25/02/2015

Alea Jacta Est



Os dados estão lançados
e o domínio a enfraquecer.
Estão todos assustados
porque nós vamos vencer!

Irão esquecer-se do Império.
Já não há Caio nem Cesar,
há um povo valente e sério
sempre pronto p’ra lutar!

Já não há Casca, nem Brutos,
nem necessário  eles são,
porque há muitos contributos
e a força da razão!

Homens livres restarão
para impor a igualdade
e salvar toda a nação
da imposta austeridade!

E em paz e fraternidade
nós viveremos então
em liberdade e igualdade
na nossa nobre  Nação!
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                      Zélia Chamusca

24/02/2015

GERONTOFOBIA

 
*O envelhecimento faz parte do desenvolvimento do ser humano. Porém, para algumas pessoas, estar perto de idosos ou identificar em si mesmo marcas de que o tempo está passando –como rugas– pode ser assustador. A gerontofobia caracteriza a rejeição à velhice e, consequentemente, aos que que estão passando por ela.
De acordo com Marcelo Betinardi, psiquiatra do Instituto Abuchaim, em Porto Alegre (RS), os motivos que levam a essa recusa variam muito, já que dependem das experiências do indivíduo com a velhice e de como o idoso é tratado por quem está a sua volta ao longo dos anos.
"Um dos temores do ser humano é a morte, e a velhice é um prenúncio dela. Ao ver esse estágio da vida se aproximar, a pessoa percebe que há finitude e começa a negá-la, tentando não deixar que isso aconteça com ela, seja com exercícios físicos ou cirurgias plásticas, por exemplo", diz.
Ainda, sem registro no CID-10 (Classificação Internacional das Doenças), a gerontofobia não é considerada diagnóstico. No entanto, é possível percebê-la na conduta do indivíduo.
"Chamamos de fobia porque é um medo excessivo e desproporcional ao risco oferecido por tal coisa. No caso, o envelhecimento. Pessoas que discriminam idosos, que estão preocupadas demais com a aparência, adultos que se comportam como jovens são exemplos. É claro que não podemos generalizar, pois um conjunto de fatores é que vai determinar se o que você tem é gerontofobia ou não", explica Dinah Akerman, psiquiatra pela USP (Universidade de São Paulo).
A psicanalista e membro da SBPRJ (Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro) Maria Cristina Amendoeira usa o romance de Oscar Wilde, "O Retrato de Dorian Gray" (1890), para explicar esse temor, já que o protagonista da obra usa um retrato seu exposto em um quadro para ter as suas marcas do tempo e não tê-las em si mesmo.
"Não existe uma idade para despertar esse sentimento, que é inconsciente. Mas, a partir de certos momentos, quando começamos a perder pessoas próximas ou mesmo quando vemos nossos pais envelhecerem, e isso significa o nosso próprio envelhecimento, nos deparamos com o fim da ilusão de que a vida é eterna. Muitas pessoas não sabem lidar com as mudanças que cada fase traz, começam a pensar de forma fixa em como será a sua velhice, e é aí que está o problema", fala.
A psicoterapeuta Maura de Albanesi diz que, apesar de não existir uma idade certa para a fobia se manifestar, alguns acontecimentos podem influenciar.
"Não é regra, claro, mas mulheres que estão perto dos 30 anos e ainda não casaram ou tiveram filhos começam a se achar velhas. Já para os homens, esse sentimento vem pelo lado profissional, quando não conseguem o status desejado. O que as pessoas precisam entender é que o que conta é o estado de espírito de cada um. Precisamos nos sentir ativos, sempre com algo a oferecer e compartilhar, seja com 30, 60 ou 90 anos".
Assim como a maioria dos traumas e doenças psicológicas, o medo de envelhecer também só é caracterizado como um problema quando existe prejuízo psicossocial progressivo. Ou seja, quando a preocupação em ficar velho atrapalha a vida e prejudica o indivíduo.
Segundo os especialistas, o estigma ligado às pessoas mais velhas está diretamente relacionado à gerontofobia. "Basta observar como os idosos são tratados nas diversas partes do mundo. No oriente ou em tribos indígenas, por exemplo, são sábios; já no ocidente, são vistos como pessoas que dão trabalho, lentas...Isso tudo gera recusa porque ninguém que passar por isso", diz Betinardi.
Diante de um cenário de medo de chegar à terceira idade, é preciso observar que, além de ser uma etapa do ciclo da vida, entrar na velhice traz mudanças, assim como qualquer outra passagem, como, por exemplo, da infância para adolescência, e assim por diante.
"A primeira vantagem que devemos perceber é que se chegamos à velhice, é porque estamos vivos. Todos os momentos de passagem têm coisas boas e ruins. O envelhecimento traz questões para serem vividas, afinal, você, muitas vezes, abre mão de espaço no trabalho para pessoas mais jovens, aprende a valorizar outros aspectos mais nobres do dia a dia e a cultivar mais as relações afetivas. E tudo isso só traz qualidade de vida", fala Maria Cristina. "É preciso saber envelhecer", completa.
Não deixar esse medo chegar
A psicóloga do Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP), Lara Souza, aconselha a não pular fases da vida. Com isso, você evita a angústia de sentir saudade de algo que não viveu.
"Se você não vive plenamente cada momento, pode querer retornar e desenvolver um medo por não conseguir, afinal, aquele tempo já passou", afirma.
Para tratar a gerontofobia, não existe remédio. A terapia ajuda, mas existem ações práticas para entender e ver esse temor longe de você.
"Envelhecer não significa adoecer. Desde cedo, é preciso colocar crianças e jovens em convívio com as outras idades para perceberem que é uma coisa natural. Muitos jovens vivem como se nunca fossem ficar velhos. Essa convivência com as outras gerações também mantém o idoso ligado aos acontecimentos atuais e faz parte de um envelhecimento sadio", explica Maria Cristina.

