O post «Lei de Karzai promove submissão das mulheres Afegãs», muito bem elaborado, evidencia muita sensibilidade para o tratamento desumano das mulheres afegãs, que choca os sentimentos da nossa cultura e a dos que, em qualquer parte do mundo , prezam os direitos humanos.
Não se pode endireitar a humanidade de um dia para o outro, principalmente, aquilo que se insere, de certo modo, em tradições ou religiões. Mas é nosso dever, começar a exercer a nossa influência naquilo que está ao nosso alcance; Convém começar por limpar a testada da nossa casa, o passeio em frente à nossa porta, a nossa rua, a nossa cidade, o nosso País.
E há muito a fazer neste capítulo. Se imaginarmos que somos ETs e poisámos agora em Portugal, reparamos que há pessoas que ganham mais num dia do que outras durante toda a vida (que trabalham para aquelas); que são dados prémios de milhões a administradores de empresas com prejuízos e os trabalhadores não são aumentados senão de uns míseros cêntimos; há pessoas que vivem na rua ou em casebres sem condições enquanto aqueles que enriquecem com o seu trabalho vivem com todas as comodidades em autênticos palácios; há pessoas que se deslocam em carros caríssimos a poluir a atmosfera enquanto outros vão a pé ou de transportes públicos trabalhar nas empresas daqueles; Há muitos que, ao mesmo tempo que se queixam da falta de dinheiro, enchem os espaços dos concertos e das áreas de férias; autarcas dizem que é preciso poupar energia mas mantêm uma iluminação exagerada nas ruas durante toda a noite; ONGs apoiam os condenados e esquecem a mínima ajuda às vítimas dos crimes deles; a Justiça mantêm em liberdade assassinos em condições de continuarem a fazer aquilo que sabem fazer e de que gostam – matar.
Enfim, coisas que devem levar um ser sensato que depara com elas a fazer críticas semelhantes às feitas à degradante situação das mulheres afegãs e de outros Estados de cultura semelhante. Temos por cá muitos motivos para exercitar o dever de cidadania e contribuir para um Portugal mais justo, equilibrado e com gente mais feliz.
Por isto, acho que, mais do que agitar consciências contra as injustiças sociais no Afeganistão, há que olhar para a nossa casa e procurar melhorar os aspectos degradantes, para criar mais justiça social e uma vivência mais propiciadora de segurança, harmonia e bem-estar.
De tudo o que foi referido, saliento a desordem social traduzida na insegurança e na falta de poder dissuasivo da Justiça, tudo com base numa relação de alguns títulos da imprensa de hoje.
O pânico de ser vítima de carjacking, empregados de supermercado presos e ameaçados por um assalto depois do fecho do estabelecimento, um pedófilo que abusou de um miúdo de 11 anos seu vizinho e o agrediu para não revelar o crime de que fora vítima, assaltantes de um prédio onde moram polícias foram surpreendidos por estes, um chefe dos correios foi agredido à coronhada por assaltantes, um delinquente foi detido pela PJ após três assaltos aos CTT, a PJ prendeu traficante que andava a seguir há 10 anos, seguranças de uma discoteca batem e roubam, um rapaz matou o pai num momento de fúria, à machadada e com uma foice, um jovem ajudado por dois amigos todos toxicodependentes, sequestrou um colega para lhe roubar o ordenado do mês.
Como a Justiça não é rápida e severa, estes crimes são frequentes porque não há medidas que dissuadam os menos ordeiros, que sentem que o risco de serem presos é muito reduzido. Isso é bem visível no caso da mulher que foi apanhada a conduzir sem carta e só à 37ª vez foi condenada a um ano de prisão efectiva. Até agora, nada a dissuadiu de continuar em infracção.
Portanto, mais do que bradar contra factos alheios, há que gritar alertas bem sonoros contra os erros que estão a minar os valores éticos e sociais da nossa população.
Não se pode endireitar a humanidade de um dia para o outro, principalmente, aquilo que se insere, de certo modo, em tradições ou religiões. Mas é nosso dever, começar a exercer a nossa influência naquilo que está ao nosso alcance; Convém começar por limpar a testada da nossa casa, o passeio em frente à nossa porta, a nossa rua, a nossa cidade, o nosso País.
E há muito a fazer neste capítulo. Se imaginarmos que somos ETs e poisámos agora em Portugal, reparamos que há pessoas que ganham mais num dia do que outras durante toda a vida (que trabalham para aquelas); que são dados prémios de milhões a administradores de empresas com prejuízos e os trabalhadores não são aumentados senão de uns míseros cêntimos; há pessoas que vivem na rua ou em casebres sem condições enquanto aqueles que enriquecem com o seu trabalho vivem com todas as comodidades em autênticos palácios; há pessoas que se deslocam em carros caríssimos a poluir a atmosfera enquanto outros vão a pé ou de transportes públicos trabalhar nas empresas daqueles; Há muitos que, ao mesmo tempo que se queixam da falta de dinheiro, enchem os espaços dos concertos e das áreas de férias; autarcas dizem que é preciso poupar energia mas mantêm uma iluminação exagerada nas ruas durante toda a noite; ONGs apoiam os condenados e esquecem a mínima ajuda às vítimas dos crimes deles; a Justiça mantêm em liberdade assassinos em condições de continuarem a fazer aquilo que sabem fazer e de que gostam – matar.
