Depois de ver o post de Miguel Letra 60 mil preservativos enviados ao Papa fui mais atraído pelas notícias dos jornais e deparei com um cenário curioso.
Sua Santidade Bento XVI, reactivando os velhos tempos do PODER TEMPORAL da Igreja ousou proibir o preservativo aos africanos, o que, perante a gravidade da onda de SIDA que assola o continente, foi recebido da pior maneira no mundo, principalmente nos órgãos de saúde que procuram debelar tal flagelo.
Alguns bispos portugueses acharam que não deviam ficar calados perante as reacções à afirmação do Papa.
O bispo de Viseu D. Ilídio Leandro defendeu, num texto publicado no site da Diocese de Viseu, que quem tem uma vida sexual activa tem «obrigação moral de se prevenir e não provocar a doença na outra pessoa». O bispo disse ainda que «aqui, o preservativo não somente é aconselhável como poderá ser eticamente obrigatório». Foi corajoso ao dizer aquilo que pensa e que se reveste de muita racionalidade e humanitarismo.
Porém, tal como se passa na política e em muitas outras actividades, concorrenciais em que a rivalidade tem que ser levada a sério, o bispo do Porto D. Manuel Clemente veio mostrar que é esperto, cauteloso, ‘politicamente correcto’, não arriscando a sua nomeação para cardeal e talvez para Papa, apareceu a dizer que «a grande solução» para o problema da SIDA é «comportamental», sendo o preservativo um «expediente» que poderá ter «o seu cabimento nalguns casos».
O Sr. bispo do Porto esqueceu-se de explicitar a sua ideia e definir como vai concretizar a solução «comportamental», e quando serão obtidos resultados visíveis e quantos séculos serão necessários para uma solução definitiva. De teorias irrealistas está o Inferno cheio.
Faz-me recordar um outro teórico. Um dia escrevi uma carta para a revista «Grande Reportagem» sobre a sinistralidade rodoviária que regularmente reduz a população jovem de várias dezenas por mês, com mais incidência em férias e datas festivas, ensombrando momentos que deviam ser de prazer e alegria. O director da revista retorquiu defendendo que o problema não se resolveria com acção policial mas sim com a educação cívica dos condutores.
Receio sempre esse optimismo teórico e utópico, sem pés para andar e sem um prazo de efectivação à vista. E como outros pensaram da mesma maneira que ele, continuamos a sofrer as consequências da falta de civismo e da ausência de medidas práticas adequadas que, infelizmente, serão bem visíveis na próxima semana de Páscoa .
O mesmo irá acontecer se as palavras teóricas do Papa e do bispo do Porto forem levadas a sério por muita gente. Que Deus nos proteja das pessoas utópicas bem intencionadas.
Neste caso, os mais ajuizados e realistas deverão usar sistematicamente o «expediente» mas de acordo com as palavras práticas e sensatas do bispo de Viseu.
Sua Santidade Bento XVI, reactivando os velhos tempos do PODER TEMPORAL da Igreja ousou proibir o preservativo aos africanos, o que, perante a gravidade da onda de SIDA que assola o continente, foi recebido da pior maneira no mundo, principalmente nos órgãos de saúde que procuram debelar tal flagelo.
Alguns bispos portugueses acharam que não deviam ficar calados perante as reacções à afirmação do Papa.
O bispo de Viseu D. Ilídio Leandro defendeu, num texto publicado no site da Diocese de Viseu, que quem tem uma vida sexual activa tem «obrigação moral de se prevenir e não provocar a doença na outra pessoa». O bispo disse ainda que «aqui, o preservativo não somente é aconselhável como poderá ser eticamente obrigatório». Foi corajoso ao dizer aquilo que pensa e que se reveste de muita racionalidade e humanitarismo.
Porém, tal como se passa na política e em muitas outras actividades, concorrenciais em que a rivalidade tem que ser levada a sério, o bispo do Porto D. Manuel Clemente veio mostrar que é esperto, cauteloso, ‘politicamente correcto’, não arriscando a sua nomeação para cardeal e talvez para Papa, apareceu a dizer que «a grande solução» para o problema da SIDA é «comportamental», sendo o preservativo um «expediente» que poderá ter «o seu cabimento nalguns casos».
O Sr. bispo do Porto esqueceu-se de explicitar a sua ideia e definir como vai concretizar a solução «comportamental», e quando serão obtidos resultados visíveis e quantos séculos serão necessários para uma solução definitiva. De teorias irrealistas está o Inferno cheio.
Faz-me recordar um outro teórico. Um dia escrevi uma carta para a revista «Grande Reportagem» sobre a sinistralidade rodoviária que regularmente reduz a população jovem de várias dezenas por mês, com mais incidência em férias e datas festivas, ensombrando momentos que deviam ser de prazer e alegria. O director da revista retorquiu defendendo que o problema não se resolveria com acção policial mas sim com a educação cívica dos condutores.
Receio sempre esse optimismo teórico e utópico, sem pés para andar e sem um prazo de efectivação à vista. E como outros pensaram da mesma maneira que ele, continuamos a sofrer as consequências da falta de civismo e da ausência de medidas práticas adequadas que, infelizmente, serão bem visíveis na próxima semana de Páscoa .
O mesmo irá acontecer se as palavras teóricas do Papa e do bispo do Porto forem levadas a sério por muita gente. Que Deus nos proteja das pessoas utópicas bem intencionadas.
Neste caso, os mais ajuizados e realistas deverão usar sistematicamente o «expediente» mas de acordo com as palavras práticas e sensatas do bispo de Viseu.
3 comentários:
Hoje - felizmente - podemos bradar bem alto e a bom som:
"Eppur si muove"!!!
A inquisição já não existe bem como Galileu mas a diferença é que a Sabedoria deste último está viva e presente em todos nós pelos séculos dos séculos.
Caro Miguel,
Receio que não possamos deitar foguetes. O mundo está em ebulição. O radicalismo muçulmano pode alastrar ao cristianismo. O Clube Bilderberg http://pt.wikipedia.org/wiki/Clube_de_Bilderberg está a preparar um governo mundial com a engenharia genética a preparar uma elite inteligente e o resto destinado apenas a mão de obra, com proibição de pensar.
Um abraço
João Soares
Não ignoro estes maus ventos. Desde que conheci a obra de alguns como Jordan Maxwell tenho andado atento a esta questão bem profunda:
http://en.wikipedia.org/wiki/New_World_Order_(conspiracy_theory)
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