunicado, a Liga das Orquestras Americanas, que atribuiu esta distinção, refere que o prémio “reconhece o empenho de Joana Carneiro em alargar a comunidade base da Berkeley Simphony e a tradição da orquestra, ao apresentar trabalhos de compositores do nosso tempo”.

Contactada pela Lusa, Joana Carneiro mostrou-se comovida com a distinção e empenhada em continuar o trabalho que tem desenvolvido: “É um prémio que me comove muito porque foi atribuído ao fim de muito pouco tempo à frente de uma orquestra americana e é um grande incentivo para nós continuarmos e continuarmos a sonhar muito alto em Berkeley.” (...)

Para ler a notícia completa faça clic no título da mesma. Se quiser saber mais acerca da nossa exímia maestrina, consulte os seguintes links:

18/06/2010

Faleceu José Saramago!


"O gosto pela vida é algo imprescindível para quem quer viver e ser feliz nessa vivência; a visão da morte, portanto, depende da visão da vida que temos; morrer não é o mesmo que experimentar a morte; além da separação entre matéria e alma, espírito e corpo, a morte é o ápice da realização do indivíduo, pois é somente nesse momento que ele se encontra por inteiro consigo mesmo."

Peço desde já desculpa pelo texto enorme que escolhi para homenagear um vulto da nossa cultura que faleceu hoje.
Para mim, José Saramago é o maior e o melhor escritor português deste século e sempre o será.
Escrevi e publiquei aqui, há pouco tempo, um texto sobre o Ensaio sobre a Cegueira
Se podes olhar Vê - Se podes ver Repara e tenho por ler, Caim.
Começei com o Evangelho Segundo Jesus Cristo e aprendi então a amar a sua escrita e a sua pessoa.
Hoje a sua morte só pode ter causado consternação em todos, não só portugueses, porque José Saramago é amado e reconhecido no Mundo inteiro. A mim causou-me uma dor imensa, intraduzível e inexplicável.
José Saramago viverá para sempre pela obra que lega à Humanidade.

Transcrevo integralmente, um artigo publicado há poucas horas por Ana Paula Homem, sabendo de antemão que todos os Blogues já o fizeram ou vão fazer, que a notícia está em todos os jornais e telejornais.
Para mim é importante que fique registado neste Blog a
sua passagem, a última, embora muito ainda se escreverá sobre José Saramago.

"O Prémio Nobel da Literatura morreu hoje, aos 87 anos, na sua casa de Lanzarote, vítima de leucemia crónica. O corpo do escritor vai estar em câmara ardente na Biblioteca José Saramago, na localidade de Tías, na ilha de Lanzarote, a partir das 17 horas, hora de Lisboa.

Reuters
O escritor José Saramago, Prémio Nobel da Literatura, morreu hoje, na sua casa de Lanzarote, vítima de leucemia crónica, segundo informou fonte da família à agência espanhola Efe. Saramago morreu por volta das 12h45, quando se encontrava na companhia da mulher, Pilar del Río.

O escritor tinha passado uma noite tranquila. Depois de ter tomado o seu pequeno-almoço com normalidade e ter conversado com a sua mulher, começou a sentir-se mal e passado pouco tempo morreu, segundo explicaram à Efe as mesmas fontes.

José Saramago era a voz da gente anónima, simples, real, que se levanta na maioria das suas obras. Afinal, como escreveu no discurso de agradecimento do Nobel, "o homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever". Era o seu avô materno, Jerónimo Melrinho.

Nasceu no seio do povo, há 87 anos, e, apesar de conhecer as glórias do mundo, nunca renegou as origens. Era a voz da gente anónima, simples, real mesmo nas muitas incursões que faz pelo onírico que se levanta na maioria das suas obras. José Saramago nunca escondeu que detestava o lado vil da humanidade, mas amava profundamente o ser humano que não se perdeu dos valores fundamentais, e isso sente-se em cada livro seu, na forma como os seus protagonistas encerram quase sempre a sabedoria e a capacidade de transcenderem os mistérios da vida, adquirindo estatura de heróis no silêncio. Sobretudo as mulheres. Capazes de dar vida, de amar incondicionalmente, são sempre elas quem conhece o caminho da redenção e por ele conduzem os seus homens. É o caso de Maria Madalena, a mais pura de todas as pecadoras, em O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991), o seu livro mais polémico, ou da clarividente mulher do médico de Ensaio sobre a Cegueira (1995).