Enfim, coisas que devem levar um ser sensato que depara com elas a fazer críticas semelhantes às feitas à degradante situação das mulheres afegãs e de outros Estados de cultura semelhante. Temos por cá muitos motivos para exercitar o dever de cidadania e contribuir para um Portugal mais justo, equilibrado e com gente mais feliz.
Por isto, acho que, mais do que agitar consciências contra as injustiças sociais no Afeganistão, há que olhar para a nossa casa e procurar melhorar os aspectos degradantes, para criar mais justiça social e uma vivência mais propiciadora de segurança, harmonia e bem-estar.
De tudo o que foi referido, saliento a desordem social traduzida na insegurança e na falta de poder dissuasivo da Justiça, tudo com base numa relação de alguns títulos da imprensa de hoje.
O pânico de ser vítima de carjacking, empregados de supermercado presos e ameaçados por um assalto depois do fecho do estabelecimento, um pedófilo que abusou de um miúdo de 11 anos seu vizinho e o agrediu para não revelar o crime de que fora vítima, assaltantes de um prédio onde moram polícias foram surpreendidos por estes, um chefe dos correios foi agredido à coronhada por assaltantes, um delinquente foi detido pela PJ após três assaltos aos CTT, a PJ prendeu traficante que andava a seguir há 10 anos, seguranças de uma discoteca batem e roubam, um rapaz matou o pai num momento de fúria, à machadada e com uma foice, um jovem ajudado por dois amigos todos toxicodependentes, sequestrou um colega para lhe roubar o ordenado do mês.
Como a Justiça não é rápida e severa, estes crimes são frequentes porque não há medidas que dissuadam os menos ordeiros, que sentem que o risco de serem presos é muito reduzido. Isso é bem visível no caso da mulher que foi apanhada a conduzir sem carta e só à 37ª vez foi condenada a um ano de prisão efectiva. Até agora, nada a dissuadiu de continuar em infracção.
Portanto, mais do que bradar contra factos alheios, há que gritar alertas bem sonoros contra os erros que estão a minar os valores éticos e sociais da nossa população.
5 comentários:
Eu até poderia concordar com o texto exposto, se não se tratasse, no modelo iraniano ou afegão, o assassínio de GÉNERO, legal!!
Vamos-mo-nos preocupando com o que se passa na nossa civilização, sim porque a justiça é inoperante. Agora o que eu não concordarei nunca, é com assassínio ou genocídio de Género e que a dita justiça apoie ou compactue! As mulheres não têm culpa, de terem nascido mulheres e sendo assim retrocedemos uns milénios, voltando à caça ás bruxas, imposta pela "Santa" Inquisição onde foram eliminadas, 2º os estudos, 6 milhões de mulheres, por terem curado alguém com ervas medicinais! Não esquecer também que no Irão existem mais de duzentas Madrassas (escolas e universidades), assim como no Afeganistão e Paquistão, com células em todo o Mundo Ocidental, onde orientam os alunos da pior forma (lavagem cerebral) através da violência psicológica e física para a "guerra santa", por eles tão ansiada e perpretada. Claro que o assassínio de mulheres, fará parte dessa ideologia! Penso que já chega a China a assassinar o Género.
É preciso não nos esquecermos, que a globalização nos coloca em perigo a todos... não se pode descriminar o Género portador de vida, seja no Irão, seja ao lado da nossa casa... é que a coisa estende-se...
As escolas e Universidades fundamentalistas, Madrassas já estão há muito incrementadas no Ocidente e convém alertar, que este mesmo Ocidente está a gerar um poderoso inimigo no seu seio.
Já não nos podemos dar ao luxo de olhar apenas para a nossa casa, pois a nossa casa é a Terra Globalizada. Não há fronteiras para as ideologias!
Teremos por isso, de contextualizar os acontecimentos globalmente e defender, ou até se preciso for, atacar por todas as frentes! O Mal, não se pode enraizar mais, do que o que está.
Não esquecer, que quem patrocinou Bin Laden e outros terroristas, foram exactamente os ocidentais.
Muniram-nos de armas e por isso agora toca a todos, zelar para que o pior não aconteça.
Caro amigo João,
Gostaria muito de lhe dizer que sim, que estou 100% de acordo com o teor do seu texto, mas infelizmente não posso estar.
Em primeiro lugar porque por essa ordem de ideias só os assuntos internos seriam tidos como importantes (não nego que o sejam, são e muito, prioritários também) mas que pertencemos cada vez mais a um mundo global e que tudo está intimamente ligado, ninguém pode negar.
Se eu me preocupar só comigo estarei a ser egoísta, ou não?
