Este nosso colega não era exactamente conhecido por ter grande afinidade por livros escolares , e muito menos por estudar o seu conteúdo; ele tinha sempre coisas mais interessantes apara fazer, e em que pensar… Um dia, de pé, frente a um largo desenho onde era mostrada uma turbina a vapor, foi - lhe “pedido” que descrevesse o que via. Mas, ao invés disso, ele permaneceu silencioso, contemplando-o, como que enfeitiçado: de seguida experimentou dar um passo atrás, ensaiou olhar de um ângulo … depois doutro; virou-se para nós com ar suplicante, de novo olhou para o desenho, fixando-o, imóvel, sempre mudo - perdido.
Quebrando o longo e pesado silêncio, o professor, num meigo tom de voz, perguntou-lhe, então: “Vasco, o que é que tu queres ser na vida: maquinista naval ou espírita?”
Vitor Chuva
23-08-2009
Quebrando o longo e pesado silêncio, o professor, num meigo tom de voz, perguntou-lhe, então: “Vasco, o que é que tu queres ser na vida: maquinista naval ou espírita?”
Vitor Chuva
23-08-2009
Vitor Chuva
3 comentários:
Caro Vítor,
Deixou-nos na curiosidade de saber se o Vasco passou a pisar a terra e se foi um bom profissional. Pensar é preciso, mas a realidade não pode ser desprezada principalmente por um técnico de construção e de manutenção, de cujo trabalho tem de resultar eficiência das máquinas e segurança para quem as utiliza.
Pensando nas recentes notícias, fico com dúvidas se os responsáveis pela manutenção dos aviões passaram todos a ser espíritas, tal como os técnicos que analisam a segurança de arribas das praias.
Um abraço
João
Querido amigo Vitor,
Muito interessante ler, agora em Português, este teu conto que já conhecia do vitorchuva-shortstories.
Esta é só mais uma das muitas que me faz sorrir.
Parabéns pela forma maravilhosa como relatas as tuas históras de vida.
Beijo
Fernanda
OLá João Soares e Fernanda.
Quanto ao percurso profissional do personagem, o mesmo acabou por evoluir no bom sentido; o amigo Vasco gostava mais do lado prático da profissão, e acabou por ser bem sucedido na carreira.
Quanto à história em si, ficou-me sempre na memória; o mesmo se terá passado com muitos outros estudantes, imagino!
Obrigado pelos vosso comentários simpáticos.
Um abraço.
Vitor Chuva
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