23/06/2010

NO SILÊNCIO...


Imagem da net


No silêncio das horas mal dormidas
E preenchendo os nódulos do vazio,
Banhei os sonhos e fantasias
Como quem se banha num rio.

Desfiz todas as frases feitas,
Não ensaio nem decoro respostas,
Quero-me solta como grãos de areia,
Genuína e serena como as encostas...

Sou apenas e simplesmente o que sou,
Sem arestas, sem pontas nem peias
E no silêncio que a noite criou
Senti-me assim como os grãos de areia...

Amanhã quero cantar outro dia,
Bem cedo, logo que o Sol acordar
E dizer com grande euforia
Eu nasci para te amar!




16/06/2010

11 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

"Banhei os sonhos e fantasias
Como quem se banha num rio"
Nascido de todas as fontes
Que agora corre, num fio
Cruzando todos os montes
Nesse silêncio
Próprio de águas tão puras

(desculpe-me Ana ter abusado, mas um poema belo faz-me cometer gestos destes... Quando me conhecer melhor perceberá que comento preferencialmente assim, avinagrando poemas...)

orvalho do ceu disse...

Oi,
Adorei a terceira estrofe... copiei pro meu caderno do "especial"... um pouco de mim nestas linhas...
Tudo sempre tão lindo por aqui...
Obrigada
Muita serenidade como me inspira a melodia do seu Blog... Linda!!

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querida amiga Ana!

Poetisa do amor paixão! Dos sentimentos mais belos que estes provocam.

Cada vez gosto mais da tua poesia, linda, belíssima!

Parabéns e beijinhos,

Unknown disse...

Mais um belo poema com todas as palavras certas.
Parabéns por essa capacidade de dizer tanto em tão poucas palavras.

A. João Soares disse...

Querida Amiga Ana,

Diz o povo que o silêncio é de oiro, mas a Ana consegue, com o seu cântico orquestrado sobre palavras bem timbradas e significativas, usá-lo com uma sonoridade harmoniosa para dizer coisas muito belas.

Muitos parabéns por mais esta jóia poética

Beijos
João

Luis disse...

Querida Amiga Ana Martins,
Diz-se que o silêncio é de oiro e a palavra de prata mas a sua poesia é diamante, tão bela que ela é!
Parabéns! Um beijinho muito amigo.

A. João Soares disse...

Querida Amiga Ana e amigos comentadores,

A propósito de silêncio, sugiro a visita ao post Lição de vida dada por um Tuareg que, por me parecer longo, não publiquei aqui, mas que tem muito interesse e vem reforçar muitos temas idênticos aqui escalpelizados.

Cumprimentos
João

Kyria disse...

Grande poeta Ana, lindos e serenos versos.
Abraços e beijos meus.

Táxi Pluvioso disse...

Estava a pensar que também deveria haver um movimento para proteger os direito doutorais...

Maria Beatriz Ferreira disse...

Olá Ana Martins!

Gosto muitíssimo dos seus poemas,
Este então é arripiante. Lindo!
Parabéns.

Merece mesmo que a sua obra seja publicada!
Como estão as coisas?
Gostava de saber que o assunto não está esquecido.

Beijinhos
Beatriz

Saozita disse...

Adorei este poema, aliás como todos que escreve, qual deles o mais lindo!

Segundo Fernando Pessoa "Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflecte o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste."

Não posso deixar de concordar em parte com o Fernando Pessoa, digo em parte, porque conhecendo-a, como conheço os seus poemas são genuínos estados de alma, transmitidos em palavras belas e armoniosas, e neste caso refletem o que lhe vai na alma. As horas mal dormidas, servem para fazer a retrospectiva, dos sonhos idealizados, sofridos e concretizados. Servem também para exorcisar as nebulosas do menos bons momentos, no fundo para cimentar e reforçar o amor no presente vivenciado, porque juntos ultrapassaram fronteiras,dificuldades, alegrias e tristezas! Essa é a essência da vida e do amor o reforço dos laços que unem quem se ama.

Mo silêncio das horas mal dormidas, todas as lembranças se nos avivam, na memória de um tempo passado e presente, faz-se o balanço de que amar vale a pena, quando se reconhece que nasci para te amar.

Bj, querida cunhada tem uma boa semana.