Imagem do Google www.maxmode.blogspot.com
Rasguei todas as promessas que me fizeste,
Destruí-as, enterrei-as sem pudor,
Rasguei-as com a mesma garra que tu teces
Esta mágoa que me queima e causa dor.
Destruí-as simplesmente sem me sentir,
Enterrei-as, ai que bom só de pensar
Que já não sei nem conjugo o verbo ir,
Que já não quero o que não me podes dar.
Acabou-se, é pretérito, foi-se o tempo
Em que os desejos eram só tristes lamentos
Desfeitos na penumbra que me sorvia...
Hoje tenho a verdade que em mim emana
Com subtileza o frescor da esperança,
Hoje tenho o sabor da calmaria!
Ana Martins
Escrito a 25 de Junho de 2009
5 comentários:
Querida ANA,
Lindo soneto! Eu que hoje tive um dia atrbuladíssimo ao lê-lo consegui interiorizar a calmaria que o mesmo nos trás. A ANA consegue, através dos seus poemas, criar momentos muito belos e muito especiais próprios de quem sabe comunicar. O elogio aparece naturalmente sem que haja da nossa parte qualquer esforço para o fazer. Sinceramente não tenho inveja mas sinto pena de não ter esse dom que a ANA usa tão fácilmente e sem qualquer esforço. É uma qualidade nata!
Beijinhos
Querida Amiga Ana Martins,
Um soneto soberbo que contém uma situação que pode ser frequente, embora nem sempre encarada sm a serenidade que produz a calmaria, e nos traz uma lição já aqui referida algumas vezes sobre a necessidade de arrumar as gavetas, eliminando muito lixo que de nada serve para obtermos a felicidade hoje e agora e para preparar a vida calma de amanhã.
Dores e ressentimentos do passado são nuvens negras que toldam a felicidade de hoje e impedem olhar o futuro, com calma e lucidez mais convenientes. Os pensamentos positivos dão saúde psicológica e física. Façamos a higiene mental que este poema nos sugere.
Muitos parabéns por mais este belo trabalho.
Beijos de muita consideração e apreço
João
Que outra coisa poderia surgir duma Senhora como a Ana Martins, que nasceu com este dom para a poesia que fala do quotidiano, dos sentimentos mais profundos, dos vários estados de alma vividos por todos nós, seres humanos em mutação constante? Só um soneto como este. Estava mesmo a precisar de qualquer coisa assim, para me despertar em calmaria, quiça fazendo o mesmo: limpando a minha "caixa de recordações".
Um grande beijinho e muita inspiração.
Maria Letra
Querida Ana,
É lindo e simultâneamente triste este soneto. Algo se perdeu e alguém se encontrou através de um terrível sofrimento.
Esta é a minha leitura.
No amor, como em tudo na vida, é preciso ter essa coragem... enterrar o passado,tudo o que já não faz sentido e recomeçar com calma, de alma limpa.
Parabéns.
Beijinhos
Ná
Querida Ana,
Parabéns por mais um belo poema. Eu ia dizer que a palavra que mais me tocou foi a "calmaria". A Mizita adiantou-se e assim até parece que estou a plagiar o seu comentário.
Assim como o amor e a esperança têm que estar sempre dentro de nós - todo o ser humano o que mais deseja é amar e ser amado - também a calmaria ajuda a organizar as nossas ideias e a acalamar os nossos turbilhões. Finalmente, é muito feliz que tem dentro de si o sentimento belo chamado Esperança.
Parabéns
Milai
Enviar um comentário