17/02/2015

Dona Rosa aos 89 anos está a terminar a sua tese de mestrado e já está a trabalhar na tese de doutoramento.

Dona Rosa no momento de entrega do diploma da licenciatura em Psicologia em Dezembro de 2011 © UAL
Já tinha 13 anos de idade quando começou a instrução primária mas hoje, a um mês de completar 90 anos, está a terminar a sua tese de mestrado e já está a trabalhar na tese de doutoramento. “Andar para a frente” é o segredo da aluna mais velha da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL).

Rosa Andrade veio do Minho, de Arcos de Valdevez, para Lisboa quando tinha 13 anos para fazer a instrução primária. Depois frequentou a escola comercial mas casou aos 20 anos “e acabou-se a escola”, conta ao Boas Notícias. 

Do primeiro marido, que faleceu após 14 anos de casamento, teve os seus dois únicos filhos. O filho mais velho morreu atropelado, aos nove anos, quando saia da escola. Dona Rosa chegou a criar um infantário, apoiado pela Misericórdia, em sua memória. O outro filho tem agora 70 anos e deu a Dona Rosa quatro netos e cinco bisnetos.
 
Foi na Associação Nacional dos Parques Infantis, coordenada pela poetisa Fernanda de Castro Ferro, que Rosa trabalhou nos primeiros anos de carreira, como professora de lavores. “Ensinava bordados, costura, como fazer uma saia, uma camisa, cozer meias… Porque na altura ainda se remendavam as coisas, agora quando se estragam compramos outras”, recorda.

Entretanto, a associação faliu e Dona Rosa ficou sem trabalho. Por pouco tempo. “Estava a ler o jornal e vi um anúncio de um concurso para alunas da escola de enfermagem nos Capuchos. Tinham curso de auxiliares e de enfermeiras”. 
 
Dona Rosa na cerimónia de entrega do diploma da licenciatura em Psicologia em 2011
Como dona Rosa não tinha o 9.º ano do liceu só podia concorrer a auxiliar. Mas decidiu esperar: “Arranjei um trabalho na casa de uma professora e usei parte do dinheiro para me preparar para os exames no liceu Rainha Dona Leonor”. 

Enfermeiras não podiam ser casadas

O 9.º ficou despachado e o curso de enfermagem também. Mas depois do estágio, Dona Rosa não pôde ficar no hospital. “Eu era casada e na altura as enfermeiras não podiam ter marido. Propuseram contratar-me como criada, porque as criadas já podiam ter marido. Eu disse que não. Não tinha andando a ‘queimar as pestanas’ para trabalhar como criada”.

