Vento que bate, insistente,
Em frágeis corpos, sem norte.
Leva tudo à sua frente,
Na sua fúria de morte.
Ninguém sabe o que fazer.
Desistir, não são capazes.
Acreditam no vencer
E na sorte dos audazes.
Alguns, de força incansável,
Estudam o mal na raiz,
Na procura de travar
Os ventos do seu país.
Ventos loucos, sem control,
Que sopram todos os anos,
Anos escuros, sem sol,
Que causam penas e danos.
Uns esperam a calmia,
Vão recolhendo a folhagem,
Outros, mais em sintonia,
Juntos, lutam com coragem.
Procuram travar o vento,
Lutam p'rá acalmar a dor.
Acreditam no bom tempo
E na força do amor.
De tronco sólido e duro,
Fogem de ventos e lodos.
Têm 'sperança num futuro:
Todos por um, Um por todos.
E, nesse esperar sem fim,
Sentindo a força do vento
Que sopra, dentro de mim,
Vou-me 'squecendo do tempo,
Esse factor meu rival,
Que sei ser muito importante,
Nesta luta desigual
Contra o mau tempo constante.
Venham os corpos com norte
E coragem p'rá mudança
Desta injustiça tão forte.
Maria Letra
13 comentários:
Querida Maria Letra,
Lindo, lindo!!!!
Que venham esses ventos fortes de mudança, que bem precisamos.
Para quem diz que está farta desta politiquice deu mostras no seu poema que tem muita garra para ajudar a pôr isto direito! E bem precisamos ser todos por um e um por todos para acabar com esta canalhice, trafulhice, chatisse, etc., etc. tudo em ...isse!!!
Estarei ao seu lado, juntamente com os demais destes Sempre jóvens, nesta luta de mudança tão necessária para bem dos nossos netos , pois que para nós já não será!
Um grande XI.
Gostei tanto que se não vir inconveniente irei postá-lo na Tulha para que possa ter mais visibilidade ainda, dada a força que ele nos transmite e assim merecer tal destaque.
Um grande beijinho.
Querida amiga Mizita,
Perante esta sua obra, que muito bem compreendo e agradeço, só pode ficar uma pergunta Que futuro teremos?.
É realmente preciso ter esperança mas, sem esmorecer, é indispensável ir preparando a mudança, começando por acordar os que estão ensonados e ainda não vêem que o futuro está nas suas mãos, nas mãos de todos nós.
Vou imitar o gesto do Luís e postar este belo poema no meu blog
Beijos
João Soares
Olá Maria Letra!
Linda metáfora em forma de verso, profunda e pertinente, sobre este Portugal à deriva.
Parabéns!
Vitor.
Agradeço os comentários ao meu "desabafo" feito hoje enquanto esperava que a minha neta saísse das aulas ... Foi inspirado no texto do amigo João Soares, a quem gostaria de dedicá-lo, não querendo negligenciar o Luís, por exemplo, amigo atento (e bem atento) ao que se passa. Mas esta foi a minha realidade de hoje.
Tenho feito mais poesia em inglês, ultimamente. Eis a razão pela qual não tenho postado tanto. Nem todos saberão inglês e não gostaria de armar-me em "estrangeira de Avintes" ...
Um abraço grande.
Maria Letra
Obrigada, Vitor Chuva, pelo seu primeiro comentário. Deduzo seja um seguidor do blogue Sempre Jovens, o que muito me alegra.
Uma vez mais, obrigada e volte sempre a este cantinho onde cada um, à sua maneira, faz o seu melhor por oferecer qualquer coisa a quem nos visita.
Maria Letra
Adorei mommy!
Por isto nos chamam de Povo de Navegantes.
Acolhidos pelos ventos dos tempos, algumas vezes vergamos, mas nunca, nunca quebramos!
Da melhor árvore sempre se fez o melhor mastro!
Beijos
Obrigada Miguel. Vê lá se, de vez em quando, acusas as minhas falhas também. E não serão poucas.
Beijinhos, filho.
Maria Letra
E lá estou eu a falhar ...
Ao João Soares e ao Luís, que me pediram para postar o meu poema no seu blogue, gostaria de dizer que sim, pois claro. Peço desculpa.
Um grande beijinho.
Maria Letra
Obrigada Mizita por este momento.
Percebe-se claramente a fonte de inspiração, o resultado não podia ser melhor.
Beijo,
Ná
Querida Mizita,
Mais um dos teus belos poemas.
Beijinhos
Milai
Mizita,
Mais uma das tuas, "estrangeira de Avintes", com as quais estou fazendo colecção. Na noite de S. João, comi uma broa de lá, boa como nunca. Será que tinha algo a ver com o teu inglês?
Beijinhos
Milai
Nota: Há tanto tempo que não me telefonas !!!!!!! Não se esquece assi uma amiga !!!!!
Mizita,
escapou-me este poema tão lindo que reafirma a garra e astúcia dos Portugueses.
Os ventos de mudança andam por aí, há que saber direcciona-los de forma correcta, caso contrário é como diz o João: "Que futuro teremos?"
Beijinhos,
Ana Martins
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