18/03/2009

Dê atenção às razões do coração

Não resisto à tentação de colocar aqui esta história recebida por e-mail e que acho muito interessante.

Você lembra-se daquela tocante história do livro «O Pequeno Príncipe»?
por Suasan Andrews

Bom, existe uma história mais tocante ainda que aconteceu de fato com o criador do Pequeno Príncipe, o escritor francês Antoine de St. Exupéry.

Poucas pessoas sabem que ele lutou na Guerra Civil Espanhola, quando foi capturado pelo inimigo e levado ao cárcere para ser executado no dia seguinte. Nervoso, ele procurou na sua bolsa um cigarro, e achou um, mas as suas mãos estavam tremendo tanto que ele não podia nem mesmo levá-lo à boca. Procurou fósforos, mas não tinha, porque os soldados haviam tirado todos os fósforos da sua bolsa. Ele olhou então para o carcereiro e disse: "Por favor, usted tiene fosforo?". O carcereiro olhou para ele e chegou perto para acender-lhe o cigarro. Naquela fracção de segundo, os seus olhos encontraram-se, e St. Exupéry sorriu.

Depois ele disse que não sabia por que sorriu, mas pode ser que quando se chega perto de outro ser humano seja difícil não sorrir. Naquele instante, uma chama pulou no espaço entre o coração dos dois homens e gerou um sorriso no rosto do carcereiro também. Ele acendeu o cigarro de St. Exupéry e ficou perto, olhando directamente nos seus olhos, e continuou sorrindo. St. Exupéry também continuou sorrindo para ele, vendo-o agora como pessoa, e não como carcereiro.
Parece que o carcereiro também começou a olhar St. Exupéry como pessoa, porque lhe perguntou: "Você tem filhos?". "Sim", St. Exupéry respondeu, e tirou da bolsa fotos de seus filhos. O carcereiro mostrou fotos de seus filhos também, e contou todos os seus planos e esperanças para o futuro deles. Os olhos de St. Exupéry se encheram de lágrimas quando disse que não tinha mais planos, porque ele jamais os veria de novo. Os olhos do carcereiro se encheram de lágrimas também. E, de repente, sem nenhuma palavra, ele abriu a cela e guiou St. Exupéry para fora do cárcere, através das sinuosas ruas, para fora da cidade, e o libertou.

Sem nenhuma palavra, o carcereiro deu meia-volta e retornou por onde veio. St. Exupéry disse: "Minha vida foi salva por um sorriso do coração". O que foi aquela "chama" que pulou entre o coração desses dois homens? Isso tem sido tema de intensa pesquisa actualmente, na medida em que os cientistas estão dando conta de que o coração não é meramente uma bomba mecânica, mas um sofisticado sistema para receber e processar informações. De fato, o coração envia mais mensagens ao cérebro que o cérebro envia ao coração! Como disse o filósofo francês Blaise Pascal: "O coração tem razões que a própria razão desconhece". Estados emocionais negativos, como raiva ou frustração, geram ondas electromagnéticas totalmente caóticas do coração, como se estivéssemos pisando no acelerador e no travão simultaneamente. Esse estado de batimentos desordenados é chamado de "incoerência cardíaca" e está ligado a doença cardíaca, envelhecimento precoce, câncer e morte prematura.

Em estados de amor ou gratidão, nosso batimento cardíaco torna-se "coerente". Isso diminui a secreção dos hormónios do estresse, reduz a depressão, hipertensão e insónia, melhora o sistema imune e aumenta a clareza mental. Essa é uma das razões pelas quais tem sido provado que as emoções positivas estão associadas à boa saúde física e mental - e à longevidade. Essa irradiação coerente do coração - essa "chama" de genuína afeição - pode afectar pessoas a uma distância de até 5 metros! Logo, na próxima vez em que você estiver numa situação difícil, respire profundamente, lembre-se de St. Exupéry e do Pequeno Príncipe e irradie a energia de seu coração. Como o Pequeno Príncipe nos lembrou, "somente com o coração podemos ver com clareza".

7 comentários:

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Olá a todos,

Devo confessar que ainda não percebi como funciona o vosso Blogue, mas é irrelevante! Pelo menos para mim e neste momento.

Este belíssimo trabalho que me parece ter sido escrito por Suasan Andrews, tem nuances do brasileiro, ou estou enganada?

O facto que importa aqui salientar, é que este artigo conta uma história que eu desconhecia totalmente, um facto verídico que toca o coração de qualquer ser minimamente humano e com coração...muito obrigada por partilhá-lo com todos nós.

O livro em si, traz-me lembranças inesquecíveis.
A primeira vez que o li era já adolescente, depois li-o em Francês, mais recentemente fiz um trabalho sobre o mesmo em Inglês que possivelmente publicarei no meu Blogue.
Como a autora desta crónica, eu também saliento do livro de Exupery a frase que mais me tocou, aqui a deixo conforme a escrevi no meu texto,
" It is only with the heart that one can see rightly; what is essential is invisible to the eyes".

Feranda Ferreira

Unknown disse...

Caro amigo ,
que lindo e maravilhoso post!!!!
Que atitude humana e sensivel a do carcereiro... Adorei a história e tudo o que ela nos tranmite!

Beijinhos,
Ana Martins

A. João Soares disse...

Cara Fernanda,
Quanto ao funcionamento do blog, diga quais as suas dúvidas e elas serão esclarecidas dentro das nossas capacidades.
Talvez queira saber a origem dos trabalhos: são dos colaboradores ou por eles trazidos de outros autores devidamente citados, para que não haja plágio.
Quanto à quebra de texto, é uma possibilidade que alguns colaboradores usam mas outros não. O seu uso permite que na mesma página apareçam dois ou três títulos o que ajuda a que o segundo e o terceiro posts não fiquem ocultos pelo primeiro.
Um abraço
João Soares

A. João Soares disse...

Cara Ana Martins,
Gerou-se uma empatia entre os dois ambos, numa situação trágica sorriram, trocaram sorrisos e emoções, o que acabou numa cumplicidade positiva e favorável ao condenado, que tinha sido o primeiro a sorrir. Linda lição.
Um abraço
João Soares

Maria Letr@ disse...

O Pequeno Príncipe, de St. Exupéry, como mãe de 6 filhos é normal que conhecesse já. Desconhecia, porém, o que se passou entre ele e o carcereiro. Duma grande ternura, gostei imenso.
Um abraço.
Maria Letra

Fenix disse...

Amigo João!

Hoje, especialmente neste momento, estava mesmo a precisar de ler um texto destes!
Não calcula o bem que me fez!
Gostei tanto, tanto, tanto...
Estou sem palavras para lhe agradecer devidamente o bom que foi lê-lo!

Vou enviar o link a algumas pessoas amigas.

OBRIGADA!

Abraço

A. João Soares disse...

Cara Fénix,
Sorria sempre, crie confiança, amizade, lealdade, bom entendimento.
Claro que tudo isso tem de ser recíproco, mas por algum dos lados tem de começar. Seja cada um de nós a reivindicar o primeiro gesto. A dedicação aos outros traz sempre o retorno positivo para o nosso bem-estar psíquico.
Um abraço
João Soares