Agora que o Inverno chegou, estamos quase a chegar ao Natal, tempo de lareira acesa e de cálices de licor. Reclinada no conforto de um sofá bem confortável dei comigo a fazer alguma reflexão introspectiva.
Levei algum tempo, mas cheguei à época em que era uma jovem considerada pouco ajuizada. Sempre fui muito “maria rapaz” para o gosto dos meus pais e até da minha irmã mais velha.
De todas as coisas que sempre mais me espantaram, relembro claramente os conselhos magníficos que me davam. Quanto mais pensava neles, mais confusa ficava. Há uma coisa que me incomoda muito, é que eu não consigo lembrar-me de muitos conselhos que me tenham sido realmente úteis. Com certeza que eram sinceros e bem-intencionados, mas nunca fizeram muito sentido.
Por exemplo, o meu avô costumava dizer-me “ Uma moeda pelos teus pensamentos”, isto com uma cara muito sorridente. Na altura eu não percebia, ainda hoje não percebo porque na presente economia o valor de uma moeda não é nada. Eu costumava argumentar e dizer-lhe “Mas como, se eu ainda não ganhei nenhuma moeda?” Ele então dizia-me “Deixa lá, quando fores maior entenderás”.
De todas as coisas que sempre mais me espantaram, relembro claramente os conselhos magníficos que me davam. Quanto mais pensava neles, mais confusa ficava. Há uma coisa que me incomoda muito, é que eu não consigo lembrar-me de muitos conselhos que me tenham sido realmente úteis. Com certeza que eram sinceros e bem-intencionados, mas nunca fizeram muito sentido.
Por exemplo, o meu avô costumava dizer-me “ Uma moeda pelos teus pensamentos”, isto com uma cara muito sorridente. Na altura eu não percebia, ainda hoje não percebo porque na presente economia o valor de uma moeda não é nada. Eu costumava argumentar e dizer-lhe “Mas como, se eu ainda não ganhei nenhuma moeda?” Ele então dizia-me “Deixa lá, quando fores maior entenderás”.
Outro tipo de conselho, agora dado pelo meu pai, era “ Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer”. Eu segui esse conselho e embora seja saudável, meço somente 1,53cm.
De tudo o que me disseram, o que agora mais me aborrece é que quando eu fosse mais idosa eu seria mais ajuizada. As perguntas que eu faço são, o que é ser idosa? Quando se é idosa? Quando é que eu chego ao estado de ser uma senhora ajuizada?
Na opinião de algumas pessoas, eu já cheguei ao tal auspicioso estado de ser considerada mais do que uma senhora de meia idade. Contudo eu não me vejo assim nem me sinto mais ajuizada, talvez porque não queira!!!
Para ser muito honesta, eu direi que tenho reparado que quanto menos jovem sou, menos sei, que tenho muito para aprender e que há muita coisa que se diz que continua a não fazer sentido algum. Talvez essa seja a verdadeira definição de sensatez!
Uma coisa é certa, se eu pudesse atrasar o processo de envelhecimento, aumentaria as possibilidades de vir a ter mais juizinho, seria bom …embora eu ache que nunca chegaria a esse chamado estado de total sensatez!!!
Foto do José quando eu tinha 21 anos.
Fernanda Ferreira
Fernanda Ferreira
14 comentários:
Querida NÁ,
Mas haverá alguma idade que nos traga sensatez? Há a ideia que ser sensato é não "fazer ondas", é ser aceite pela sociedade como elemento muito certinho, mesmo não o sendo! Por outro lado alguém que se evidencie no meio em que vive é considerado azougado e leviano! Eu lembro-me que nos meus 17/18 anos, na época dos "blousons noires" também fui considerado "um cabeça no ar" e até de certa forma companhia menos aconselhável pela falta de juízo que parecia apresentar! No entanto seria só "fachada" ou forma como era rotulado pela sociedade em que vivia. Hoje em dia ao olhar para trás não compreendo como fui assim considerado. Podia ser, talvez, diferente de muitos outros mas não me faltava a tal sensatez que diziam. À NÁ talvez também seja esse o caso - ser diferente não é ser insensato! Quem é extrovertido por norma é considerado um pouco diferente dos outros e como tal consideram-no com menos juízo! É uma forma fácil, ainda que muitas vezes errada, de julgar as pessoas. Pessoalmente por tudo quanto me tenho apercebido a NÁ é uma pessoa muito equilibrada e cheia de bom senso e tal concerteza não aconteceu por "ter mais uns anitos"...
Adorei hoje falar consigo parecia que eramos amigos desde sempre! Essa empatia foi sentida e vivida desde a primeira hora em que nos conhecemos virtualmente! Espero que hoje tenha igualmente consolidado esta nossa amizade.
