01/11/2009

A Natureza e Nós















A Natureza, esse Bem
Que devemos venerar,
Criou todo o Universo
E a linda arte de amar.
É, portanto, nossa Mãe.
Mas algo muito preverso,
Sem corpo, nem coração
Fez nascer, também, o mal
Que dói, aniquila, mata,
Duma maneira brutal,
Sem nenhuma compaixão.
Sabemos a forma exacta
Como dar provas de amor
À nossa Mãe, tão querida.
Só que há muito desgraçado,
Desligado do que é vida,
Que é, do mal, seu condutor.
Nunca ouvido, nunca amado,
Ou talvez com muito disso,
Ignora tudo e todos
E rema contra a maré,
Dos mais variados modos,
Cuja força não cobiço.
Com o mundo neste pé,
De diferenças contrastantes,
Só nos resta incentivar
Os bons, a serem melhores,
E lutas incrementar,
Com atitudes constantes,
P´ra evitar dias piores ...

Se respeitas tua Mãe,
Porque não a Natureza?
Ela castiga e, também,
Dá provas desta certeza
Em cada dia que corre,
Em cada vida que morre.

Maria Letra
Imagem de Miguel Letra

13 comentários:

A. João Soares disse...

Querida Mizita,
Fez-me recordar mais uma vez a frase: Deus perdoa sempre, o homem perdoa às vezes e a Natureza nunca perdoa. Reage sempre às agressões que recebe. Se os danos das agressões são pequenos ela reconstrói-se, com as suas capacidades, mas se as agressões são mais violentas ela pode já não conseguir fazer a sua própria reparação e todo o sistema biológico degrada-se. O equilíbrio e a biodiversidade são danificados, a vida fica difícil e até impossível.
Devemos venerar tudo o que pertence à Natureza, usar mas não abusar, para a legarmos em boas condições aos vindoursos depois da nossa rápida passagem por cá.

Parabéns por dar uma forma poética a conselhos tão úteis e necessários.

Beijos
João

Maria Letr@ disse...

Amigo João Soares,
Programei o dia de hoje para ler textos pendentes de leitura atenta. Logo pela manhã e antes de fazer isso, ouvi a chuva que caía puxada a vento forte e pensei na diferença climatérica entre o tempo que fazia quando eu ia para o colégio, aqui no Reino Unido, em 1962, com um frio de cortar as orelhas, neve (que hoje rarissimamente vejo) e 'smog' e os dias de hoje que, apesar da chuva, permite-me andar de manga curta em casa. Ontem, eram 21h:10m quando, na rua, vejo jovens de mini-saia e t-shirt de manga curta. Quando é que isso era possível há poucos anos? Nem pensar. E isto é um péssimo sintoma duma realidade de aflige qualquer pessoa mais informada.
Um grande abraço.
Maria Letra

A. João Soares disse...

Querida Mizita,

Realmente a Natureza tem muita força e não é um penedo mudo e quedo. Tem vida e reage aos estímulos. Altera tudo o que os homens possam planear, por vezes em locais distantes do local em que foi agredida.

Vou deter-me num tema pouco falado. O acesso ao mar foi sempre um factor muito positivo no aspecto geopolítico e geoestratégico. A Rússia tinha o acesso ao mar Árctico, o principal nas suas fronteiras, impossibilitado por as águas estarem geladas a maior parte do ano. Por isso, tinha como objectivo principal para a sua projecção no mundo, o acesso às águas quentes no Índico através o Afeganistão e do Médio Oriente. Daí que os ingleses e depois os americanos sempre aí se lhes opusessem e as populações locais fossem tão sacrificadas.

Recentemente foram muito reduzidas essas dificuldades da navegação costeira na costa Norte da Sibéria. Mas as alterações não ficaram por aí e o Árctico está hoje quase em condições de ser facilmente atravessado por navios de grande calado e tonelagem.

O aquecimento das águas fez esse milagre que obriga a rever todos os estudos e planos estratégicos dos principais interessados, principalmente Russos e Americanos.