Mas é em Memorial do Convento, o livro que em 1982 o consagrou definitivamente como um nome grande das nossas letras, que Saramago concebe uma das mais belas figuras femininas da literatura universal: Blimunda.

Nome estranho, poético, inesquecível, o dessa mulher doce, serena, profundamente humana mas quase sobrenatural, que vê através dos outros mas que se preserva no pudor, não devassando a interioridade do seu amado Baltasar. Blimunda é de tal forma marcante que a adaptação de Memorial do Convento a ópera recebeu o seu nome.

Da importância das mulheres na vida do próprio Saramago, no entanto, pouco se sabe, pois o escritor evita referências tanto a Ilda Reis, com quem se casou aos 22 anos e mãe da sua única filha, Violante, nascida em 1947, como à escritora Isabel da Nóbrega, com quem manteve uma relação durante 20 anos.

Em contrapartida, e sobretudo nos últimos anos, o escritor parecia ter necessidade de espalhar aos quatro ventos a felicidade que vivia com a jornalista espanhola Pilar del Rio, que conheceu em 1986 e com quem se casou em 1988. Ao contrário de Blimunda, Pilar é um nome muito comum no país vizinho, mas com muito de simbólico: a jornalista foi, de facto, o pilar na vida do escritor, que aos 64 anos fazia todos os fins de semana, de autocarro, o caminho de Lisboa a Sevilha para se encontrar com ela. "Se tivesse morrido aos 63 anos, antes de a conhecer, morreria muito mais velho do que o serei quando chegar a minha hora", escreveu Saramago. Violante, a filha, confirma que Pilar "o tornou mais acessível, mais aberto, capaz de derramar os sentimentos e de abandonar a sua habitual atitude de defesa".

Inteligente, culta, serena e dona de um sorriso cativante, nos primeiros anos Pilar optou por um lugar à sombra.

Mas de repente, a 8 de Outubro de 1998, dia em que foi anunciado que Saramago era o Nobel da Literatura, viu-se atirada para a ribalta.Todos queriam saber mais sobre aquele homem e, como tal, sobre a sua mulher. Feliz por partilhar com ele esses momentos de festa, não se esquivou a fotos, entrevistas, câmaras de televisão, trocando gestos de ternura com o marido para o mundo que o aclamava ver. Mas também, como muitas das heroínas dos seus livros, ajudando-o a suportar o peso da responsabilidade.

José de Sousa Saramago nasceu a 16 de novembro de 1922, filho de José de Sousa, jornaleiro, e de Maria da Piedade, doméstica. Gente pobre, que foge à dureza da labuta no campo trocando a Azinhaga do Ribatejo natal por Lisboa, onde a vida em quartos alugados e águas-furtadas também não lhes sorri. José, que ficou filho único aos dois anos, quando Francisco, o irmão dois anos mais velho, morre de broncopneumonia, revelou desde cedo jeito para as letras, aprendendo a ler e a escrever com facilidade. Maria da Piedade, analfabeta, foi sensível a esse gosto do filho e aos 13 anos comprou-lhe o primeiro livro, O Mistério do Moinho, de J. Jefferson Farjeon.

Um ano antes, Saramago entrara para o Liceu Gil Vicente, mas, em 1934, devido às dificuldades económicas dos pais, muda-se para a Escola Industrial Afonso Domingues, onde, em 1939, acaba o curso de Serralharia Mecânica, que lhe vale o primeiro emprego nas oficinas do Hospital Civil de Lisboa. O trabalho braçal com que começa a garantir o seu sustento não lhe embota o desejo de aprender, e começa a frequentar, à noite, uma biblioteca, onde lê tudo o que pode.

E em 1942 José já ocupa um cargo nos serviços administrativos do Hospital, passando, no ano seguinte, para a Caixa de Abono de Família do Pessoal da Indústria da Cerâmica, que trocará pela Companhia de Seguros Previdente em 1950, três anos depois da publicação da sua primeira novela, Terra do Pecado. Em 1959 deixa os trabalhos administrativos, ocupando o lugar de editor literário na Editorial Estúdios Cor, onde já colaborava como produtor.

