11/03/2009

Casamento

Casamento ...
Príncipio fatal
De fidelidade à lei.
Compromissso social
E burocrático,
Aristocrático ou não,
(Não sei ... ),
Duma "ela"
Um "ele" servir,
Respeitando-o até à morte
E ao que daí advir ...
É tudo uma questão de sorte ...
Mas, traduz,
Uma situação que vai muito mal.
Conduz
Ao "status" casado,
Ou, sem aparente distinção,
Casada.
Acto já menos usado,
Mas cuja alteração,
Continua estagnada.
Isto porque,
Confiança um no outro,
Não existe, talvez.
E ... com o coração
Cheio de esperança
E querer,
Liberdade ... era uma vez.
Duas assinaturas,
Feitas num livro especial
E as intenções mais puras
(ou não, não faz mal),
Registam o compromisso,
Perante quem de direito,
De pagar,
Com efeito,
(Para além de tudo mais ...),
Uma fortuna sem fim,
Em caso de separação,
À qual um lado diz "sim"
E o outro lado diz "não".
Uma comum realidade,
Que pode acontecer aos dois:
A infidelidade.
Sobretudo a do homem.
Pois ...,
Já minha Mãe me dizia,
Com sofrimento,
Pesar
E declarada ironia
(Que eu sentia disfarçar):
-"O marido,
Por ser macho,
Pode ter sete mulheres,
Enquanto a esposa,
Fiel,
Desempenha o seu papel"...

Não importa o que tu sintas.
O que importa é que consintas!



Maria Letra
Londres, 28-03-1985

8 comentários:

A. João Soares disse...

Cara Maria Letra,
Obrigada pelas meditações que nos estimula a fazer sobre temas da vida actual, quotidiana.
Um bom tema para pensar, no seguimento do dia mundial da mulher e das reflexões já aqui suscitadas pelos posts anteriores.
Abraço
João Soares

Maria Letr@ disse...

Obrigada, amigo João Soares, pelo comentário.
Digo o que penso sôbre determinados temas mas não estaria à altura de alvitrar soluções para os problemas que levanto. Lamento, mas haverá cabeças com muito mais "bagagem" para sugerir algumas formas de resolvê-los.
Despertar consciências é já um modo de abrir estradas para discutir formas de o fazer.
Um abraço.
Maria Letra

A. João Soares disse...

estamos de acordo. Já prestaremos um importante serviço publico se contribuirmos para «despertar consciências», para levar as pessoas a raciocinar e fazer juízos por si próprias a fim de não se deixarem arrastar por caciques. Temos que saber dizer não aos que dizem «quem se meter como PS apanha» ou aos malhadores ou aos que ameaçam com expulsão os seus companheiros de partido só porque ousam ter opinião própria e saber discordar quilo que lhes não merece concordância. São precisos homens e não robôs, mesmo que os caciques detestem homens.
Um abraço
João Soares

stériuéré disse...

Belo texto para descrever algo de belo para alguns e algo de tão penoso para outros....
Infelizmente temos dos dois lados no Mundo inteiro!
Adorei voltar! Beijos da sté

Adelaide disse...

Muito bem Mizita,

O que terás mais guardado! Dura Lex Sed Lex, para começar. E, agora, casamento, leis, fatalidade, uniões de facto...Continua e não tenhas receio de te sentires
envaidecida. Tens razões para isso.
O que não quero é que me passes à frente. Mas, será o que vai acontecer se eu não me acautelar.

Beijos, parabéns,

Milai

Unknown disse...

Querida amiga Maria Letra,
sei que tem toda a razão, que existem muitos casamentos que não passam de meros contratos, e que depois de muito se magoarem mutuamente, partem para um divórcio litigioso e se ofendem e defendem com as mais impensáveis barbaridades.
Mas por mais que tente não consigo ver o casamento como um contrato, se o visse assim pode crer que jamais teria casado.
Para mim casamento é a mais linda prova de amor, o casal jura fidelidade e amor até que a morte os separe, e isso é sim maravilhoso!
É com muita alegria que hoje festejo 21 anos de casada.
Gostei contudo do poema, um tema dificil de escrever e a Maria o fez muito bem!
Parabéns!!!!

Beijinhos,
Ana Martins

Maria Letr@ disse...

São quase 3 da manhã. Tenho andado com um casal amigo que veio visitar-me, mas não resisti a vir ler, não só qualquer novo trabalho publicado mas, também, os comentários dos meus amigos deste blog e que prezo de muito importantes.
Amigo João Soares: Com a minha precária ferramenta, estou a tentar extrair dum poço, cheio de tudo, o que possa ser importante trazer à superfície para ver se se salva.
Stériuéré: o casamento falhado é um mal universal que seria fácil de resolver se não houvesse tanto interesse material, de várias partes, envolvido nele.
Mara: NUNCA poderia ultrapassar-te porque não corro, ando, se possível mantendo-me na rectaguarda, para ver melhor o que se passa na frente. Aprende-se sempre qualquer coisa. Só aceito correr se fôr lado a lado - contigo e com todas as pessoas de tão boa fé como a tua (e como a minha) - e sempre na mesma direcção, a conversarmos.
Querida amiga Ana Maria: eu não penso, nem de longe, que não haja casamentos perfeitos. O que eu referi, no meu poema, foi o contrato, inventado por alguém que viu nele uma forma de "amarrar-nos" a uma complicada situação, não precisarei de dizer qual, para disso tirar proveito. O meu alerta dirige-se ao "litígio" entre o casal que recorre ao divórcio quando a coisa corre mal ... Dos felizes não preciso de falar. Que o seu Deus os proteja! E que feliz me sinto por a Ana Maria ter motivos para escrever o que escreveu. Deixo-lhe aqui uma pergunta: acha que a sua felicidade é resultante do facto de ter assinado um papel? Não! Contudo, se o contrário acontecesse, talvez tivesse que pagar muito dinheiro pela sua liberdade. Mas a Ana Maria sabe disso tão bem como eu.
Obrigada, com um grande beijinho à mistura, pelos comentários feitos. São uma forma de eu saber o que cada um pensa daquilo que me vai na alma e, SE POSSÍVEL, fazer luz sôbre o que possa, um dia, ter solução. Coragem para esperar não nos falta, como sabem. Temos dado disso tantas provas ...
Maria Letra

Unknown disse...

Querida amiga Maria Letra,
Tem toda a razão, a minha felicidade e amor não depende de um contrato assinado num papel, e o amor também não o fui buscar à Igreja. Eu sei que se fazem muitos casamentos por interesse, e que esses de forma alguma podem resultar, o que eu quis dizer é que não aceito o casamento no verdadeiro sentido da palavra como um contrato. Para mim casamento apenas se compreende se feito por amor.
Casei pelo civil e pela Igreja, porque sendo educada na religião católica assim o desejei, mas acredito que se estivesse vivendo em união de facto a minha felicidade seria totalmente igual.
O problema não está no casamento, mas sim na falta de sinceridade e nos jogos de interesses.

Beijinhos,
Ana Martins