19/04/2009

Ser um expert...


Saber apreciar um bom vinho é não só uma arte mas também a melhor garantia de que este aumentará o prazer de uma boa refeição. Sirva-se das seguintes indicações para saber como ser um/uma verdadeiro/a expert.

Para começar é fundamental saber escolher o copo adequado. Apesar de toda a gente já saber isto, nunca é demais repetir que os copos mais largos são para os vinhos tintos e os mais pequenos e estreitos são para os vinhos brancos.

Com os vinhos tintos experimente por exemplo queijos de boa qualidade. No entanto, sinta-se livre de beber o vinho que desejar com o tipo de comida que quiser, mas lembre-se que uma combinação perfeita dá muito mais prazer que uma menos perfeita, contudo tenha em conta que o tempo do vinho branco para peixe e o tinto para a carne já acabou.
Eu pessoalmente bebo frequentemente espumante bruto com carnes assadas, se ainda não o fez experimente, não é por acaso que o leitão na Bairrada e não só é regado com espumante branco ou tinto.

É bom saber-se que a maioria do vinho depois de aberto não dura mais do que um par de dias; o vinho tornar-se-á avinagrado. Melhor bebê-lo sem dúvida…
Deve sempre efectuar uma prova prévia antes de o consumir, para isso deve colocar uma quantidade mínima de vinho no copo.
Repare bem nos seguintes pormenores; olhe atentamente para o vinho especialmente à volta do copo após o ter feito girar suavemente de dentro para fora, levando-o até quase à extremidade do copo.
De preferência verifique as tonalidades do vinho fazendo-o frente a uma superfície branca, toalha da mesa ou parede, isto para se assegurar das suas cores.
Os vinhos brancos nunca são muito velhos (não devem ser), no entanto os mais novos são geralmente mais claros e os mais amarelados mais velhos.
Curiosamente, um dos vinhos mais afamados e mais caros do Mundo é um branco da região de Bordéus, o Sauternes, que tem uma cor bastante amarelada/doirada e que tem uma história assaz curiosa.
Diz-se que num ano em que as condições climáticas não permitiram a vindima atempadamente, estas foram colhidas já bastantes tarde, quando as mesmas aparentavam já alguma podridão, “pourriture noble”, no entanto e contrariamente a todas as expectativas nasceu assim um vinho com características únicas e universalmente famoso.

Disse geralmente, porque há processos de produção, que durante o período fermentativo determinam as cores dos vinhos, a chamada “bica aberta” no qual o vinho é fermentado sem película, só o sumo da uva é utilizado, o “meia curtimenta”, onde só é fermentado por algumas horas com as películas e o “curtimenta” cuja fermentação tem lugar com as películas das uvas na íntegra.
Sobretudo o último processo é mais usado para os tintos, mas não se esqueçam dos rosés e ainda de que há vinhos brancos feitos a partir de uvas tintas, estes últimos sempre fermentados de bica aberta.

O vinho tinto perde a sua cor púrpura/avermelhada tornando-se numa cor menos escura e forte, um pouco mais acastanhada, deixando por vezes até um pouco de sedimento no fundo da garrafa. Esta altura é uma boa altura para cheirar o vinho e verificar os odores, que podem indicar que o vinho está estragado.

Gire o vinho no copo. Isto serve para misturar o oxigénio com o vinho, que irá suavizar os taninos (sabores da casca da uva), sobretudo nos vinhos jovens. Também deve mover o vinho na superfície do copo, para que o álcool do vinho evapore um pouco.
Enquanto estiver a girar o vinho no copo, repare na viscosidade do vinho, note como o vinho escorre na superfície do copo. Os vinhos mais viscosos dizem-se vinhos com “pernas”, “lágrimas”, “corpo”, os Franceses chamam-lhe “la robe” e são normalmente mais alcoólicos.
Cheire o vinho. Inicialmente deve segurar o copo um pouco distanciado do nariz. Depois deve colocar o nariz um pouco dentro do copo, e verificar o que é que o cheiro lhe diz.
Prove o vinho, mas não engula já. Role-o na boca, expondo-o a todas as papilas gustativas. Faça isto durante alguns segundos antes de o engolir dando tempo para pensar nos sabores que está a experimentar. Inspire pelo nariz enquanto movimenta o vinho na boca. Isto aumenta o sabor do vinho.
Tome outro gole, mas desta vez induza ar no mesmo. Note as diferenças subtis entre o sabor e a textura.
Note o sabor final que resta na boca quando engole o vinho. Quanto tempo dura este sabor? Gosta do sabor?

