22/03/2009

A obesidade e o emagrecimento

Recordando, ainda, o texto do amigo João Soares, sôbre as vantagens duma boa alimentação, eu gostaria de referir aqui a minha curiosidade quando vou ao supermercado e vejo membros duma família que, por um motivo ou por outro, se tornaram obesos. Não gostaria que o termo "obesos" fosse confundido com aquelas pessoas gordinhas, cheiinhas, normalmente de bom carácter e permanente boa disposição e que, por vezes, até são gordinhas porque um desiquilíbrio do seu sistema endócrino as fez assim e não porque afogam os seus desgostos e/ou complexos em "burger kings", dunkin' donuts, chocolates ou coca-cola, por exemplo. Não tenho nada contra essas pessoas, para além de suscitarem um alerta: o da necessidade de serem acompanhadas por um competente nutricionista para que, a médio prazo, não venham a sofrer de graves problemas de saúde, nomeadamente renais e da diabetes, já para não falar de artritismo ou de problemas cardíacos.

Ora eu constato que, praticamente sem excepções, os referidos trolleys de compras dessas pessoas estão cheios de produtos altamente condenáveis para a saúde e que contribuem, em elevada medida, para que a sua obesidade, mais do que diminuir, aumente.

A partir da idade escolar, pelo menos, toda a criança que foi de tal modo "atafulhada" de alimentos até essa altura, quantas vezes à força e que, consequentemente, se tornou obesa é, frequentemente, sujeita a perseguições e intimidações por parte de colegas ficando, irremediavelmente ou não, profundamente marcada para toda a vida. Sinto uma grande revolta sempre que tenho conhecimento de casos destes. Pobres crianças e, numa grande maioria dos casos, até são obesas por excesso de zelo por parte dos pais.

Gostaria, igualmente, de referir o caso das pessoas, maioritariamente mulheres, que deixam de comer para "manter a linha". Tornou-se uma obcessão, em muitas jovens, quererem imitar a silhueta duma determinada celebridade e, para o conseguirem, recorrem demasiadamente cedo a tudo, nomeadamente à redução de alimentos e à cirurgia plástica nos seios, no rosto, enfim, nas zonas a alterar. Isto está a ser preocupante e, no Reino Unido, por exemplo, há contínuas advertências aos riscos que correm estas jovens.

Há dois dias estava eu numa ervanária inglesa a tentar ser atendida para comprar cardo mariano, em sementes, para um familiar. Curiosamente, não encontrei isso, ainda, nas inúmeras lojas que percorri. Dispunha ainda de alguma esperança e de tempo e, por isso mesmo, não estava preocupada com o facto do dono da loja estar a demorar muito a atender a jovem que estava à minha frente. Estava até encantada a ouvi-lo falar de problemas de obesidade. Ele revelava profundos conhecimentos da matéria, mas o que estava a parecer-me estranho era o facto da jovem com quem ele estava a falar, ser extremamente elegante e, portanto, não compreendia porque estava ela interessada em tanta coisa para emagrecer. Devo esclarecer que o dono da loja não me parecia preocupado com o facto de estar a vender-lhe produtos para emagrecer (ou para não engordar) porque a missão dele não é a de impedir as compras na sua loja, mas sim promovê-las. A única coisa que estava a deixar-me, direi, aborrecida, era o facto dessa jovem "estar-se nas tintas" se haveria outras pessoas à espera. Ela queria conhecer tudo e mais alguma coisa sôbre o que essa ervanária vendia para emagrecimento e, portanto, não teria eu outra alternativa senão esperar. No final eu vi-a pagar £100 por 3 produtos.

Querendo imitar a sua celebridade preferida, fisicamente, há muitas jovens que nem sequer consideram o facto de muitas dessas celebridades não passarem de robots comandados por exigentes defensores da figura padrão, os quais se estão marimbando para a saúde delas. O objectivo deles é ganhar dinheiro com os robots que criam.

Quem me dera ter o físico desta jovem, ou mesmo ter uns quilinhos a mais porque, depois, eu saberia bem o que fazer! Mas, infelizmente, o meu emagrecimento deve-se ao facto de ser alérgica a determinados alimentos, como por exemplo: leite, manteiga, pão de trigo, espinafres, ervilhas, etc. Tal como acontece com certas pessoas mais gordinhas, há casos, como o meu, em que urge o tratamento adequado. O que me choca, isso sim, é ver que há pessoas elegantissimas a gastar rios de dinheiro, seja em cirurgia plástica, seja em produtos para emagrecer, alguns dos quais altamente condenáveis por bons nutricionistas e há pessoas gordinhas que não têm qualquer relutâcia em continuar a alimentar-se de verdadeiros venenos para a sua saúde.


5 comentários:

A. João Soares disse...

Cara Mizita,
O ser humano é muito complexo e a sociedade actual tem reduzido as pessoas a tipos de beleza que condicionam a vida de débeis mentais que recusam ser o que são e devem ser para se subordinarem aos caprichos de interesses de fabricantes e vendedores de produto cuja maior vantagem é dar lucros ao comércio respectivo.
A falta de conhecimentos e de bom senso conduz a situaçaões graves para a a saúde física e mental.
Abraço
João Soares

Zé do Cão disse...

Minha querida amiga.

Não sei nada destas coisas. Não sou gordo, não sou magro. Sofro somente de males de bolso, mas isso pega-se e há muita gente na mesma.
Da cabeça, já foi mais desatilado...
De resto e tudo mais, são como um pêro.
Portanto sempre jovem

Bijocas

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Amiga Mizita,

Pois é...infelizmente vivemos num mundo assim, uns lutam para sobreviver (muitos, demasiados mesmo) sucumbem, morrem, completamente desnutridos, enquanto outros em nome de padrões de estética ditados por esta sociedade, não têm pejo algum em gastar fortunas para emagrecer.
Há depois os outros, os que "comem tudo e não deixam nada".

Lembro-me de que aqui há uns anos atrás, quando deixei de fumar e me senti engordar, fui ao médico e pedi-lhe que me prescrevesse algo para não engordar. Eis aqui a resposta do mesmo " compre uns ténis, dê mais aos pés e menos aos dentes"!!!

Beijinho
Fernanda

Maria Letr@ disse...

Obrigada pelos v/ comentários.
Trouxe este tema, que julgo pertinente, embora infelizmente não acredite que sirva de muito. A despeito do facto de muitas pessoas terem já percebido o alerta, nos últimos anos, os restaurantes de "junk food" continuam a alimentar muitas pessoas que, ao invés de comerem saudavelmente, têm a tendência de fazer deles o seu local preferido. Não sou extremista. Ainda há 3 dias almocei com uma amiga num deles, mas há quem o faça habitualmente, o que é pena. Não foi pelo facto de eu excluir esses restaurantes da minha preferência que deixei de dar o prazer à minha amiga de irmos lá, até porque somos as duas magras.
Maria Letra

Unknown disse...

Amiga Maria Letra,
o ser humano é complexo por natureza, e há sempre quem perdoe o mal que faz, pelo bem que sabe, eu mesma confesso às vezes exagero nalgumas coisas.

Por outro lado, há os que são escravos de dietas suicidas, e se enfrascam em medicamentos não aconselhados a fim de atingir a silhueta perfeita, o que por vezes lhes sai demasiado caro.

É como costumo dizer, todos iguais todos diferentes, seria óptimo se sempre prevalecesse o bom senso, mas nem sempre isso acontece.

Beijinhos,
Ana Martins