30/07/2008

Dia Nacional dos Avós

Transcrição de texto recebido por e-mail

Por proposta da deputada Ana Manso (PSD) o dia 26 de Julho foi instituído como Dia Nacional dos Avós, pela Resolução da Assembleia da República nº 50 de 2003. A data foi escolhida por se tratar (segundo o calendário litúrgico católico), do dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo.

Este reconhecimento político da importância dos avós foi recentemente reforçado no Novo Sistema de Regulação das Relações Laborais (Junho, 2008), que permite aos avós trabalhadores o direito a faltar ao trabalho para assistência aos netos menores, em substituição do pai e da mãe trabalhadores. No entanto, ainda não se reconhece o direito dos netos cuidarem dos avós.

Para além do papel que representam no seio da família, os avós começaram a ser reconhecidos pelo seu papel na construção e evolução da sociedade.

O aumento da longevidade permite que seja teoricamente possível o convívio de 3 e 4 gerações da mesma família. Actualmente a esperança de vida é 74 anos para os homens e 81 para as mulheres (INE, 2003).

Apesar desta possibilidade de convívio multigeracional no seio da família, os censos e estudos sobre a mudança dos padrões familiares mostram que são cada vez mais numerosas as famílias pouco numerosas ou mesmo constituídas apenas por um só individuo. Entre 1991 e 2001 a dimensão média das famílias portuguesas passou de 3,1 para 2,8 pessoas (INE, 2005). Nesta linha de evolução, em 2001, a proporção de famílias com idosos representava cerca de 33% das famílias portuguesas e mais de metade era constituída exclusivamente por idosos, maioritariamente mulheres.

O "afastamento" dos avós das famílias é explicado pelos fluxos migratórios quer para fora do país, quer do interior para o litoral português (onde actualmente vive 80% da população), e em especial para os grandes centros urbanos.

Esta assimetria provocada por razões económicas agravou-se com a entrada massiva das mulheres no mercado de trabalho, que sem retaguarda familiar para o cuidado dos filhos menores, recorrem cada vez mais ás estruturas de apoio social.

Á falta de avós para cuidar dos netos, o Programa PARES "Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais" prevê ao aumento em 50% das creches, que em 2006 cobriam apenas 23% das necessidades. No total serão mais 25.400 lugares de acolhimento institucional para a infância e juventude.

Para além do afastamento ditado por questões económicas, também os novos padrões sociais ditam o afastamento dos avós dos núcleos familiares. O aumento do número de divórcios e de famílias reconstituídas, com a consequente gestão dos "meus filhos – teus filhos – nossos filhos", deixa de fora os avós, que muitas vezes ficam órfãos de netos.

Uma terceira dimensão deve ser equacionada ao analisarmos a evolução do papel dos avós, trata-se da própria evolução dos "idosos". Reconhece-se pacificamente que os actuais "idosos", para além da longevidade e melhores condições de saúde física e mental, têm também interesses e expectativas muito diferentes dos idosos da segunda metade do século XX.

Segundo Ingrid Herlyn e Bianca Lehmann (1998) as "avós" podem classificar-se em 5 tipos:
Avós com responsabilidades orientadas: são maioritariamente jovens, com empregos bem remunerados, que cuidam dos seus netos e querem participar na vida destes;

Avós auto-determinadas e ocupadas: Normalmente são mulheres casadas, empregadas, com um alto nível de educação. Gostam de cuidar dos seus netos, mas este desejo sobrepõem-se aos seus interesses profissionais;

Avós integradas: São sobretudo mulheres idosas, viúvas, oriundas de classes sociais mais baixas, com uma postura passiva perante os netos: gostam da sua companhia mas não assumem responsabilidades em relação a estes;

Avós ambivalentes: Normalmente são casadas com elevado nível de qualificação, têm um contacto esporádico com os netos e não cuidam destes. Sentem-se responsáveis pelos netos mas em simultâneo sentem que ser avó é uma função extenuante;

Avós relativamente independentes: Mulheres que não se sentem responsáveis pelos seus netos, nem esperam nada deles. Só têm com eles contactos muito raros, em ocasiões "rituais" (natal, aniversários, etc).

Em resumo, apesar dos factores biológicos aumentarem as possibilidades de relacionamento multigeracional, factores económicos, sociais e culturais, diminuem essas possibilidades.

