O professor António Barreto dá grande ênfase ao papel do exemplo dos maiores, dos melhores, dos heróis, dos dirigentes, etc. Mais do que as palavras os responsáveis devem agir pelo exemplo.
Vejamos a última parte do seu discurso na sessão solene do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
A importância do exemplo segundo António Barreto em discurso no 10 de Junho
Não usemos os nossos heróis para nos desculpar. Usemo-los como exemplos. Porque o exemplo tem efeitos mais duráveis do que qualquer ensino voluntarista.
Pela justiça e pela tolerância, os portugueses precisam mais de exemplo do que de lições morais.
Pela honestidade e contra a corrupção, os portugueses necessitam de exemplo, bem mais do que de sermões.
Pela eficácia, pela pontualidade, pelo atendimento público e pela civilidade dos costumes, os portugueses serão mais sensíveis ao exemplo do que à ameaça ou ao desprezo.
Pela liberdade e pelo respeito devido aos outros, os portugueses aprenderão mais com o exemplo do que com declarações solenes.
Contra a decadência moral e cívica, os portugueses terão mais a ganhar com o exemplo do que com discursos pomposos.
Pela recompensa ao mérito e a punição do favoritismo, os portugueses seguirão o exemplo com mais elevado sentido de justiça.
Mais do que tudo, os portugueses precisam de exemplo. Exemplo dos seus maiores e dos seus melhores. O exemplo dos seus heróis, mas também dos seus dirigentes. Dos afortunados, cujas responsabilidades deveriam ultrapassar os limites da sua fortuna. Dos sabedores, cuja primeira preocupação deveria ser a de divulgar o seu saber. Dos poderosos, que deveriam olhar mais para quem lhes deu o poder. Dos que têm mais responsabilidades, cujo "ethos" deveria ser o de servir.
Dê-se o exemplo e esse gesto será fértil! Não vale a pena, para usar uma frase feita, dar "sinais de esperança" ou "mensagens de confiança". Quem assim age, tem apenas a fórmula e a retórica. Dê-se o exemplo de um poder firme, mas flexível, e a democracia melhorará. Dê-se o exemplo de honestidade e verdade, e a corrupção diminuirá. Dê-se o exemplo de tratamento humano e justo e a crispação reduzir-se-á. Dê-se o exemplo de trabalho, de poupança e de investimento e a economia sentirá os seus efeitos.
Políticos, empresários, sindicalistas e funcionários: tenham consciência de que, em tempos de excesso de informação e de propaganda, as vossas palavras são cada vez mais vazias e inúteis e de que o vosso exemplo é cada vez mais decisivo. Se tiverem consideração por quem trabalha, poderão melhor atravessar as crises. Se forem verdadeiros, serão respeitados, mesmo em tempos difíceis.
Em momentos de crise económica, de abaixamento dos critérios morais no exercício de funções empresariais ou políticas, o bom exemplo pode ser a chave, não para as soluções milagrosas, mas para o esforço de recuperação do país.
Vejamos a última parte do seu discurso na sessão solene do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
A importância do exemplo segundo António Barreto em discurso no 10 de Junho
Não usemos os nossos heróis para nos desculpar. Usemo-los como exemplos. Porque o exemplo tem efeitos mais duráveis do que qualquer ensino voluntarista.
Pela justiça e pela tolerância, os portugueses precisam mais de exemplo do que de lições morais.
Pela honestidade e contra a corrupção, os portugueses necessitam de exemplo, bem mais do que de sermões.
Pela eficácia, pela pontualidade, pelo atendimento público e pela civilidade dos costumes, os portugueses serão mais sensíveis ao exemplo do que à ameaça ou ao desprezo.
Pela liberdade e pelo respeito devido aos outros, os portugueses aprenderão mais com o exemplo do que com declarações solenes.
Contra a decadência moral e cívica, os portugueses terão mais a ganhar com o exemplo do que com discursos pomposos.
Pela recompensa ao mérito e a punição do favoritismo, os portugueses seguirão o exemplo com mais elevado sentido de justiça.