A partir daí, a sua atividade literária intensifica-se: colabora na revista Seara Nova, escreve crónicas para A Capital e o Jornal do Fundão e em 1972 entra como comentador político para o Diário de Lisboa, onde durante alguns meses coordena o suplemento cultural. Em abril de 1975 é nomeado diretor-adjunto do Diário de Notícias. Membro do Partido Comunista Português desde 1969, após o 25 de novembro é saneado, juntamente com grande parte da redação do DN. Na ocasião, sofre outro rude golpe, pois não recebe qualquer apoio do PCP, que o considera demasiado radical.

É quando fica desempregado que toma a decisão de se dedicar exclusivamente à escrita, garantindo, com traduções, um rendimento fixo.

Em 1976, e muito ao espírito pós revolução, Saramago muda-se para o Lavre, Montemor-o-Novo, onde convive intensamente com os trabalhadores da União Cooperativa de Produção Boa Esperança. Dessa experiência inesquecível nascerá o seu primeiro romance, Levantado do Chão, publicado em 1980, e onde se impõe com o seu estilo inovador, inconfundível e nem sempre bem digerido, mas que lhe vale o Prémio Cidade de Lisboa. Memorial do Convento vem confirmar um Saramago profundamente erudito, mas sempre próximo das origens, crítico de costumes, irónico e mordaz, mas capaz de lirismos comoventes, hiper-realista, mas sempre com um pé no realismo fantástico.

E disso é feita toda a sua ficção, que, além dos aclamados romances (da lista constam ainda O Ano da Morte de Ricardo Reis, A Jangada de Pedra, História do Cerco de Lisboa, Terra do Pecado e O Homem Duplicado), traduzidos um pouco por todo o mundo, inclui contos, novelas e várias peças de teatro, entre elas In Nomine Dei, para a qual Azio Corghi compôs um libreto para ópera, que, com o título Divara, se estreou em Münster, na Alemanha, em 1993.

Distinguida com alguns dos mais importantes prémios literários nacionais e internacionais, da obra de Saramago constam ainda três livros de poesia, um de viagens, Viagem a Portugal, e um diário, que vai já no quarto volume, Cadernos de Lanzarote.

Isto porque, na sequência do veto do Governo à candidatura de Evangelho segundo Jesus Cristo ao Prémio Literário Europeu, não conseguiu permanecer em Portugal, escolhendo Lanzarote, nas Canárias, para se refugiar, na companhia de Pilar, numa casa a que chamou simplesmente "A Casa".

Amado ou odiado, o mais premiado de todos os escritores portugueses criou um estilo único, que lhe valeu o reconhecimento um pouco por todo o mundo. E depois do Nobel tornou-se um herói nacional, mesmo para quem nunca leu uma linha sua."

Fernanda Ferreira (Ná)

PARABÉNS AO CASAL FERREIRA!



Hoje é dia de festa, parabéns ao casal Ferreira que hoje festeja mais um aniversário de casamento, uma união de amor que conta já com 34 anos e que não podemos de forma alguma deixar passar em silêncio.

Os amigos do Sempre Jovens fazem questão de aqui publicamente deixar um beijinho de parabéns à e ao seu marido, J.Ferreira, e que este dia seja especialmente FELIZ!



Faltavam cá as alianças, simbolo da união e do amor, o dia não podia acabar sem elas, não é todos os dias que se festejam 34 anos.

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PARABÉNS AOS NOSSOS AMIGOS!

A teia de aranha do Paraíso


Numa bela manhã, Buda passeava no Paraíso junto á margem do Lago dos Lótus. Por baixo deste, e das suas águas cristalinas, ficavam o Rio das Três Correntes e a Montanha das Agulhas, ambos sítios pouco aprazíveis das profundezas do Inferno. Espreitando, Buda entreviu, entre muitos rostos, um homem chamado Kandata, que tinha sido ladrão e assassino, mas uma única vez, tinha sido capaz, como Buda recordou na altura, dum acto louvável: poupar a vida a uma minúscula aranha.
Buda, decidiu então, dar-lhe uma oportunidade para que pudesse escapar ao Inferno. Pegando delicadamente na teia prateada duma aranha do Paraíso, encaminhou-a para as profundezas do lago, em direcção a Kandata. Este não perdeu tempo em agarrá-la e trepar com quanta força tinha, tentando livrar-se das torturas e das trevas. Mas a subida, não se previa tarefa fácil, nem para um ladrão ágil como Kandata, pois uma considerável distância separa o Inferno do Paraíso.
Assim, mesmo não querendo, Kandata viu-se forçado a parar para recuperar forças, e foi então, que olhando para baixo para se certificar que já estava bem longe, viu horrorizado que eram muitos os condenados que o seguiam. Isso é que não! - pensou Kandata. A teia era demasiado fina para suportar apenas o seu próprio peso, quanto mais o daquela coluna de formigas. Ia concerteza partir-se e o seu imenso esforço seria em vão. E Kandata pôs-se a gritar:
- "Ouçam lá seus pecadores! Esta teia de aranha é só minha. Quem é que vos disse que podiam subir? Saiam já!! Já!"
No mesmo instante, a teia de aranha, até aí aguentando-se perfeitamente, partiu com um ruído brusco, mesmo onde Kandata a segurava. Antes que pudesse gritar, já Kandata lançado no vazio, mergulhava de cabeça nas mais escuras trevas.