Apesar da multiplicidade de barreiras a ultrapassar, os avós que de facto desempenham os seus papeis, são muitas vezes o centro da rede familiar, que serve referência e orientação para a transmissão de afectos, valores, princípios e normas. São também o suporte para a solidariedade intergeracional familiar, assegurando muitas vezes o cuidado aos netos, o suporte financeiro e o acolhimento da família na mesma habitação. E porque não raramente são os substitutos dos pais sem tempo, ou em situações de crise familiar, os avós são também o pilar da educação e socialização das crianças, contribuindo de forma inequívoca e irreversível para a construção da sua personalidade.

Por tudo isto impõem-se a questão: que evolução social teremos num cenário em que as crianças e jovens crescem sem um modelo de "avó" biológico ou "adoptivo" ?

Teresa Almeida Pinto
Presidente da Associação VIDA
Associação VIDA – Valorização Intergeracional e Desenvolvimento Activo
TiO - Terceira Idade Online [desde 1999] - www.projectotio.net

A «sua» felicidade

Durante um seminário para casais, perguntaram a uma das esposas:
- Seu marido a faz feliz? Ele a faz feliz de verdade?

Neste momento, o marido levantou o pescoço, demonstrando total segurança. Ele sabia que a esposa diria que sim, pois ela jamais havia reclamado de algo durante o casamento. Todavia, a esposa respondeu à pergunta com um sonoro NÃO, daqueles bem redondos!

- Não, o meu marido não me faz feliz!

Neste momento o marido já procurava a porta de saída mais próxima.

- Meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz! Eu sou feliz!!
E continuou:

- O fato de eu ser feliz ou não, não depende dele; e sim de mim. Eu sou a única pessoa da qual depende a minha felicidade.

Eu determino ser feliz em cada situação e em cada momento da minha vida, pois se a minha felicidade dependesse de alguma pessoa, coisa ou circunstância sobre a face da Terra, eu estaria com sérios problemas.

Tudo o que existe nesta vida muda constantemente: o ser humano, as riquezas, o meu corpo, o clima, o meu chefe, os prazeres, os amigos, minha saúde física e mental. E assim eu poderia citar uma lista interminável.

Eu decido ser feliz!
Se tenho hoje a minha casa vazia ou cheia: sou feliz!
Se vou sair acompanhada ou sozinha: sou feliz!
Se meu emprego é bem remunerado ou não: eu sou feliz!
Sou casada, mas era feliz quando estava solteira.
Eu sou feliz por mim mesma.

As demais coisas, pessoas, momentos ou situações eu chamo de experiências que podem ou não me proporcionar momentos de alegria e tristeza.
Quando alguém que eu amo morre, eu sou uma pessoa feliz num momento inevitável de tristeza.
Aprendo com as experiências passageiras e vivo as que são eternas como amar, perdoar, ajudar, compreender, aceitar, consolar.

Há pessoas que dizem: hoje não posso ser feliz porque estou doente, porque não tenho dinheiro, porque faz muito calor, porque alguém me insultou, porque alguém deixou de me amar, porque eu não soube me dar valor, porque meu marido não é como eu esperava, porque meus filhos não me fazem feliz, porque meus amigos não me fazem feliz, porque meu emprego é medíocre e por aí vai.
Eu amo meu marido e me sinto amada por ele desde que nos casamos.
Amo a vida que tenho, mas não porque minha vida é mais fácil do que a dos outros.
É porque eu decidi ser feliz como indivíduo e me responsabilizo por minha felicidade.
Quando eu tiro essa obrigação do meu marido e de qualquer outra pessoa, deixo-os livres do peso de me carregar nos ombros. A vida de todos fica muito mais leve. E é dessa forma que consegui um casamento bem sucedido ao longo de tantos anos.

Nunca deixe nas mãos de ninguém uma responsabilidade tão grande quanto a de assumir e promover sua felicidade.
De autor desconhecido. Recebido por e-mail.

24/07/2008

Retrato da administração pública

Um texto escrito por um professor de filosofia que escreve semanalmente para o jornal O Torrejano, que merece ser lido com uita atenção e espírito crítico.
Tudo o que ele diz, é tristemente verdadeiro...

O atestado médico
por José Ricardo Costa

Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter de fazer uma vigilância.

Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente, pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa.

Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta.

Ora esta coisa de um professor ficar com faltas injustificadas é complicada, por isso convém justificá-la. A questão agora é: como justificá-la?

