Notícia dos jornais de 18 de Dezembro de 2006 dizia que: Em 1982, a autarquia de Copenhaga cedeu uma casa antiga aos jovens da cidade para servir de sede de actividades culturais e sociais. Há três anos, o município vendeu a casa a uma comunidade religiosa e, agora, ao pretender desalojar os jovens, a polícia teve que enfrentar uma multidão de jovens da cidade e vindos de vários pontos do país e do estrangeiro, numa espécie de batalha campal em que cinco pessoas ficaram feridas com gravidade e foram detidos 300 activistas.
Daqui, podemos tirar vários ensinamentos, que deveriam ser objecto de séria reflexão por parte dos nossos governantes:
1. Quando se faz uma concessão inicia-se um processo que é difícil de parar ou de recuar. A decisão deve ser preparada por um método igual ou semelhante ao que consta no post Pensar antes de decidir. Para retirar uma concessão, principalmente se já é antiga, é necessária uma negociação conduzida com muita sensibilidade. No caso vertente, era de prever que os beneficiados pela cedência da casa, que utilizaram durante um quarto de século, não se retirariam sem compensações e, no mínimo, a cedência de novas instalações com o mesmo espaço e condições. Isto é humano, é lógico.
2. Os agentes da Polícia, que no nosso país são mal vistos e desconsiderados pelo Poder, são chamados para esvaziar os efeitos de erros graves dos detentores do Poder e expõem-se a riscos que não são conhecidos dos funcionários públicos, com quem, por vezes, são comparados.
3. A incapacidade dos políticos para agirem honestamente com a população está muito generalizada, de nada valendo rodearem-se de inúmeros assessores, porque estes, sendo nomeados com base na confiança política e não na competência, e sendo inexperientes e ambiciosos, procuram agradar ao chefe evitando emitir opiniões que, embora correctas, possam contrariar as intenções dele. Dizem ao chefe aquilo que ele gosta de ouvir, para singrarem na carreira.
4. Os jovens de hoje serão os líderes de amanhã e, com a consciência desse facto inelutável e do estado a que a geração anterior deixou chegar o mundo – poluição, alteração do clima, injustiça social, pobreza, exclusão, exploração, abuso do poder, corrupção, etc. – estão a exercitar a sua musculatura de liderança, para assumirem as responsabilidades que recairão sobre os seus ombros como governantes de amanhã. Jovens assim, que se opõem aos caprichos e arbitrariedades dos poderosos, são uma esperança de um mundo melhor em que os nossos netos viverão mais felizes do que nós.
O mundo de amanhã será construído pelos jovens de hoje, porque os pais já demonstraram ter carência de competências e valores que levaram a sociedade à pior crise das últimas décadas. Será lamentável que não lhes seja dada a estrutura ética adequada para levarem a cabo com êxito a mudança que se impõe.
NOTA: este texto teve por base um post de 19 de Dezembro de 2006, publicado no Do Mirante
Daqui, podemos tirar vários ensinamentos, que deveriam ser objecto de séria reflexão por parte dos nossos governantes:
1. Quando se faz uma concessão inicia-se um processo que é difícil de parar ou de recuar. A decisão deve ser preparada por um método igual ou semelhante ao que consta no post Pensar antes de decidir. Para retirar uma concessão, principalmente se já é antiga, é necessária uma negociação conduzida com muita sensibilidade. No caso vertente, era de prever que os beneficiados pela cedência da casa, que utilizaram durante um quarto de século, não se retirariam sem compensações e, no mínimo, a cedência de novas instalações com o mesmo espaço e condições. Isto é humano, é lógico.
2. Os agentes da Polícia, que no nosso país são mal vistos e desconsiderados pelo Poder, são chamados para esvaziar os efeitos de erros graves dos detentores do Poder e expõem-se a riscos que não são conhecidos dos funcionários públicos, com quem, por vezes, são comparados.
3. A incapacidade dos políticos para agirem honestamente com a população está muito generalizada, de nada valendo rodearem-se de inúmeros assessores, porque estes, sendo nomeados com base na confiança política e não na competência, e sendo inexperientes e ambiciosos, procuram agradar ao chefe evitando emitir opiniões que, embora correctas, possam contrariar as intenções dele. Dizem ao chefe aquilo que ele gosta de ouvir, para singrarem na carreira.
4. Os jovens de hoje serão os líderes de amanhã e, com a consciência desse facto inelutável e do estado a que a geração anterior deixou chegar o mundo – poluição, alteração do clima, injustiça social, pobreza, exclusão, exploração, abuso do poder, corrupção, etc. – estão a exercitar a sua musculatura de liderança, para assumirem as responsabilidades que recairão sobre os seus ombros como governantes de amanhã. Jovens assim, que se opõem aos caprichos e arbitrariedades dos poderosos, são uma esperança de um mundo melhor em que os nossos netos viverão mais felizes do que nós.
O mundo de amanhã será construído pelos jovens de hoje, porque os pais já demonstraram ter carência de competências e valores que levaram a sociedade à pior crise das últimas décadas. Será lamentável que não lhes seja dada a estrutura ética adequada para levarem a cabo com êxito a mudança que se impõe.
NOTA: este texto teve por base um post de 19 de Dezembro de 2006, publicado no Do Mirante
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