Nas margens do Lago dos Lótus, Buda observava o sucedido com o rosto ensombrecido de pena. Kandata tinha pensado apenas em salvar-se a si próprio, e a sua falta de compaixão tinha sido punida.
Nem sempre as histórias terminam bem, mesmo quando as teias são de aranhas do Paraíso.


Fonte: "Rashomon and Seventeen Other Stories", Ryunosuke Akutagawa
Publicada por lolipop do Blog BANZAI.

Domo arigato amiga Margarida.

Na Casa do Rau

17/06/2010

Recordações de Portugal da Amiga Celle




O Sempre Jovens agradece à Amiga e colega Celle estas imagens de recordação da sua recente viagem a Portugal. Esperamos que volte, com mais tempo disponível para os Sempre Jovens portugueses.

A Ceia dos Druídas


Ontem, pelas 21:30 horas, no teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo, tive o privilégio de assistir ao Musical "A Ceia dos Druídas", da autoria do Agrupamento Vertical e Intermunicipal de Escolas do Vale do Âncora e que contou com a participação aproximada de 150 alunos dos 1.º, 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico deste Agrupamento.

Tratou-se de um hino à Escola que todos abraça e todos valoriza, que promove a construção inter e transdisciplinar do saber, que partilha com a comunidade a alegria e a riqueza do acto de EDUCAR. Uma palavra de profundo reconhecimento a todos os docentes e assistentes operacionais que, com prejuízo da sua vida pessoal, escolheram dar-se a este bem maior que é "fazer ESCOLA".

Para terem uma ideia de como foi, vejam este vídeo.



Fotos e texto do amigo professor A.Garrido do Blog AGarrido-Imagens.


Na casa do Rau

16/06/2010

Encontro luso-brasileiro de colaboradores do Sempre Jovens




Imagens de um encontro surpresa, na simplicidade da noite tranquila de Cascais, durante poucos minutos que todos desejaram poderem prolongar-se para falarmos de muitas coisas a satisfazer curiosidades. Ficará para próxima oportunidade. E não vamos quebrar o feitiço das imagens com palavras desnecessárias. A fotografia do Palácio Seixas foi tirada noutra oportunidade porque de noite não era possível e o edifício foi admirado pelas manas brasileiras.

Para mais harmonia no casal!!!


Adoro a minha caixa do NADA!!! E vou passar a não lhe responder

Pela defesa do ambiente

Depois da operação LIMPAR PORTUGAL em que este blog esteve empenhado desde o inicio e em que a nossa amiga Fernanda Ferreira (Ná) teve um papel muito activo e bem notado, foram denunciados casos de reincidência, com a passividade das autarquias que, no entanto, são responsáveis localmente pela defesa dos interesses das populações e devem criar e manter uma estrutura eficiente para tal efeito.

O artigo de Paula Ferreira no Jornal de Notícias, A selvagem indiferença aborda este tema de forma muito objectiva, citando casos concretos, do qual transcrevemos algumas frases e aconselhamos a sua leitura.

Efectivamente, mantém-se o mau hábito de criar «anacrónicas lixeiras a céu aberto: novamente aí depositam trastes velhos, frigoríficos, televisões, resíduos da construção civil. Sinal de selvagem indiferença pelo próximo, gesto que deveria ter sido há muito banido.»

Há que evitar que «alguns cidadãos do tal país dos brandos costumes, sem qualquer pudor, despejem o electrodoméstico fora de moda ou que deixou de funcionar.»