Os vinhos têm quatro componentes básicos: sabor, taninos, álcool e acidez. Muitos enólogos crêem que um bom vinho deve ter um bom balanço destas quatro características. A idade e a decantação suavizam os taninos. A acidez suaviza com a idade de um vinho. O sabor frutado decresce durante a vida de um vinho. Mais jovem maior intensidade do sabor da fruta fresca da uva, mais velho obviamente menos. O álcool mantém-se o mesmo.

Fica aqui uma lista de sabores encontrados nas mais comuns variedades de vinhos:
Cabernet – frutos escuros, especiarias verdes
Touriga – aromas florais, ameixa
Merlot –frutos negros, especirias verdes, floral
Zinfandel - frutos escuros, especiarias negras
Syrah – frutos negros, especiarias negras.
Pinot Noir – frutos vermelhos, floral, ervas
Chardonnay –Maçã, pêra, pêssego
Sauvignon Blanc – Uvas, lima, melão
O envelhecimento em carvalho causa ao vinho um sabor abaunilhado ou sabor a frutos secos.

Trabalho efectuado baseado em conhecimentos empíricos da autora e consulta na Internet.
Fernanda Ferreira

8 comentários:

Luis disse...

Querida NÁ,
Conhece o chamado "vinho dos mortos"? e o porquê de tal nome? Deve conhecer mas outros não saberão e por isso aí vai...
Quando das Invasões Francesas eles tudo quanto podiam de comer e não só iam às casas e roubavam quanto podiam. Então em Trás-os-Montes, na região de Montalegre, Boticas e Chaves os naturais guardaram o vinho enterrando-o nos cemitérios. Acabadas essas Invasões foram buscar as garrafas enterradas convencidos que o vinho estaria estragado. Qual não foi o seu espanto ao verificarem que o vinho tinha melhorado as suas qualidades com esse tratamento. A partir daí continuaram a faze-lo mas já não nos cemitérios mas o vinho, esse ficou para todo o sempre como o "vinho dos mortos"
Beijinhos

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Caro Luís,

Sinceramente não conhecia, mas faz todo o sentido.
Sei que o vinho do Porto mais antigo que existe na Ferreira data de 1815 e se chama Waterloo, porque será???

Abraço

Miguel Letra disse...

Querida Ná,
essa é fácil de responder:
Chama-se waterloo por causa da música dos Abba!
:0)))

Luis disse...

Oh Miguel,
Sempre o mesmo bem disposto...ahahahahah
Um grande abraço

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Amigos,

Se calhar foi mesmo por isso..... e como os Abba estão "as dead as dodos" ou quase, também podia chamar-se ao Waterloo de 1815, o Vinho dos Mortos.
Hehehehehehehehehehehehehehehehehe
/(^O^)\ ^_^ (^_^)
Beijão,

Luis disse...

Amiga NÁ,
É mesmo seu: não deixa cair nada em cesto roto....AHAHAHAHA!

Miguel Letra disse...

Adorei o contra-ataque! lol

A. João Soares disse...

Luís,
A experiência do «vinho dos mortos» está a ser repetida da «barragem» de Foz Côa, sendo as garrafas metidas em grades contentores e submersas durante vários meses, Esse estágio a temperatura quase constante torna o vinho mais maduro e de melhor qualidade.
Mas a Amiga Ná pode dar uma explicação mais fundamentada e irá dizer que todas as adegas procuram esse efeito térmico, para o que são construídas em caves.
Abraços
João Soares
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