Mas dona Rosa deu bom uso ao curso, ao qual acrescentou uma formação de enfermeira parteira na Maternidade Alfredo da Costa. Com os cursos na mão, dona Rosa montou uma empresa de serviços de enfermagem que funcionou durante cerca de 10 anos, a partir da Praça da Figueira: “Fazia a assistência ao domicílio a qualquer hora, às cinco da manhã se fosse preciso”.

Duas licenciaturas depois dos 70 anos

Depois do 25 de Abril, dona Rosa fechou o negócio e foi trabalhar para a Ordem Terceira e para o Hospital da Estefânia. Fazia turnos nos dois hospitais quando terminou o 12º ano do liceu, para poder pedir a equivalência da licenciatura de Enfermagem. 

Ainda trabalhava como enfermeira, aos 67 anos, quando se inscreveu na licenciatura de Sociologia. Mas já estava reformada, aos 70 anos, quando terminou o curso, em 1995. “Vim embora (do hospital) porque me mandaram embora, disseram que tinha chegado ao limite da idade”.

Durante 10 anos esteve em casa onde passava a maior parte do tempo a “ler e a escrever”. “Gosto muito de ler, sobretudo história, livros científicos e romances”, diz. Mas na Universidade Autónoma não se tinham esquecido dela e desafiaram-na a frequentar o curso de Psicologia: “Primeiro achei que não valia a pena mas lá me convenceram. Passei todos os anos e três anos depois era psicóloga”.

"Andar para a frente"
 
Agora, com quatro netos e cinco bisnetos, dona Rosa regressou à "sua" universidade, onde por vezes se cruza com um dos bisnetos que também estuda na UAL. O maior desafio, admite, é o computador. “Escrevo tudo à mão e depois passo a computador mas como só uso dois dedos demora muito”, explica, admitindo que às vezes contrata pessoas para lhe passarem os trabalhos para o computador. "É bom para eles, que ganham dinheiro, e para mim que poupo tempo!".

Em Março, Dona Rosa entrega a sua tese de mestrado intitulada “A dor, o sofrimento e o preço oculto a pagar pela vida”. “Esse preço oculto é a morte porque não sabemos quando morremos”, diz Dona Rosa admitindo que a sua experiência como enfermeira a motivou a fazer esta investigação.
 
O tema da tese de doutoramento também já está definido. Será sobre “Envelhecimento saudável ativo e o seu genoma”. “É inspirada na minha pessoa. Não sou uma pessoa doente e não me lembro a última vez que fui ao médico”, explica.

A um mês de completar 90 anos, Dona Rosa garante que o segredo para uma vida ativa e preenchida em qualquer idade é “andar para a frente”. “Acho que não nos devemos desmotivar, se nos agarramos a um sofrimento vamos mais depressa para a morte”, conclui a futura doutora Rosa Andrade.

09/02/2015

DESABAFO…






Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa: 
- A senhora deveria trazer os seus próprios sacos reutilizáveis para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigos do ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
- Esse é exactamente o nosso problema hoje, minha senhora.
"A sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente".
- O senhor está certo - responde a velha senhora - a nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja.
A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reutilização e  os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Mas o Sr. está certo. Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebes eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bambaleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam as nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV era do tamanho de um lenço, não tinha um écran do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas eléctricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a relva, era utilizado um cortador que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a electricidade.
Mas o Sr. tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente.
Bebíamos diretamente das fontes, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos.
Canetas: recarregávamos com tinta tantas vezes ao invés de comprar outra.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o autocarro ou o eléctrico e os meninos iam de bicicleta ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só  uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos.. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e por acaso o Sr. não pensa em viver um pouco como na minha época?
 
"Agora que  já leu o desabafo, envie para os seus amigos que têm mais de 50 anos de idade, e para os néscios que tem tudo nas mãos e só sabem criticar os mais velhos..."

02/02/2015

O Baile do Poder - A Paródia dos políticos em Portugal

CORRUPÇÃO GEROU A AUSTERIDADE




Paulo Morais: 85% da divida foi gerada pela corrupção de décadas PS-PSD-CDS

Paulo Morais ironiza que os políticos andam a contaminar a opinião pública com a falsa ideia de que "os portugueses são um bando de malucos, que andaram a comprar telemóveis e a gozar férias", e que por esse "abuso", terão de ser castigados, e esse castigo é a austeridade... Infelizmente muitos portugueses aderiram em massa a este espírito de sacrifício. Aceitam muitos dos castigos, pois foram mentalizados, de que os merecem.