Por outro lado o Afeganistão e restantes países do Médio Oriente, perdem a importância que tinham e, como o petróleo vai deixando de ser tão imprescindível, eles terão de se reduzir à importância do turismo em camelo e da cultura do ópio.

Veja a Mizita como as agressões à Natureza podem ocasionar imprevisíveis efeitos em regiões tão distantes e, por vezes, inocentes quanto à origem da poluição.

Beijos
João

Adelaide disse...

Querida Mizita,

Adoro esta teu poema porque adoro a natureza. O que seriamos sem a natureza e sem a tua bela poesia!

Parabéns
Milai

Luis disse...

Queridos Amigos,
Eis mais uma das facetas do "mestre João" falando da natureza lembrou as alterações aos conceitos geo-estratégicos de então e actuais motivadas pelas agressões que os homens têm feito à Natureza!
O mundo tem sofrido tremendas alterações por esses motivos a pontos de alguns países temerem pelas suas cidades situadas na orla maritima. Pensa-se que em poucos anos o nível das águas poderá subir entre 80 cms a 1 mt criando graves problemas a esses países.
Entretanto, o homem vai cometendo agressões sobre agressões ao meio ambiente! É de loucos!!!!
Um abraço amigo e solidário.

Celle disse...

Querida Maria Letra!

Sua peculiar e fácil maneira de se expressar em prosa ou versos, sempre nos encanta!
Seu poema comove, tocando a nossa sensibilidade e facilitando nosso entendimento e cria a motivação e a consciência da necessidade de nos empenharmos mais, na preservação da natureza!
Monteiro Lobato ja nos dizia:
"A natureza criou o tapete sem fim que recobre a superfície da terra.
"Dentro da pelagem desse tapete vivem todos os animais, respeitosamente.
Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem."
Que vergonha!
Meu engano foi imperdoável,atenta, não mais acontecerá!!
Beijinhos no seu coração!
Celle

Maria Letr@ disse...

Amigo Joao Soares,
Permita-me deixar-lhe aqui só um pequeno comentário ao seu comentário: realmente o amigo tem cá uma bagagem cheia de conteúdo ... Pode com ela ou quer ajuda? Bem que lha dava porque deste lado a minha bagagem não está assim tão pesada ... Bem haja!
Parabéns.
Um abraço.
Maria Letra

A. João Soares disse...

Querida Mizita,

Sempre lisonjeira! Isto é o fruto das minhas escolhas ao longo dos anos. Mas tem graves inconvenientes sociais: não consigo participar numa conversa sobre o campeonato de futebol ou os programas da TV ou as telenovelas ou os nomes dos cantores da moda!!!
Cada um tem liberdade de escolha e depois assume a responsabilidade pelos resultados das decisões tomadas em cada momento.

Beijos
João

Maria Letr@ disse...

Amigo Luís,
Obrigada pelo Seu comentário ao comentário de João Soares, pois veio confirmar o que todos sabíamos já: dois grandes amigos da minha Natureza, que tanto venero, cada minuto que passa. Se ela gostasse de mim, quanto eu gosto dela, deixava-me andar por cá ainda uns largos anos, para poder continuar a deliciar-me com o que de bom me dá.
Um grande abraço.
Maria Letra
......

Amiguinha Mara,
Tu sabes quanto aprecio a tua crítica, pela sinceridade com que sempre sabes dizer-me, sobre tudo o que escrevo, "gosto" ou "não gosto". Sei que não me pouparás a uma crítica tua, saudável. É assim que tem sido ao longo dos anos e é assim que gostaria continuasse a ser. Isto não significa que os outros comentários não sejam
verdadeiros, só que me habituei a pedir-te opiniões que aguardo sempre com a certeza de trazerem um comentário muito sincero, pelo à-vontade a que nos habituámos mutuamente.
Um grande abraço, amiga.
Maria Letra
......

