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Nos escombros da cidade
Mora miséria e delinquência,
Ofusca-se na realidade
Os limites da decência!
Nos escombros da cidade
Há seringas, lixo e dejectos,
Há jovens longe da verdade
Perdidos e sem afectos!
Nos escombros da cidade
Também há sonhos escondidos,
Desejos emoldurados
Pelas ressacas e delírios!
Nos escombros da cidade
Mora a vida que se definha,
Entre a força da vontade
E o vicio que assassina!
Ana Martins
Escrito a 13 de Outubro de 2008
2 comentários:
Cara Ana Martins,
Luís de Camões usou o seu estro para ilustrar a viagem de Vasco da Gama e muitos aspectos da vida real, afectiva, da época, muitas vezes com base na mitologia grega e romana. A Ana também dá aos seus poemas um objectivo prático didáctico com utilidade para a sociedade.
Este retrato dos «escombros da cidade» constitui uma peça que estimula à reflexão sobre a vida de muita gente, de várias idades, que vegeta à margem da sociedade, nas vizinhanças de muitos que, para enriquecerem ostensivamente como «nababos», não tiveram escrúpulos de destruírem a existência de pessoas mentalmente mais débeis e menos favorecidas pelo civismo geral.
E, infelizmente esse fenómeno que era circunscrito às grandes cidades jã avança pelos cidades menores e por localidades onde a vida era mais condicionada por tradições puras, morais e sociais, onde predominava a solidariedade humana.
Abraço e desejos de bom-fim-de-semana
João Soares
Querida Amiga,
É muito feliz a frase " pelos escombros da cidade". Isso se constata, diariamente, com grande tristeza para quem vê e nada pode fazer. Quem podia não faz. O que faz é olhar só para o seu umbigo. Mundo vergonhoso e injusto.
Beijinho
Mara
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