Passemos então à parte divertida. A única justificação para o facto de ficar preso no elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala do exame com a camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado médico.

Qualquer pessoa com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar sua ausência na sala do exame. Vai ao médico. E, a partir deste momento, a situação deixa de ser divertida para passar a ser hilariante.

Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre Melícias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da TVI.

O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional sabe que ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente.

O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.

Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca, do elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente.

Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente.

Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil e eficaz em certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade.

Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira várias vezes repetida transforma-se numa verdade. Já Aristóteles percebia uma coisa muito engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma predisposição para sermos enganados.
Mas isso é normal. Sabemos bem, depois de termos chorado baba e ranho a ver o 'ET', que este é um boneco e que temos de poupar a baba e o ranho para outras ocasiões. O problema é que em Portugal a ficção se confunde com a realidade. Portugal é ele próprio uma produção
fictícia, provavelmente mesmo desde D. Afonso Henriques, que Deus me perdoe.

A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos. Só que ninguém leva a mal porque já estamos habituados.

Aliás, em Portugal é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas razões, o que significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade. Se eu, num ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá levar a mal.

Fica ofendida se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a nódoa e não fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi a nódoa, sabe que eu sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei que tem a nódoa e que sei que ela sabe que eu sei.

Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que assim seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro, mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e com vidas de sonho.

Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que aquilo é tudo verdade.

Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza. Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado, entulho, lixo, mato por limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casas horríveis e fábricas desactivadas.

Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o mundo.
Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por ficar preso no elevador que precisa de um atestado médico. É Portugal que precisa, antes que comece a vomitar sobre si próprio.
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Urge mudar este estado de coisas.
Está na sua mão, na minha e na daqueles a que lerem este texto!

21/07/2008

Pela paz em bairros difíceis

No bairro da Quinta da Fonte, no concelho de Loures, três instituições religiosas organizam uma marcha da paz com a intenção de gerar melhores condições para uma vida harmoniosa entre habitantes de diferentes origens. É uma iniciativa de louvar, mas deve haver o maior cuidado em evitar parcialidade. Deve fugir-se à criação de grupos de uma das partes em conflito e, tanto quanto possível, misturar indiscriminadamente pessoas de diferentes origens. Dessa forma, será o primeiro passo para o convívio dos diferentes.

Quando trabalhei na Casa do Adro, em Loures em vizinhança e interacção com as senhoras dos serviços culturais e outros de índole social, criei a melhor impressão do trabalho entusiástico que desenvolviam. Não tenho conselhos a dar-lhes, mas não deixo de aqui lhes transmitir estas reflexões.

Penso que, para evitar confrontos como os ocorridos recentemente no referido bairro, todas as Câmaras, escolas, religiões, principalmente onde existam bairros em risco, deveriam incentivar a constituição de grupos culturais, artísticos, desportivos, de actividades artesanais, etc., com pessoas de origens diferentes. Dessa forma, sem acções não competitivas, mas de trabalho de equipa, em boa colaboração, seriam criados hábitos de compreensão, tolerância, convívio amistoso, que afastaria as oportunidades de ocorrência de actos violentos inter-étnicos. E, para obter resultados materialmente visíveis, esses grupos poderiam dedicar umas horas por semana a serviços cívicos em benefício de toda a colectividade, independentemente de quem lá vive

O respeito mútuo é indispensável para a convivência pacífica e a amizade. Tem de haver lugar para todos.

19/07/2008

A água vai acabar

Carta Escrita no ano 2070
(Texto publicado na revista «Cónicas de los Tiempos», Abril 2002)

Ano 2070.
Acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém de 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo pouca água.
Creio que me resta pouco tempo.
Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.
Recordo quando tinha 5 anos.

Tudo era muito diferente.
Havia muitas árvores nos parques. As casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro por aproximadamente uma hora.
Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele.

Antes, todas as mulheres mostravam as suas formosas cabeleiras.
Agora, raspamos a cabeça para mantê-la limpa sem água.

Antes, meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira.
Hoje os meninos não acreditam que utilizávamos a água dessa forma.

Recordo que havia muitos anúncios que diziam para CUIDAR DA ÁGUA, só que ninguém lhes dava atenção. Pensávamos que a água jamais poderia terminar.
Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados.

Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados.
As infecções gastrointestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte.

A indústria está paralisada e o desemprego é dramático.
As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam os empregados com água potável em vez de salário.

