Tinha intenção de trazer este assunto novamente aqui e o mais rapidamente possível.
A urgência na divulgação das últimas notícias vindas a público, associadas ao facto de estar em jogo não só a vida desta mulher, só mais uma...no meio de mais de uma centena que estão no mesmo corredor da morte por lapidação, torna essencial que todos nos manifestemos contra este crime horrendo que em pleno século XXI ainda vigora, para vergonha do Mundo!!!
A urgência na divulgação das últimas notícias vindas a público, associadas ao facto de estar em jogo não só a vida desta mulher, só mais uma...no meio de mais de uma centena que estão no mesmo corredor da morte por lapidação, torna essencial que todos nos manifestemos contra este crime horrendo que em pleno século XXI ainda vigora, para vergonha do Mundo!!!
Acontece que hoje visitei a amiga Marli do Blog marliborges e o post exacto, tal como eu teria escrito, se para tanto tivesse a mesma arte e saber, estava lá!!!
Aqui o transcrevo na íntegra.
Atentam nas palavras de Martha Medeiros, sabiamente carregadas de ironia!!!
Atentam nas palavras de Martha Medeiros, sabiamente carregadas de ironia!!!
"Olá!
Juro que eu não queria iniciar a semana falando sobre esse assunto. Aliás não queria ter que falar sobre isso, queria que as pessoas estivessem noutro patamar de evolução e que as atrocidades já estivessem apagadas da memória do mundo, retiradas dos dicionários. Queria, eu queria. Mas com tristeza vejo que não é assim. Então eu preciso falar, não posso evitar, está para além das minhas forças.

SAKINEH, UMA MULHER COMO NÓS
Adoçantes não calóricos. Massagem com compressas de ervas quentes. Máquinas high-tech para eliminar a celulite. Modelador térmico para criar cachos naturais. Esmalte de tratamento para unhas frágeis. Clareador de manchas com ácido bio-hialurônico. Hidratante bloqueador de radicais livres. E sigo folheando uma adorável revista feminina, que nos conduz a um mundo onde tudo é lindo, glamuroso e caro, mas sonhar não custa nada, e viro mais uma página, e outra, enquanto penso: uma moça chamada Sakineh Mohammadiz Ashtiani pode morrer apedrejada a qualquer momento por um suposto adultério cometido anos atrás.
Mulheres se candidatam à presidência, dirigem empresas, pedem o divórcio, viajam sozinhas, investem na sua vaidade, mas nenhuma dessas conquistas pode nos orgulhar enquanto ainda houver o costume de enterrar uma criatura no chão com apenas a cabeça de fora para que leve pedradas de diversos homens - e não podem ser pedras GG, tem que ser as de tamanho M, pois exige-se que o suplício seja longo. Que tom de gloss será conveniente para assistir ao badalado evento?
Sei que há diversas outras modalidades de desrespeito aos direitos humanos, inclusive no Brasil, mas neste momento estou vestindo a camiseta da Sakineh. Quero falar sobre o ato primitivo de se apedrejar uma mulher na cabeça até a morte. Não discuto o motivo torpe da condenação, pois nem que ela tivesse matado alguém, em vez de simplesmente ter feito sexo com alguém, seria justificativa. Não há justificativa para a brutalidade. É a lei do Irão, é a religião do Irão, é a tradição do Irão, e daí? Quando meu estômago embrulha, é sinal de que algo bem perto de mim está acontecendo. Distância só existe quando a gente racionaliza, o sentir unifica. O Irão faz parte do mundo em que eu vivo. O meu tempo e o da Sakineh são o mesmo. Somos contemporâneas. Ela não é um personagem, existe. Tem filhos. E se a mobilização internacional não surtir efeito, em breve será enterrada até a altura do busto, com os braços presos para não poder proteger o rosto.
O que dói, mais do que tudo, é reconhecer que avançamos tanto e ainda não conseguimos atingir um grau de humanidade que seja comum a todos, homens e mulheres de qualquer lugar e de qualquer crença. O que podemos fazer por Sakineh? Rezar para que ela seja enforcada, que é o plano B. Ufa, seria um alívio.
Há uma petição circulando pela Internet. Acredito tanto na eficiência desses abaixo-assinados como acredito em creme anti-rugas, mas volto a dizer: sonhar não custa nada. www.liberdadeparasakineh.com.br
Eu já assinei. Agora vou passar meu incrível tónico de renovação celular “future solution”, pois, como qualquer mulher, adoro cuidar da minha pele.
Martha Medeiros
Fonte: Jornal Zero Hora dia 11 de agosto de 2010.
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U P D A T E :
Gente, reproduzo aqui, parte das palavras de minha amiga Fernanda, do Blog " Na Casa do Rau", em seu comentário aqui no post. Vejam só...
"Eu vi na TV e deixo aqui parte do que poderá ler no link abaixo. "Ela foi agredida violentamente e torturada até aceitar aparecer diante das câmaras", afirmou Hutan Kian, numa entrevista publicada pelo diário The Guardian. Kian assumiu a defesa de Sakineh depois que o primeiro advogado dela fugiu do país. Informado das circunstâncias que cercaram a entrevista ao tentar obter notícias sobre como estava sua cliente, ele disse ainda temer que o governo iraniano execute Sakineh, que já teve a pena transformada em morte por enforcamento no mês passado. Na semana passada, um alto funcionário judicial iraniano, Mossadegh Kahnemui, afirmou que Sakineh "além de duplo adultério, também foi considerada culpada de complot para matar o marido". http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/advogado-afirma-que-sakineh-foi-torturada-antes-de-confessar-crime-na-tv"
Ná