Imagem da net
Sou mentira maquilhada de verdade
Com o peso sinistro da cobardia,
Chamam-me Justiça, Companheira, Igualdade
Mas sou incúria disfarçada de Democracia!
Sou como as ondas que se agitam nos rochedos
Implacáveis, insensíveis, em grande luta,
Soltando areias frágeis dos penedos
Que rodopiam num mar revolto que as bifurca!
Sou como o vento quando fustiga com braveza...
Fazendo ele também parte da natureza,
Por onde passa deixa um rastro de destruição!!!
Se me profano, confundo o povo com carisma...
Com alento eu o iludo... É sofisma!
E prossigo assim impune e em corrupção!!!
Ana Martins
Escrito a 8 de Janeiro de 2009
7 comentários:
De Portugal e à 01:35 da manhã, depois de ter acabado de ler o seu poema com agrado, envio-lhe uma saudação especial, como amante que sou, também, da poesia destinada a chamar a atenção para a corrupção social e política que tanto afecta um povo massacrado pelo contínuo desprezo de pessoas com grande responsabilidade na construção dum futuro melhor ... que não se vislumbra, ainda.
Maria Letra
Amiga Ana,
Soneto lindo, muito verdadeiro e actual.
Tal como diz Maria Letra pena ser pelo motivo que é, pois quanto mais bonito seria se o mote fosse pela Ética ou pela Verdade.
Infelizmente é o que está na moda para "mal dos nossos pecados".
Democracia corrupta.
Servem-se da democracia, os corruptos.
Democracia que fez deste Portugal o país mais miserável do mundo. Coisa nunca visto, por cá.
Homens que eram uns merdas noutros tempos, são agora senhores e autoridades absolutas. Perdoem, o que está escrito está escrito, não pretendo entrar na politica.
Mas tenho uma curiosidade que me atormenta.
O Rodrigues Nevoa, em Braga, ia para Administrador de uma empresa pública. O antecessor foi para onde?
Já que aquele empresa é coutada dos familiares. Que eu saiba ele não é da família. Acordei agora. É da família sim senhor. E que família.
Ana Martins, fecha a pasta que dá muito nas vistas as notas a sair e não é conveniente os indigentes ficar com algumas.
Beijocas
Cara Ana Martins,
Um retrato do pior cancro da democracia porque tem raízes profundas na sociedade a todos os níveis. Trocam-se favores, pagam-se atenções, quebram-se regras que deviam ser sagradas, sempre para colher benefícios ilegítimos. Quem paga e quem recebe fica comprometido com o acto e não denuncia, pelo que o crime não é oficialmente conhecido e isso torna muito difícil a sua erradicação dos costumes das pessoas. Os beneficiados e os potenciais beneficiados coligam-se com o fenómeno e vivem com ele pacificamente, na esperança de um dia poderem pedir e receber um favor.
A legislação e a regulamentação são propositadamente complicadas, para que, perante as dificuldades, as pessoas se disponham a pagar por baixo da mesa a rapidez do processo de um licenciamento, do despacho de um requerimento, etc.
E, com isso, quem tem poder obtém o enriquecimento ilegítimo, de que tanto se fala mas cujas origens não são denunciadas nem averiguadas e condenadas. Todos sabem que existe mas nem a lei nem a vontade política permitem a sua exterminação.
Cara Maria Letra, estamos felizes por ter sinais da sua dedicação ao SJ. Desejo que esteja bem e possa voltar aqui muitas vezes.
Parabéns Ana por mais este lindo sinal do seu grande valor.
Abraços
João Soares
Tenho certa dificuldade em compreender "corrupção". Sei que é conceito vindo dos economistas americanos dos anos 80 para tentar dar explicações do atraso de África e da América Latina. Mas agora tornou-se o mal dos males. A desculpa para incapacidades endémicas de um povo. Ou uma razão de vida da Moura Guedes.
Amiga Ana,
Parabéns, consegues por em poesia (a forma mais bela da expressão escrita) um tema absolutamente repugnante - a corrupção -.
Todos os limites possíveis foram de longe ultrapassados, toda essa corja continua impune...porque "todos" estão implicados.
Neste País reina a corrupção, está instalada, saem uns e entram outros...
Realmente a Democracia anda por aí muitíssimo mascarada, até quando???
Beijinhos
Fernanda
Carfo Táxi Pluvioso,
Penso que a corrupção vem de muito antes. Pedir um favor e dar uma prenda depois é corrupção. Meter uma cunha para uma licença ser concedida mais depressa, para o filho ser admitido num emprego do Estado, para não pagar uma multa, é isso.
E estas pequenas coisas sempre existiram. A grande corrupção do Estado, só difere na dimensão.
Um abraço
João Soares
Enviar um comentário