Os assaltos por um litro de água são comuns nas ruas desertas.
A comida é 80% sintética.

Antes, a quantidade de água indicada como ideal para se beber era oito copos por dia, por pessoa adulta.
Hoje só posso beber meio copo.

A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo. Tivemos que voltar a usar as fossas sépticas como no século passado porque a rede de esgoto não funciona mais por falta de água.
A aparência da população é horrorosa: corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não têm a camada de ozónio que os filtrava na atmosfera.
Com o ressecamento da pele, uma jovem de 20 anos parece ter 40.
Os cientistas investigam, mas não há solução possível.

Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores, o que diminuiu o quociente intelectual das novas gerações.

Alterou-se a morfologia dos gametas de muitos indivíduos.
Como conseqüência, há muitas crianças com insuficiências, mutações e deformações.

O governo até nos cobra pelo ar que respiramos: 137 m3 por dia por habitante adulto.
Quem não pode pagar é retirado das "zonas ventiladas", que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar.
Não são de boa qualidade, mas pode-se respirar.

A idade média é de 35 anos.
Em alguns países restam manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exército.
A água tornou-se um tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro ou os diamantes.
Aqui não há árvores porque quase nunca chove. E quando chega a ocorrer uma precipitação, é de chuva ácida.
As estações do ano foram severamente transformadas pelas provas atómicas e pela poluição das indústria do século XX.

Advertiam que era preciso cuidar do meio ambiente, mas ninguém fez caso.

Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem, descrevo o quão bonito eram os bosques.
Falo da chuva e das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse.
O quanto nós éramos saudáveis!

Ela pergunta-me:
- Papai! Por que a água acabou?
Então, sinto um nó na garganta!

Não posso deixar de me sentir culpado porque pertenço à geração que acabou de destruir o meio ambiente, sem prestar atenção a tantos avisos.
Agora, nossos filhos pagam um alto preço...

Sinceramente, creio que a vida na Terra já não será possível dentro de muito pouco tempo porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.

Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto...
...enquanto ainda era possível fazer algo para salvar o nosso planeta Terra!

Faça esta mensagem chegar aos seus conhecidos.
Por cada pessoa que a ler você estará criando um pouco de consciência para cuidar do ambiente à sua volta.

Palavras que melhoram comportamentos

Perante a crise que nos afecta gravemente, não apenas pelo contágio da economia internacional, mas principalmente devido a erros estruturais e comportamentais que se têm vindo a agravar na nossa sociedade, sem que os Governos tenham exercido a sua influência nas populações e nas empresas, o PR disse que «não é tempo para baixar os braços». Pode não ser uma frase com muito impacto psicológico, mas merece ponderação.

Na história recente tem havido palavras que fizeram milagres com alterações de comportamentos, resultando na melhoria do mundo. Churchill no célebre discurso em que pretendia a incentivar os britânicos a resistir ao que parecia ser uma vitória certa da Alemanha nazi, disse que era necessário "sangue, suor e lágrimas". Também John Kennedy na década de 60, disse aos americanos para pensarem não no que a América podia fazer por eles, mas sim naquilo «que eles podem fazer pela América». Também em Portugal, em anos não muito distantes, e de que muita gente tem saudades, surtiu efeito a frase «produzir e poupar» como lema para o desenvolvimento do País.

A força das palavras, além do seu conteúdo, da sua ideia-força, depende também muito da entidade que as diz e da sua repetição para ser absorvida profundamente pela população.

As palavras de Cavaco, condizentes com as observações do FMI acerca de vivermos acima das nossas posses colocando o País numa situação dramática de excessivo endividamento, merecem ser repetidas e analisadas em pormenor, traduzidas em acções concretas aplicáveis às diferentes situações, a fim de a sociedade se tornar mais racional e agindo no melhor sentido para ser alcançada a desejada felicidade dos cidadãos. Produzir, poupar, exportar mais, importar menos, reutilizar, reciclar, baixar o nível de vida, são alguns dos muitos verbos que devemos aprender a conjugar!

Se não quisermos fazer grandes sacrifícios devemos começar já a praticar acentuada moderação nos hábitos de consumo. As figuras públicas com maior destaque devem exercer uma acção didáctica insistente e persistente a fim de Portugal melhorar as condições dos cidadãos, principalmente os mais desfavorecidos e dando os melhores exemplos nas suas áreas de influência directa.