Mais do que tudo, os portugueses precisam de exemplo. Exemplo dos seus maiores e dos seus melhores. O exemplo dos seus heróis, mas também dos seus dirigentes. Dos afortunados, cujas responsabilidades deveriam ultrapassar os limites da sua fortuna. Dos sabedores, cuja primeira preocupação deveria ser a de divulgar o seu saber. Dos poderosos, que deveriam olhar mais para quem lhes deu o poder. Dos que têm mais responsabilidades, cujo "ethos" deveria ser o de servir.
Dê-se o exemplo e esse gesto será fértil! Não vale a pena, para usar uma frase feita, dar "sinais de esperança" ou "mensagens de confiança". Quem assim age, tem apenas a fórmula e a retórica. Dê-se o exemplo de um poder firme, mas flexível, e a democracia melhorará. Dê-se o exemplo de honestidade e verdade, e a corrupção diminuirá. Dê-se o exemplo de tratamento humano e justo e a crispação reduzir-se-á. Dê-se o exemplo de trabalho, de poupança e de investimento e a economia sentirá os seus efeitos.
Políticos, empresários, sindicalistas e funcionários: tenham consciência de que, em tempos de excesso de informação e de propaganda, as vossas palavras são cada vez mais vazias e inúteis e de que o vosso exemplo é cada vez mais decisivo. Se tiverem consideração por quem trabalha, poderão melhor atravessar as crises. Se forem verdadeiros, serão respeitados, mesmo em tempos difíceis.
Em momentos de crise económica, de abaixamento dos critérios morais no exercício de funções empresariais ou políticas, o bom exemplo pode ser a chave, não para as soluções milagrosas, mas para o esforço de recuperação do país.
5 comentários:
Caro João,
Infelizmente o que mais existe são os maus exemplos!
Pessoalmente considero o exemplo o motor de tudo na vida colectiva e assim não havendo bons exemplos dificilmente uma sociedade será saudável! É por isso que vivemos neste pantano! Ainda não há muitos anos (e podiamos não gostar do sistema politico que se vivia) os exemplos de uma maneira geral podiam ser seguidos, hoje infelizmente isso não acontece! Lutemos por melhores dias!
Um abraço muito amigo
Caro Luís,
Na sociedade, cada pessoa é uma peça do conjunto e não devemos esperar que o exemplo venha dos outros através dos nossos apelos. Teremos que ao nosso nível, por mais baixo que seja, darmos bons exemplos.
Este blogue pretende ser um exemplo de dignidade de estímulo para uma sociedade mais solidária, mais humana. A interacção entre os elementos da nossa equipa é um exemplo de que «pode mais a bondade e o espírito de equipa do que a violência e a confrontação concorrencial».
Não quero significar que devemos levar pela mão os outros, mas sim dar um jeito para que se habituem a Pensar antes de decidir, para que as suas atitudes sejam resultado da sua vontade própria e não de pressões e sloganes de outros.
Repara que o Vital foi levado pela mão dos clássicos do seu actual partido e nem por isso deixou de cair na tentação do estúpido ataque sistemático ao seu principal rival o que acabou por lhe ser fatal. Não passou por um «malhador» obstinado e cretino. Será que tem cérebro dentro do crânio?
Um abraço
João
Caro amigo João,
Confesso que não entendo nem quero entender muito de política (toda ela é uma sujeira pegada), só por isso dificilmente me verá comentar textos deste género.
Sei, contudo, acredito eu, ver com alguma clarividência, onde estão os bons e os maus exemplos, não preciso ler as "cartilhas".
Finalmente, acredito mais nas acções do que nas palavras...a avaliar pela leitura deste discurso de António Barreto e dos exemplos citados, qualquer inocente pensaria estar na presença de uma pérola, da salvação para este país...puro e redondo engano!!!
Beijinho
Fernanda Ferreira
Querida Ná,
Penso que o exemplo serviu de tema ao discurso por se integrar na homenagem a heróis que devem ser tomados como exemplos, e por outro lado deve ser uma crítica que fica expressa na minha frase de resumo constante no mais recente post em Do Miradouro os portugueses precisam mais de exemplo do que de lições morais», de «sermões», de «declarações solenes», de «discursos pomposos».
Beijos
João
Amigos,
Os nossos post's são no sentido de darmos os melhores exemplos a quem nos siga. Estou portanto em consonância com o João mas também em concordância com a NÁ no que diz respeito a dar preferência às acções, pois elas dão o rumo que se pretende nos exemplos a seguir.
Bons feriados
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