Sinceramente e com todo o respeito, penso que temos deveres com os outros povos irmãos, neste caso com o que se passa mais com as nossas irmãs, que só tiveram o azar de nascer no lado errado do Globo.
Há tanta coisa que está mal, aqui também, é um facto, mas nós fomos ganhando os nossos direitos, mesmo que a pulso e ainda há muitos por conquistar, mas somos livres... para pelos manifestar a nossa indignação contra estas condições atrozes a que são sujeitas milhões de mulheres, seres humanos, como nós.
Como já citei anteriormente gostaria de lembrar novamente que "" A mulher foi feita da costela do homem, não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do lado para ser igual, debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser AMADA! "
Gostaria ainda que soubesse que sei bem que concorda comigo no cerne da questão, isso está implícito no seu primeiro parágrafo.
Amigos como sempre.
Um beijo
Fernanda Ferreira
Caras Amigas Fada do Bosque e Ná,
Gosto de comentários que obrigam a explicar melhor o que tinha ficado escrito, criando mais condições para que o tema seja melhor compreendido pelos leitores. Por isso digo muito obrigado pela vossa atenção.
Ainda bem que reconhecem que defendo o calor do post linkado na defesa das mulheres chiitas do Afeganistão.
Concordo que estamos na era da globalização e somos cidadãos do mundo, interessados por tudo o que ocorre em qualquer continente e ninguém tem algo a apontar contra este meu conceito de internacionalização dos problemas.
Mas mantém-se a necessidade de justificar a prioridade que deve ser dada aos problemas locais. Não seria lógico nem logisticamente aconselhável que os portugueses fossem limpar as ruas de Cabul e esperassem, que as de Lisboa fossem limpas por afegãos. Essa parte até pode acontecer por troca de emigrantes e imigrantes!!!
Mas há correcções de vivência interna que devem começar a ser efectivadas localmente. Por exemplo, algumas dessas correcções podem e devem ser levadas a efeito nas próximas legislativas e autárquicas.
Não há dúvidas que em casa de cada um terá de ser ele a cozinhar da forma mais adequada, embora haja forças exteriores que aconselhem cuidados com Saúde e Alimentação.
Outro aspecto que reforça esta tese é que os conselhos vindos das pessoas ordeiras com civismo têm mais força de convicção do que os vindos de desleixados e sem ética. É preciso começar por ter força moral, exemplaridade, para depois poder dar conselhos e fazer exigências em área distante.
Portanto, não retiro nada ao valor da intervenção do post que tive o cuidado de realçar e linkar. A Ná teve o cuidado de o afirmar. Porám, acho que se trata de não esquecer nem minorar aquilo que merece ser melhorado na nossa sociedade para nos dar mais credibilidade no estrangeiro e tornar os nossos apelos mais eficazes.
Os direitos humanos devem ser respeitados universalmente, porque todas as pessoas devem ser iguais em direitos e um desses direitos é ser respeitado pelos outros.
Boa continuação do fim-de-semana
Beijos
João
Caro João Soares
Com todo o respeito, gostaria só de dar uma pequena achega, concordando com o que dizem a Fernanda e a Fada:
Se nós nos mantivermos informados das infâmias e abusos dos direitos humanos que se passam por esse mundo fora, podemos pressionar as Nações Unidas a tomarem medidas. As Nações Unidas não são só um conjunto de países: somos nós todos.
E é preciso isso pelo seguinte:
- Estes problemas, tratando de vidas humanas e de direitos humanos, são muito mais graves que os que temos em Portugal.
- Falarmos deles, alertarmos consciências não impede de nos ocuparmos com os nossos problemas internos,
- Enfiar a cabeça na areia sobre esses assuntos, é não só falta de solidariedade para com as pessoas que sofrem os abusos e são assassinadas, como também não nos ajuda a resolver os nossos problemas internos.
Agora, que tem toda a razão quando diz que temos de ajudar a limpar a nossa casa, o nosso Portugal, em que também tanta coisa está mal, disso não duvido.
E as questões de segurança, para além de uma época de crise, tem como fonte principal o que disse: uma JUSTIÇA ineficaz (ou será inexistente?).
Cumprimentos
Cara Manuela Araújo,
Embora a maioria das pessoas passe indiferente aos reais problemas da humanidade, é agradável verificar aqui que os poucos comentadores, são pessoas com boa formação ética e humana, tendo um mesmo objectivo - contribuir para uma melhor convivência social com respeito pelos direitos humanos - embora nas soluções, na via que conduz a esse objectivo, possam discordar um pouco nas prioridades, nas manobras tácticas para concretizar a grande estratégia que é a mesma.
Há que continuar a deitar mão de qualquer pretexto para bem da humanidade, fazendo acordar todas as instituições que se dizem orientadas para esse objectivo, mas que muitas vezes se perdem no caminho agarradas a interesses pessoais, de fama, grandeza, visibilidade, satisfazendo vaidades pouco edificantes.
Parece que todos os comentadores estão de parabéns e merecem votos de que continuem sem esmorecimentos.
Abraços
João
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