Estas reflexões foram estimuladas pelo artigo do DN «Há palavras que ajudam a mudar o mundo».

13/07/2008

Conhecer a floresta para a amar e preservar

A quantidade de fogos florestais poderia ser drasticamente reduzida se fossem seguidos, por todo o lado, exemplos de vários municípios como, por várias vezes referi em cartas aos jornais (poderei enviar por e-mail a colecção dessas cartas a quem as desejar). Para defender a floresta preservando-a dos incêndios e de outros perigos, é preciso amá-la, começando por conhecê-la.

Nesse sentido preconizei a realização de actividades de ar livre nos concelhos com área florestal, levando a juventude a «passear» pela floresta, a propósito do estudo da botânica, da geografia, e através de provas de orientação, de marcha, de corrida com prémios para os melhores, organização de piqueniques e variedades nas clareiras, etc.

A imaginação não tem limites e essas actividades levariam a um melhor conhecimento da floresta e do quanto ela é agradável e útil para a vida humana. Para melhor resultado, as actividades deveriam ser planeadas por forma a que as florestas fossem percorridas em todos os sentidos e direcções.

Com a presença de pessoas, nenhum pirómano se atreveria a atear fogo. E depois de se familiarizar com as florestas, nenhum jovem se sentiria tentado a ser pirómano, ou pelo menos o número destes seria reduzido.

Estas minhas cogitações surgem ao deparar com a notícia «Equipas de 'BUGA' vigiam floresta contra incêndios». Segundo ela, no concelho de Aveiro, equipas formadas por jovens em bicicleta 'BUGA' (Bicicletas de Utilização Gratuita de Aveiro) vigiam a floresta contra incêndios. Em anos anteriores, o programa "Olhos na Floresta" já permitiu detectar vários incêndios ou queimadas perigosas.

A sua actuação perante uma coluna de fumo consiste em alertar as pessoas para o facto de ser proibido, nesta altura do ano, fazer qualquer tipo de fogo. Quando não aceitam as recomendações, comunicam às autoridades", para o que são portadores de telemóveis que lhes permitem, quando necessário, alertar bombeiros, GNR ou Protecção Civil.

Embora se trate de um serviço voluntário à comunidade, cada um dos 18 elementos recebe diariamente 12 euros para fazer face às refeições e transportes. Ficou comprovado que a BUGA, apesar de ter sido desenvolvida para circuitos citadinos, "porta-se bem" na floresta, onde a câmara tem melhorado os caminhos, para facilitar a sua utilização.

Este é, sem dúvida, um bom exemplo a seguir pelos outros municípios: é fácil, é barato e poupa milhões!

11/07/2008

O padre e o bêbado

Um bêbado, entrou num autocarro. Cheirava que tresandava a bagaço barato. Sentou-se e pôs-se a ler um jornal velho, não sem antes beber mais um trago de uma garrafita de bagaço que tinha no bolso. Isto tudo ao lado de um padre que, entretanto, tinha entrado no autocarro...

Todo satisfeito a ler o jornal e a arrotar (o padre fingia que o borrachola não existia, dissimulando a sua incomodidade), mas, passado algum tempo, o bêbado olhou para o padre e perguntou, com uns palavrões à mistura,:

- Oiça lá ó sôr padre, pode-me dizer o que é que causa a artrite reumatoide?

O padre, incomodado, respondeu em tom sarcástico:

- Certamente que é a vida profana, o andar sempre a frequentar mulheres mundanas, excessos de tabaco e, sobretudo, bebida, sim, em especial o álcool; essas borracheiras que terminam em noites de erotismo e porcarias assim.

- Bolas, que horror!!!! respondeu o bêbado, voltando à leitura.

Passado algum tempo, o padre e pensando na resposta que deu, ficou com algum remorso e decidiu desculpar-se dizendo em tom compreensivo:

-Você desculpe lá que eu há pouco fui um bocado duro consigo. Mas, diga-me, desde quando é que você sofre de artrite reumatóide?

- Eu? Não me lixe padre, comigo não se passa nada!!!... Só estava a ler um artigo aqui neste jornal que diz que o Papa sofre de artrite reumatoide há já alguns anos.

NOTA: Recebi por e-mail. A intervenção inicial do padre fez-me recordar a «grande lição de moral» que ontem, 10, o PM deu ao deputado Francisco Louçã, na AR. Convém meditar na anedota: a arrogância faz eco e o feitiço muitas vezes volta-se contra o feiticeiro. Cuidado, Sócrates!