Não devemos encarar a hipótese de «limpar outra vez, juntar novamente 100 mil voluntários e meter mãos à obra». Não «será boa ideia limpar para que os mesmo voltem a sujar». Será sem dúvida «melhor denunciar, fiscalizar, acabar com o porreirismo nacional de não fazer queixa, com o argumento piedoso de que vai prejudicar o coitado que não pode pagar». «Eles, no entanto, prejudicam-nos a todos e não parecem minimamente preocupados» porque, com a sua falta de civismo, pensam que «vem sempre alguém atrás e limpa».

Insisto naquilo que na altura da referida operação de limpeza, disse repetidamente. É preciso manter os objectivos de defesa do ambiente, sem esmorecimento, mas usando outra táctica: observar atentamente o que se passa, registar todos os abusos, denunciar às autoridades autárquicas e, se estas não actuarem eficazmente, denunciar publicamente a sua incúria. É preciso colocar as autarquias perante a sua responsabilidade de esclarecer a população, coimar os infractores, obrigar a remover os lixos e, se a remoção não for feita, ser a autarquia a fazê-la, imputando os custos aos infractores detectados. A população deve ser estimulada a denunciar os infractores, porque «eles prejudicam-nos a todos».

Fotografia de José Ferreira

"Um dia ainda vais ser poeta, Ana.”

Ana vende doçura em frascos. Enche-os de compota de fruta, tapa-os e cola-lhes uma etiqueta, mas em vez de escrever compota disto ou compota daquilo, de amoras ou de pêssego, de marmelo ou de morango, escreve apenas Doçura. Senta-se no passeio com os frascos em frente, expostos no asfalto, junto aos pés, e não lhe faltam clientes. A compota vende-se muito bem e ninguém regressa para reclamar, quem compra julga que a doçura está toda nos olhos de Ana.

Ana vende a doçura que tem no olhar e a doçura que embala nos frascos de vidro. É isso o que faz, sentada no passeio do Mercado, pelo menos desde que desistiu de escrever poemas.

Na escola, a professora da Ana não se cansava de lhe gabar a delicadeza das composições que escrevia. A professora ordenava às crianças que escrevessem uma composição sobre isto ou aquilo, sobre a Primavera ou sobre o Natal, e o que Ana fazia era sempre igual, escrevia no topo da folha pautada a palavra Composição com essa mesma letra indecisa e pequena que hoje lhe serve para escrever Doçura nas etiquetas dos frascos de doce – e depois deixava que a cabeça a levasse para longe, para o mundo impalpável das coisas que estão escritas nas páginas dos livros. Escrevia sobre bosques impenetráveis e montanhas verdejantes, sobre belos guerreiros medievais e cidades de prédios muito altos, ainda que não houvesse na sua terra nenhuma das coisas que descrevia e, por isso, ela nunca tivesse visto bosque algum, nenhuma paisagem alpina ou um príncipe que fosse. E um dia, mais do que gabar-lhe a composição e afagar-lhe o cabelo, a professora disse "Um dia ainda vais ser poeta, Ana."

E a Ana conseguiu imaginar que era poeta, que escrevia livros iguais aos que gostava de ler à noite. Cresceu, por isso, julgando que, um dia, escreveria poemas e frases bonitas sobre a sua terra, sobre o Natal que tanto amava, que as crianças das outras partes do mundo leriam o que escrevesse e sonhariam com a lua cheia que vem namorar o mar.

Eu que vivo no outro lado do Mundo, longe do mar, num prédio alto e cinzento, igual aos que Ana imagina quando tem que escrever uma composição sobre A Cidade.
Desta janela, tendo defronte apenas as janelas gémeas de um prédio igual, encosto a face ao vidro da varanda e adivinho o frio que faz lá fora (todo o frio me parece muito desde o dia perverso em que o Verão termina).
É aqui que encostado ao vidro, espero que venha o raio morno que o sol derrama quando se eleva acima da massa sombria dos prédios da cidade.
Então, e por um instante, fecho os olhos, esqueço o Inverno e imagino que ainda é Verão, que a cidade lá fora é a Praia onde está sentada a Ana, no passeio a vender Doçura desde o dia em que soube que não seria poeta.