Amiguinha Celle,
Obrigada pelo Seu comentário que apreciei muito.
Os meus dedos batem as teclas obedecendo a ordens do meu coração. São obedientes e fiéis, não fugindo um milímetro das ordens dadas. Se não agrada aos outros, será muito aborrecido, mas eu desabafei o que vai dentro dele.
Quanto ao nome, não importa. Só esclareci. Desde que não me chame nomes feios ... (lol), tudo bem. De Terra até é o meu signo, o de Virgem. Pormenor é o nosso forte, daí eu ter esclarecido.
Linda frase: "Beijinhos no seu coração". Gostei muito, os quais retribuo com muito carinho.
Maria Letra

Unknown disse...

Querida amiga Mizita,
este é mais um dos seus lindos e tocantes poemas.
A Mãe Natureza está deveras zangada com o Homem e a prova disso está em todas estas alterações climatéricas e catástrofes que ultimamente têm acontecido com uma frequência assustadora.

Parabéns pelo poema, digno de ser divulgado e propício a reflexão!

Beijinhos,
Ana Martins

Maria Letr@ disse...

Amigos,
Mais uma vez muito obrigada pelos Vossos lindos comentários a um simples poema feito por amor a uma Natureza que quero continuar a seguir, respeitar e tentar, ao máximo, proteger.
Um grande abraço.
Maria Letra

Agora ... amigo João ..., eu não vou ficar por aqui, porque também tenho qualquer coisa a dizer-lhe sobre o Seu comentário. Peço desculpa pela ocupação do espaço.
Lisonjear = elogiar exageradamente; "bajular".
Elogiar = manifestar opinião favorável a; gabar.
Os meus exagerados elogios são directamente proporcionais à Sua grande cultura geral que, em nada, se assemelha à minha, que carrego com muita modéstia, pelo quão modesta é. Daí elogiá-lo com muito gosto e não é o uso deste termo que me impedirá de fazê-lo, embora tenha a certeza que não terá tido essa intenção ao usá-lo.
O problema está no "bajular". Aí é que está o problema. Nem o amigo, nem eu, somos amantes desse tipo de atitude e, porque teria necessidade de fazer isso? Vou, portanto, se me permite, substituir o termo "Sempre lisonjeira", por "Sempre a elogiar" já que "bajular" não faz parte dos "nossos" elogios.
NOTA IMPORTANTE: Este meu comentário é, SOMENTE, um esclarecimento, não vá alguém pensar que, alguma vez, esteve em qualquer dos meus comentários, outra intenção que não fosse a de, REALMENTE, elogiar as qualidades dum amigo que sempre foi: educado, tolerante em extremo, intelegentíssimo e sempre muito directo quando qualquer texto não lhe agrada, inteiramente ..., porque não gosta de bajular. Como vê, continuarei a elogiar.

Aproveito ainda para elogiá-lo, também, por não saber discutir futebol, um desporto que poderia ser muito bonito se não fôsse os "milhões" de dinheiro que envolve, verdadeira afronta à miséria em que vivem tantos povos. O problema das telenovelas está, muitas vezes, na essência das suas mensagens e na qualidade dos actores. Pessoalmente, quanto aos programas de TV, já não direi o mesmo quando se trata de programas de qualidade, assim como - isto sempre muito pessoalmente - quanto aos novos cantores, de onde se têm extraído grandes vozes. O problema, quanto a estes, é chocar-me a forma como um grande número deles deixa que a fama lhes suba a cabeça e, paralelamente, não faça nada pelo seu desenvolvimento cultural, muitas vezes parando de estudar por causa dum "sucesso" efémero.
Tenho dito.
Maria Letra

A. João Soares disse...

Querida Mizita,

Quanto aos eu comentário só quero dizer que não me gabo da ignorância dos temas mais populares e que servem para conversa com toda a gente de qualquer nível, mas como a Mizita disse, a minha bagagem já é pesada, e a coluna não aguenta mais carga!!!
Não se trata de carga, trata-se de atenção ao que se passa e relacionar as várias peças do puzzle que temos à frente. Vale mais pensar durante 5 minutos do que ler certos livros durante horas.

Beijos
João

Maria Letr@ disse...

Amigo João Soares,
Quanto à sua última frase, vou copiar o que creio estar na moda dizer-se: BINGO!
Beijinhos.
Maria Letra