Num simples percurso que se faça, ao longo de uma estrada, somos confrontados com o espanto que a nossa sensibilidade é capaz de tecer e arquitectar no plano analógico.
Uma árvore ou um conjunto de árvores, uma colina um rio ou uma montanha, uma simples flor ou um cardo amarelecido, remete-nos irremediavelmente para o mundo dos sentimentos, construindo sensações.
A forma, os contornos estarão de acordo com o tempo e com o templo de cada um de nós. Do nascer ao morrer há tempo para tudo.Tempo para esperar o acontecer. Tempo para escutar o coração e calar a voz da razão. Tempo para arregaçar as mangas e partir para a luta. Tempo de perder com dor. Tempo de esquecer que o mar existe e que lá fora o acontecimento é notícia. Tempo de soltar gritos e calar os mais aflitos. Tempo de levedar o amor.
No nosso templo as fragilidades não se ausentam. Marcam o ritmo da vida, em parcerias com os nossos êxitos, com os nossos sucessos. A dificuldade reside na coragem da sua partilha com os outros.
Fomos educados numa construção do social, e que o Homem foi feito para o êxito e nunca para o fracasso. Expor as suas fragilidades faz parte de um processo pouco permitido ou quase proibido.
Mostrar o seu lado carente de afecto, a necessidade de ter "almofadas" para descansar de si, é tido e havido como um comportamento desequilibrado.
Mas eu continuo a dizer que podemos ser rios e fontes, montanhas e vales profundos, flores e cardos, sol e vento e que as semelhanças com todos estes outros elementos da natureza não são meras casualidades. Nascemos sob o signo da harmonia. Urge tomar a peito o respeito pela Herança e não anular a Criatividade para que possa surgir o Progresso.
Maria José Areal
Do Livro "Pedaços de mim" de Maio de 1999
Fernanda Ferreira
Uma árvore ou um conjunto de árvores, uma colina um rio ou uma montanha, uma simples flor ou um cardo amarelecido, remete-nos irremediavelmente para o mundo dos sentimentos, construindo sensações.
A forma, os contornos estarão de acordo com o tempo e com o templo de cada um de nós. Do nascer ao morrer há tempo para tudo.Tempo para esperar o acontecer. Tempo para escutar o coração e calar a voz da razão. Tempo para arregaçar as mangas e partir para a luta. Tempo de perder com dor. Tempo de esquecer que o mar existe e que lá fora o acontecimento é notícia. Tempo de soltar gritos e calar os mais aflitos. Tempo de levedar o amor.
No nosso templo as fragilidades não se ausentam. Marcam o ritmo da vida, em parcerias com os nossos êxitos, com os nossos sucessos. A dificuldade reside na coragem da sua partilha com os outros.
Fomos educados numa construção do social, e que o Homem foi feito para o êxito e nunca para o fracasso. Expor as suas fragilidades faz parte de um processo pouco permitido ou quase proibido.
Mostrar o seu lado carente de afecto, a necessidade de ter "almofadas" para descansar de si, é tido e havido como um comportamento desequilibrado.
Mas eu continuo a dizer que podemos ser rios e fontes, montanhas e vales profundos, flores e cardos, sol e vento e que as semelhanças com todos estes outros elementos da natureza não são meras casualidades. Nascemos sob o signo da harmonia. Urge tomar a peito o respeito pela Herança e não anular a Criatividade para que possa surgir o Progresso.
Maria José Areal
Do Livro "Pedaços de mim" de Maio de 1999
Fernanda Ferreira
6 comentários:
Olá Fernanda!
Bonito texto que aqui trouxeste, com muitas afirmações que eu partilho.É bem verdade que o "não triunfar" é tendencialmente visto como sinal de incapacidade de adaptação ao mundo em que vivemos, de inferioridade mesmo.As fraquezas, quando as há, convém escondê-las, já que expô-las nos pode trazer prejuízo;a vida ensina-nos isso mesmo!
Beijinho
Vitor.
Cara Ná,
A nossa ligação à Mãe Natureza, é tão profunda, que não deveríamos nunca deixar de partilhar com ela a nossa existência duma forma mais estreita, mais íntima. Se ao menos as pessoas pudessem descobrir a forma de terem tempo para dar-lhe mais atenção, poderiam serenar mais as suas emoções e compreender melhor a direcção a dar aos seus passos.
Todavia, o ritmo em que muitas pessoas consomem o seu dia-a-dia aniquila valores que elas têm, concerteza, mas que desgastam com a forma como vivem. Pertenço ao número daqueles que veneram a Natureza como o que de mais precioso possa existir. É dela que extraio a força de que preciso para viver.
Parabéns por este texto bem escolhido.
Um abraço.
Maria Letra
Querida Ná,
Apreciei imenso este tema da M.José Amaral. Assim como a beleza que encontrei na sua forma de escrever.
Os meus parabéns para ela e para ti que a trouxeste até este belo espaço de perfeita convivência e amizade honesta e pura.
Beijos
Milai
Queridos amigos,
A Maria José Areal agradecerá, espero eu, muito brevemente e pessoalmente todos os vossos elogios.
Trouxe aqui um dos seus textos que naquele particular momento me dizia muito.
Beijinhos a todos
Ná
Olá Mãe!
Que belo texto da Zezinha Areal, ela é mesmo qualquer coisa de extraordinário, e tu, como sempre, com o teu bom gosto nas escolhas que fazes.
Parabéns a ambas, neste caso especialmente à autora.
Já agora um beijinho para ela e um beijão ENORME para ti.
Pedro
Olá filhote,
Que bom que nos fizeste um visita.
É verdade, um belíssimo texto, ela é realmente fantástica, e reparaste que é de 1999???
Beijão para ti.
Mãe
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