Eu sei bem o que sente Ana quando se lembra que não será poeta. Sei-o porque houve um tempo em que tentaram convencer-me, entre outras falsidades, que alguns dos textos que escrevia possuíam qualidades que os aproximavam da poesia.
Hoje, porém, estou convencido de que o esquecimento é o melhor destino que lhes posso dar.
Escrevo prosa, portanto, e faço-o talvez porque isto me permite ser um pouco poeta; algo como um poeta sem talento para escrever versos. Sei apenas, quanto muito, imaginar e sonhar. E escrever composições que imagino semelhantes às que Ana redigia na escola, que falam de mundos que eu não conheço, mas que invento a partir das paisagens que existem nas imagens e nos livros. Esta tarde estou a escrever sobre a Ana.

As pessoas passam e vêem Ana, a vender a Doçura em frascos.
Muitas param para comprar, uns levam apenas a compota, outros vêm pela imensa doçura que há nos olhos da menina moça, pelo sorriso imenso que o rosto dela desenha.
Quando regressar a casa depois de ter vendido todos os frascos, Ana levará o dinheiro apertado na mão, firmemente, feliz por ter vendido toda a compota e triste por não ter podido ser poeta. Vai caminhando de cabeça erguida, devagar, como se o seu andar fosse uma pausa entre a ida veloz dos passos de uns e a vinda apressada dos passos dos outros. Vai inventando poemas que não escreverá jamais, embora Ana ainda pense que ainda é poeta, que são poemas as frases com que imagina príncipes e cidades imensas de vidro e aço.
Sonha com os livros que escreveria se não fosse menina pobre e a vida tivesse permitido que o vaticínio da velha mestra se concretizasse. “Um dia ainda vais ser poeta, Ana.”

Às vezes, pensando nisto, Ana ainda se entristece. Olhando-a a partir da minha janela do país onde é quase sempre Inverno, vejo que as estrelas que se lhe reflectem no orvalho dos olhos. Vejo isto e enterneço-me. Daqui longe fecho os meus olhos e sussurro bem baixinho a única verdade que existe, para que ela a oiça, que não há no mundo todo maior poema do que vê-la,sentada no passeio, a vender a Doçura que tem nos frascos.
Conto de Jorge Marmelo


Este texto foi publicado Na Casa do Rua há bastante tempo atrás, não tenho a certeza absoluta se o publiquei também aqui ou não. Chamei-lhe na altura, Ana e a sua doçura!
De qualque forma, e porque esta ideia não me sai da cabeça,todo este texto me faz lembrar a nossa Ana e a sua doçura, neste caso noutro contexto, decidi publicá-lo correndo o risco de o estar a repetir.

Gostaria muito de saber se posso contar com todos, colegas, amigos, leitores, editores, para ajudar a nossa querida Ana Martins, a nossa poetisa a concretizar o seu sonho...editar o seu livro de poesias.
Espero obter respostas concretas.

Imagem da Net

Fernanda Ferreira
Na Casa do Rau

14/06/2010

Igual em qualquer parte do mundo...

Mãe japonesa!

A rotina de uma mãe que em menos de 5 minutos faz tudo (só vendo o vídeo para ver o que faz) para mandar seu filho à escola. Não se preocupem com o idioma… Dá para entender tudo...



http://www.youtube.com/watch?v=J_DJpYo0l28

Pensamentos do Dia


O GRANDE INIMIGO DA VERDADE É MUITAS VEZES NÃO A MENTIRA - DELIBERADA, ORGANIZADA E DESONESTA - MAS SIM O MITO, PERSISTENTE, PERSUASIVO E IRREALISTA. ACREDITAR EM MITOS PERMITE O CONFORTO DE TER OPINIÃO SEM O DESCONFORTO DE TER QUE PENSAR - Jonh F. Kennedy

O actual governo Português é composto por dois grupos: um formado por gente totalmente incapaz e outro por gente capaz de tudo. (autor desconhecido)

Viana do Castelo "Molhe"

Hoje o meu destino seria Sta. Luzia em Viana do Castelo.
Impossibilitado de lá chegar, desci, virei-me para o mar.
Apoveitei o sol aberto da manhã e fui fazer um teste a uma tele objectiva (70-300mm) que raramente uso, pela falta de adaptação.
As fotos são totalmente feitas com a objectiva mencionada.
Local o Molhe do porto de Viana, na Praia Norte. Este local é procurado para a prática de várias modalidades, tem um cumprimento de 1200m e presta-se a imagens muito bonitas.
Os moínhos são na zona da Areosa.


J.Ferreira
Assim é .

13/06/2010

Boa noite. Durma bem


Uma canção com muita ternura, para iniciar bem a semana

Quem ajuda o pardalito?