09/07/2008

O Invejoso

Você teme o invejoso? Por quê?

O invejoso é um eterno expectador, pois enquanto:

Você pesca, ele olha o rio ...
Você dorme pacificamente, ele perde o sono quando pensa em você.
Você acorda e saúda o sol, ele olha o seu bronzeado.
Você sai para o trabalho, ele calcula o seu salário.
Você constrói sua casa, ele julga a cor das tintas.
Você estuda, tem boas notas, ele se preocupa com esses números.
Você conquista um diploma, ele vive o medo do seu sucesso futuro.
Você levanta um prédio, ele escolhe uma janela para pular.
Você ensina os seus alunos, ele tenta descobrir o que você não sabe.
Você cura os doentes, ele adoece por causa disso.
Você tem a simpatia do chefe, ele prefere chamá-lo de puxa-saco.
Você recebe os aplausos, ele busca saber se alguém o vaia.
Você liga seu computador para serviço útil, ele colecciona programas de vírus.
O que ele realmente faz, quando faz: Você cria, ele copia!

Ele é um eterno expectador...
... merece sua compaixão e não seu temor ...
Existimos para sermos, não melhores do que os outros, mas para sermos melhores do que nós próprios.

08/07/2008

Democracia de eleitores iluminados

Transcrevo este texto do Professor João César das Neves, recebido por e-mail, que faz pensar nas capacidades do nosso povo para avaliação e análise das prioridades e escalas de valor. Embora dando um desconto a algum exagero literário, fica aqui concentrada uma série de vícios de apreciação que faz meditar no facto de, estando nós numa «espécie de democracia», serem estas pessoas a eleger, com o seu «elevado critério», os dirigentes políticos.
Certamente os líderes da UE, baseiam-se em conclusões como esta para menosprezarem o resultado do referendo irlandês neste regime democrático europeu!

Fumadores!!!
(João César das Neves é Economista e Prof. Universitário)

- Dona Fernanda, então por aqui? Agora me lembro, ainda não lhe dei os parabéns pelo seu homem. Vi-o no concurso da televisão. Que honra! Muitos parabéns! Fiquei orgulhosa como se fosse meu!

- É verdade, dona Cátia. Estamos muito contentes. Foi muito bom, até para compensar a desgraça da minha irmã. Não sabe? Imagine que o marido dela é administrador de um banco.
- Não me diga! Que vergonha! Mas qual? Daquele criminoso, o BCP?

- Olhe nem sei bem. Mas aquilo é tudo a mesma gente. Coitada da minha irmã, anda muito ralada! Felizmente que o amante está muito bem. Era segurança num bar, mas agora conseguiu ficar dado como deficiente por causa de uma sova que levou e o subsídio é excelente.

- Ainda bem! Que sorte! Olhe, essa sorte não tenho eu. Ando muito preocupada com o meu sobrinho. Não, não é com o homossexual. Não, esse está óptimo. Foi ao estrangeiro casar com o amigo e agora até estão a pensar adoptar uma criança por lá. O que me preocupa é o outro, o Zé. Tem um restaurante, imagine. Um restaurante de luxo.

- Ai, coitado! Em que se havia de meter! E tem tido muitas queixas?

- Pois. Calcule que nem sequer usava sabão líquido nas casas de banho e os exaustores são de baixa extracção. Estou com medo que mais cedo ou mais tarde acabe na cadeia, pobrezinho!

- Compreendo, compreendo. As ralações que temos! E então o que é que a traz por cá? Eu vou agora ali à direcção da escola queixar-me. Veja lá que a minha filha me disse que lá na escola não há máquinas de distribuição de preservativos na casa de banho das raparigas. Só na dos rapazes. Não é uma vergonha?

- Um escândalo. Depois se há problemas a culpa é dos pequenos! Eu também tenho de lá ir mas, infelizmente, é derivado ao comportamento do meu Ronaldinho.

- Não me diga que ainda é por causa da gravidez?

- Não, que ideia. Isso está tudo resolvido. Eles os dois trataram a questão com muito bom senso. Nem pareciam ter 13 anos! O aborto correu muito bem e o meu rapaz até já arranjou outra namorada bastante mais velha. Não, o que me preocupa é aquele grupo com que ele anda.

