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É nestes dias
Em que até o calor me gela os dedos,
Que o sentimento me entorpece
Espraiado no que escrevo.
É nestes dias
Em que o meu Sol não desperta,
Que a inspiração é a melancolia
Do mais triste que a vida encerra.
É nestes dias
Que em esboços já baralhados,
Me confundo com nostalgia
Em pensamentos desfocados.
E é nestes dias
Que já não sei o que digo e penso,
Que te recordo nas fotografias
Entrasgada em lamentos!
Ana Martins
Escrito a 22 de Setembro de 2008
Dedicado ao meu PAIZINHO porque apesar de já não estar entre nós, hoje continua sendo o DIA DELE!
3 comentários:
Cara Ana Martins,
Um lindo poema ao Pai, a saudade de quem foi e continua a ser muito amado. Não morreu. Continua vivo na memória da filha Só se morre quando já não há ninguém que se recorde de nós.
Parabéns por mais esta sua manifestação de muita sensibilidade.
Abraço
João Soares
Querida Ana Martins,
É com um enorme nó na garganta e algumas lágrimas que teimam em rolar pelo meu rosto que lhe agradeço este seu belíssimo poema.
Tal como a Ana, o meu querido pai já não está fisicamente entre nós, há pouco mais do que cinco anos, mas está diariamente na minha vida, no meu coração, em tudo o que penso e digo, uma vez que foi dele que genética e educativamente herdei , não só o carácter mas também o amor pela vida, pelo saber, por tudo, tudo mesmo!!!
O meu pai foi, é, e sempre será o meu único herói, modelo de virtudes, de princípios, a pessoa que para além do meu filho, eu mais amo na vida.
Peço desculpa ao meu marido e à minha mãe, mas digo sempre o que sinto.
Adivinhe o seu nome, Luís Augusto Martins.
Beijinho muito grande e um grande bem-haja, a minha mente está graças a si, cheia de lembranças doces... a amargura que ambas sentimos é superável, baste que se agarre ao amor que sente pelo seu pai e que tão vivamente aqui nos revelou.
Obrigada do fundo do coração,
Fernanda Ferreira
Lindo poema, Ana Martins. Cheio duma nostalgia profunda, mas que trouxe à minha memória, tal como aos amigos que já não têm o pai na sua companhia, a recordação da sua morte repentina. Deixou-me a marca da minha diária narração de como tinha passado o meu dia, antes dele adormecer. Queria sempre que me sentasse a seu lado, na cama e falasse, falasse, até ele adormecer. E, se adormecia antes de eu terminar a minha narração do que se tinha passado, por exemplo, nas aulas e eu o acordava, ele dizia: Não estou a dormir, filha, estava só a fazer umas contas ..... Recordo os dias, após a sua morte, em que eu ainda dizia, mentalmente: vou contar-lhe isto, quando chegar a casa. Mas a realidade era outra, bem triste, que doía muito. Mas é a lei da vida: morrer, seja de que maneira fôr e, portanto, o melhor é recordarmos os bons momentos e não pensar, propriamente, nas suas mortes.
Aqui no Reino Unido, no próximo sábado será o dia da mãe.
Um abraço, Ana Maria.
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