Por António Torrado Cristina Malaquias, 13 de Junho de 2009


Era um passarinho caído do ninho. Mais precisamente um pardal, um pardalito tontelas, de asas molhadas de medo.
Os irmãos tinham-no empurrado, sem querer, e ali estava ele, a pisar pela primeira vez o chão áspero que lhe feria o macio das patas. Dava saltinhos, a ensaiar o voo, mas ainda estava longe de saber voar. Que ia ser dele?
Viu uma formiga, a correr de um lado para o outro, e pediu-lhe, num fiozinho de choro:
- Ajuda-me.
Ela nem lhe respondeu, atarefada que andava, lá na vida dela.
Viu um besouro, a voar em círculos, e pediu-lhe:
- Ajuda-me.
Mas o besouro, talvez por culpa do motor barulhento que o sustinha no ar, nem lhe ligou.
Viu uma andorinha nem que uma seta, a rasar o chão, e pediu-lhe:
- Ajuda-me.
Mas já a andorinha ia muito longe, a apagar-se no céu.
Que ia ser dele?
Havia de vir um gato e dar-lhe uma sapatada.
Havia de vir uma cobra e dar-lhe uma picada.
Havia de vir um cão e dar-lhe uma dentada.
Mas veio uma menina que andava a colher amoras para dentro do chapéu de lona, e levou-o com ela.
O pardalito nem se atrevera a pedir-lhe ajuda. Ela é que o achara e ameigara nas mãos em concha, como se fosse em ninho.
Levou-o para casa. Deu-lhe pãozinho. Deu-lhe miminhos.
Eu conheço essa menina. E também o pardalito, agora um pardal pardalão que não se cansa de voar.
Mas por onde quer que ande, no seu agitado voo de pardal aventureiro, de uma coisa se não esquece. Todos os dias, à mesma hora, bate com o bico na vidraça da janela. A menina abre-a e dá-lhe as migalhas da merenda. Depois, o atrevido salta-lhe para o ombro e pica-lhe, num desafio de ternura, a polpa da orelha. A menina encolhe-se num riso e ele foge a gorjear de alegria.

Mais um conto dos que recebo diariamente e este tocou-me particularmente, talvez porque também já tenha feito o mesmo muitas vezes.
O último caso foi com um melro...
o José apressou-se a ir comprar uma gaiola enorme para o proteger dos meus gatos enquanto não ficava bom, mas... quando chegou com a gaiola, apesar de todos os esforços feitos, o melrinho de bico amarelo já tinha partido.


Beijinhos a todos.
Fernanda Ferreira (Ná)

Jô Soares, define o que é ser "Professor"


O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um "Adesivo".
Precisa faltar, é um "turista".
Conversa com os outros professores, está "malhando" nos alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não se sabe impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala correctamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é retido, é perseguição.
O aluno é aprovado, deitou "água benta".

É! O professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele.


A propósito veja o link abaixo
http://www.youtube.com/user/blogdocao

OLHA O SOL!...

Imagem da net


Olha o Sol, o seu clamor
Num desmaio de brilho pretenso
E lembra-te que não é na cor
Que nasce o sentimento...

Olha o Sol, assim sem pudor,
Sente-se livre claramente
E percebe que não é na cor
Que se enraíza o que se sente...

Olha o Sol sem fulgor
Nem sempre ele é igual
Há dias em que a sua cor
É pálida e intemporal...

Olha o Sol, no seu torpor
Tem um encanto diferente,
Ele pode não ter cor
Mas é Sol eternamente!




22/01/2010

12/06/2010

Governo/TVI: Deputado socialista Ricardo Rodrigues diz que juízes não devem interferir em processos políticos