- Qual? A banda de rock satânico? Oh, minha amiga não se apoquente com isso. Nós lá em casa até dissemos ao nosso rapaz para criar uma. Antes isso que andar pelos ATL da paróquia com aqueles beatos a meter patranhas na cabeças dos miúdos. Na banda é muito mais seguro e saudável. Não só é artístico, como abre horizontes e um dia, quem sabe... Olhe, não me preocuparia nada com isso.

- Não, não é isso. Nós também estamos muito satisfeitos por ele andar com a banda. É um excelente meio de educação. Ao princípio ainda me chocavam um bocado as letras das canções, a falar de suicídio e sangue, mas agora até acho graça. Rapazes são rapazes, não é? Não, é muito pior. Ele também anda metido em coisas mesmo graves com aquele outro grupo clandestino. Já ouviu falar, não? Aquele grupo de fumadores que no outro dia até apareceu no jornal por um deles fumar dentro do metro.

- Que horror! O seu filho fuma? Mas isso faz imenso mal à saúde e polui o ambiente. Então ele pensa no aquecimento global? Esta juventude está perdida!

- Eu sei, eu sei! Tentámos tudo para o afastar do vício, mas nada. O meu marido até quis ver se o interessava em blogs pornográficos, chats neonazis e outras coisas que fossem também um bocadinho subversivas e clandestinas mas não fizessem tanto mal. Mas nada! Ele não larga o cigarro! A culpa é do meu homem e eu já lhe disse. Imagine que quando o miúdo era pequeno lhe dava pistolas e outros brinquedos de violência. Claro que tinha de ter esta consequência, não era?

- Que horror! Imagino como anda apoquentada. E nos estudos, que tal anda ele? Os meus,, antigamente, era um castigo. Davam muitos erros de ortografia mas isso agora, com este novo programa para o insucesso escolar, deixou de criar problemas porque já não conta. E, mesmo na Matemática, o que interessa é a criatividade dos miúdos. Se os professores explicam mal que culpa têm os pequenos?

- Eu digo o mesmo. Se eles depois acabam todos no desemprego, ao menos gozem a juventude...

06/07/2008

Utopia. Quero voltar a confiar

Fui criado com princípios morais comuns:

-
Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades dignas de respeito e consideração.

- Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afecto.
- Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades…
- Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade…
- Tínhamos medo apenas do escuro, das cobras, dos filmes de terror…

Hoje deu-me uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos.

- Por tudo o que meus netos um dia enfrentarão.
- Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos.
- Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.
- Não tirar proveito próprio em tudo significa ser idiota.
- Pagar dívidas em dia é ser tonto…
- Amnistia para corruptos e sonegadores…

O que aconteceu connosco?

- Professores maltratados nas salas de aula,
- comerciantes ameaçados por traficantes,
- grades em nossas janelas e portas.

Que valores são estes?

-
Os Automóveis valem mais que abracos,
- Os filhos querendo uma PlayStation como presente por passar de ano.
- Telemóveis nas mochilas de crianças.
- O que vais querer em troca de um abraço?
- A diversão vale mais que um diploma.
- Uma TV gigante vale mais que uma boa conversa.
- Vale mais uma maquilhagem que um sorvete.
- Vale mais parecer do que ser…

Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?

- Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores!
- Quero me sentar na soleira e dormir com a porta aberta nas noites de verão!
- Quero a honestidade como motivo de orgulho.
- Quero a rectidão de carácter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho.
- Quero a vergonha na cara e a solidariedade.
- Quero a esperança, a alegria, a confiança!
- Quero calar a boca de quem diz: “ temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa.

Abaixo o “TER”, viva o “SER”

E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como o céu de primavera, leve como a brisa da manhã! E definitivamente bela, como cada amanhecer.
Quero ter de volta o meu mundo simples e comum onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases.
Vamos voltar a ser “gente” .
A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito...
Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas.

Utopía? Quem sabe?... Precisamos tentar…

Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!

De autor desconhecido, recebido por e-mail do amigo JLDMelo

05/07/2008

Ilusionismo usa a estatística como ferramenta

O aumento das capacidades em Matemática, por parte dos estudantes nacionais, é hoje um dos pontos fortes da Comunicação social, intitulado como milagre. A preocupação exagerada com as estatísticas e a sua manipulação, para impressionar os incautos, estão a tomar proporções de escândalo.