Lisboa, 12 Jun. (Lusa) - O deputado do PS Ricardo Rodrigues desvalorizou hoje a importância da análise das escutas telefónicas no processo TVI/PT, considerando que os juízes não devem interferir em processos políticos.
Falando sobre a separação de poderes, o vice-presidente da bancada parlamentar socialista afirmou à agência Lusa que "quando um juiz tem a tentação de querer meter-se nas decisões políticas ou quando um político tem a tentação de meter-se em decisões judiciais, parece que o estado de direito fica em causa porque fica em causa a separação de poderes".
"É bom para a democracia que os juízes apliquem a justiça e que os políticos administrem a política", sustentou.
Ricardo Rodrigues reagia ao despacho enviado à comissão de inquérito sobre a actuação do Governo na tentativa de compra da TVI, divulgado sexta-feira, em que o juiz de instrução criminal da Comarca do Baixo Vouga considera que o "caso TVI" só se percebe com a análise das escutas telefónicas a Armando Vara e Paulo Penedos.
"O juiz deve considerar essas coisas todas no processo onde ele é juiz, deve tomar as decisões no processo onde ele é juiz", adiantou o deputado socialista.
Para Ricardo Rodrigues, quando algum juiz interfere num processo político comete "uma irregularidade", porque não está previsto que os políticos tenham que "aceitar ou levar em consideração uma opinião de um juiz num processo político".
O deputado referiu que os meios usados na comissão de inquérito foram "suficientes", acrescentando que "todos os deputados tiveram a liberdade de consultar os documentos e ouvir as entidades que consideravam convenientes".
"A conclusão também nos parece óbvia, que o primeiro-ministro falou a verdade ao parlamento e que não teve influência na alegada compra da TVI pela PT", disse ainda.
Segundo o despacho divulgado sexta-feira, o juiz de instrução criminal da Comarca do Baixo Vouga diz que o envio dos resumos de escutas pode "satisfazer o interesse da comissão parlamentar de inquérito na descoberta da verdade, não afecta o núcleo essencial do direito fundamental à palavra e intimidade da vida privada".
Um outro despacho enviado à comissão, em resposta a um requerimento do PSD, o procurador da República da mesma comarca, Marques Vidal, considera, por seu lado, que "não é indiferente" para a investigação parlamentar que os despachos ao caso TVI sejam revelados.
CMP/SF.

Nota:
Vê-se mesmo que não tem vergonha alguma, ele que "fanou" os gravadores aos jornalistas... São todos os mesmos defendem-se uns aos outros!!! É a Máfia a trabalhar...
Vejam o link abaixo
http://bit.ly/dtqpNW

Ainda se vive assim por aí

Apesar (ou talvez por isso) dos lindos discursos e atractivas promessas surgidos a qualquer momento sob qualquer pretexto, apesar de os deputados perderem imensas horas a fazer inquéritos de resultados inúteis que parecem simples masturbações intelectuais de quem não encontra capacidade para algo de útil em benefício do povo sofredor, deparamos com notícias como a que se transcreve:

Jornal de Notícias 12-06-2010. Marta Neves

Sete famílias partilham fossa e vivem em casas rodeadas por matagal.

Os moradores de um pequeno bairro de Mafamude, no centro de Gaia, vivem há mais de 70 anos sem saneamento nem casas de banho. As águas de uso doméstico passam-lhes rente à porta e as casas são circundadas por um matagal cheio de ratos e cobras. Apesar deste cenário, recusaram ser realojados noutra freguesia.

Sérgio Freitas, 70 anos, a viver na Rua do Casal, em Gaia, desde que nasceu, sente-se "abandonado". À porta de casa as silvas crescem desenfreadas e "ainda há pouco tempo" teve de matar uma cobra, "com mais de metro e meio, que andava a rondar as portas". "Já para não falar nas ratazanas", desabafou, ao JN, o morador, preocupado com o facto de ali, no bairro da antiga Quinta do Casal, "viverem crianças". Ao todo, são sete as famílias a viver sem condições.

Todas as pequenas habitações da artéria, sem saída, são circundadas por um extenso matagal. "Em tempos diziam que os terrenos eram da Real Vinícola, mas que depois passaram para a Caixa Geral de Depósitos. O certo é ninguém liga nenhuma", criticou Belmira Silva, 74 anos, que improvisou uma tábua à porta de casa, com "medo" que entrem bichos.

As famílias queixam-se do mesmo e como nenhuma tem saneamento são obrigadas a partilhar uma única fossa, enquanto as águas de uso doméstico (das bancas e das máquinas de lavar) correm ao ar livre, rua abaixo, em direcção a um campo.

"Já não é tempo de viver assim", afirmou Maria Eufémia, 73 anos, que cada vez que precisa de tomar banho tem de atravessar a rua e ir à casa da irmã. Aliás, ninguém na Rua do Casal tem casa de banho, improvisando a higiene do dia-a-dia em bacias.

"Instalei um pequeno cilindro lá em casa, mas não sei se os restantes vizinhos têm a mesma sorte", disse Sérgio Freitas.

Imagem da Internet