Por um lado, as manigâncias da estrutura governamental da Educação conseguiram que, num simples ano, os jovens portugueses do secundário ultrapassassem as suas dificuldades com a Matemática e de uma média de 9,4 passaram para 12,5. E, ainda mais positivo, parece ser o facto das próprias reprovações terem baixado de 18% para 7%.

Parece um duplo êxito! Mas a Associação Portuguesa de Matemática, obviamente, desconfia. Cotejando estes dados com declarações pouco caras de representantes do ministério, fica-se na dúvida de existir uma mudança de critérios, agora mais "amigos" na avaliação da ignorância.

São sinais claros de que os governantes pretendem mostrar a convergência com a Europa através de um simples exercício numérico. Para eles, se as estatísticas forem melhores e permitirem comparações mais favoráveis com a Europa, tudo será mais bonito! Tem se visto nas declarações dos responsáveis pela Saúde, pela Justiça, pela Segurança Interna, etc.

Sobre este título, sugere-se a leitura de:
Milagre na matemática
Alunos internos chegam aos 14 valores de média na Matemática
Exames Nacionais: Taxa de chumbos a Matemática A cai para 7%

No entanto, as estatísticas não podem ser totalmente manipuladas nem escondidas e, assim, aparecem notícias como as seguintes:

Receitas de IMI subiram 50% entre 2003 e 2007
Promessas fiscais de José Sócrates para as famílias terão efeitos marginais
Quase metade dos portugueses está vulnerável à pobreza
Portugal é o país da "Europa rica" com mais desigualdades salariais

O conhecimento da Matemática permite à população não se deixar enganar pelas estatísticas que lhes são atiradas à cara. Talvez por isso tenha havido tanto cuidado em não lhes dar muita sabedoria sobre esta disciplina.

03/07/2008

Prosperidade factor de felicidade

Segundo artigo do Jornal de Notícias, a Dinamarca volta a encimar a lista de países com os povos mais felizes, o Zimbabwe situa-se no extremo oposto e Portugal, de entre muitos parceiros europeus, tem vindo a descer muito gradualmente desde meados da década de 80, ficando ainda no pelotão dos trigésimos lugares e um pouco acima dos cinco pontos.

Como a felicidade é uma sensação muito subjectiva, esta abordagem enferma desse mal. Trata-se de um inquérito coordenado pela Universidade de Michigan e que se repete desde 1981 baseado nas respostas, numa escala de um a dez, à pergunta se cada respondente é muitíssimo, muito, pouco ou nada feliz. A seguir à Dinamarca, surgem Islândia, Suíça, Holanda e Canadá. Segundo os responsáveis pelo estudo (World Values Survey) os resultados indicam que os cidadãos cada vez mais valorizam a liberdade de escolherem a sua própria vida, e também que a prosperidade económica, a democratização e a tolerância social aumentam os índices.

Do post «Fosso entre ricos e pobres aumenta»
http://domirante.blogspot.com/2008/06/fosso-entre-ricos-e-pobres-aumenta.html inferia-se que não temos muitas razões para a maior parte da população se sentir feliz, segundo o critério apontado neste estudo!

Entretanto, segundo o «Público» (artigos «Pobreza é uma ‘violação dos direitos humanos’" e «É pobre quem vive com menos de 366 euros por mês»), a pobreza vai ser declarada na AR como uma violação dos direitos humanos e quem propicie e permita a sua existência deverá, no futuro, ficar sujeito a sanções legais. (Como, com que provas, com que sanções? Isso não e dito no jornal). Como será conseguido que esta decisão do parlamento venha a "ter consequências práticas»?

Aponta-se como desejável o princípio "tendo capacidade e não fazendo, é-se sancionado", mas como se passará da teoria à prática? Como será materializada tão pia intenção?

Segundo o INE, em 2006, 18 por cento dos residentes em Portugal estavam em risco de pobreza. Actualmente, o limiar nacional de pobreza é estabelecido, segundo as normas fixadas pela Comissão Europeia, e corresponde a 60 por cento da média nacional do rendimento por adulto, o que em Portugal dará cerca de 366 euros por mês.

Fica-se assim esclarecido de que os deputados estão sensibilizados para o problema da pobreza, mas resta saber se conseguirão resultados práticos, melhores do que com as intenções de reduzir as mortes na estrada, a existência de armas de fogo em profusão e em más mãos, a diminuição dos fogos florestais, a insegurança, a corrupção, a toxicodependência, etc.