Um grande beijinho pela sua simpática ajuda que hoje me prestou.
Querida Ná,
Não vou entrar nos pormenores que narra nesta sua introspecção, porque seria violar uma menina que por acaso se desnudou. Simplesmente quero louvar o gesto salutar de reflectir sobre aspectos importantes da formação da personalidade ao longo da vida e do significado de pequenos gestos que são os tijolos na preparação cívica para a vida.
Seria bom que cada um fizesse frequentes reflexões deste género a fim de evitar repetição de erros e de proceder à sublimação das virtudes e qualidades mais positivas.
Parabéns pelo gesto.Repita-o e vai encontrar maior segurança e perfeição em tudo. Podemos ser melhores com a idade, porque devemos aprender até morrer.
Beijos
João
Querido amigo Luís,
Este meu texto é um pouco irónico, sei que percebeu isso. Eu fui buscar as situações mais caricatas, ao nível dos conselhos que me foram dados, e brinquei um pouco com isso.
Mas a verdade é que eu ainda tenho mesmo muito de criança, felizmente!!! Há uma grande amiga virtual, mas com quem falo muitas vezes, que está sempre a dizer-me " que querida, parece uma menina", isto pela forma como me exprimo.
Sei perfeitamente que não sou desprovida de sensatez, mas recuso-me a não calcar a linha, a ser igual a toda a gente e sempre questionarei os conselhos que me dão, porque assim também se aprende.
Não os óbvios, os claramente lógicos, mas todos os que são dados e que de imediato me deixam de pé a trás.
Luís, também adorei falar consigo, acho que todos devíamos falar, pelo menos de vez em quando, uns com os outros. Já que não nos podemos encontrar facilmente.
É verdade que sim, a nossa amizade ficou ainda mais consolidada. O Luís é exactamente como se mostra, simpático, risonho, tem uma voz muito agradável e é um excelente comunicador. Adorei!
Beijinhos,
Ná
Querido amigo João,
Sem dúvida!!! Aprender até morrer.
Como disse no meu comentário anterior, eu explorei os aspectos dos conselhos que me foram dados em menina, e até ao longo da minha vida, de uma forma quase irónica, mas a verdade é que não deixei de me expor como a pessoa que ainda sou.
Questionar tudo, pensar no que tem cabimento ou não, no que se diz por dizer e sobretudo no que é aparentemente tido como sensato e insensato.
Não, não sou perfeita, estou muito longe disso. Aliás sei que nunca o serei, pelo menos aos olhos dos que se julgam perfeitamente sensatos. A isso eu chamo arrogância.
Aprender até morrer e sempre tirando lições de tudo e de todos.
Beijinhos
Ná
Olá Mãe,
Eu nem queria acreditar que eras tu, mas eu conheço essa foto! Sempre linda. Eu não te conheci nesta altura:)))é claro, mas sei que foi neste dia que começaste a namorar com o pai, tu contas-me tudo e eu nunca me esqueço de nada.
Nadinha!
O teu texto está demais...adorei! Até te estou a ver no sofá e conheço o teu cálice para um dos teus licores. Que saudade!!!
Beijos muitos para a melhor mãe do mundo,
Pedro
Bela Ná,
Não posso deixar de te felicitar por tão bela jovem que eras (ainda és).
Fizeste-me lembrar os meus 21 anos,
namorava ainda, casei aos 23 em 1961 com o homem da minha vida, o que me levou ao altar. O meu grande desejo era ter a minha casa, fugir da minha juventude que me deixou marcas para sempre...e a minha verdadeira vida começou. E fico por aqui!
Beijos
Milai
Nota: mais uma bela foto do teu Zé.
Eu também tive o meu Zé, mas já o perdi. Quem me dera que ele voltasse.
Oi minha amiga Ná!
Passei pra ler um pouco e te deixar um bjo!
Bom domingo amiga!
Gena
Amiga NÁ,
Esta mudança de fotografia foi mesmo uma "traquinice das suas"... Na primeira era ruiva, agora é morena, já lhe ouvi dizer que é loira, afinal como é que é? Mistérios de senhora...
Um beijinho amigo.
Olá filhote lindo!
Eu sei que tu sabes que foto é esta, ela está no meu quarto. Ainda te lembras ???é verdade sim, incrível como ainda te lembras.
A lareira tem estado acesa desde há dias e sempre de bem cedo, estamos a sofer chuvas torrenciais e bastante frio.
Por isso já sabes onde estou daqui a nada...
Beijinhos lindo, amo-te muito!
Mãe
Querida Milai,
Nunca fui nenhuma beleza, não exageres.
Pois é o meu Zé (Ferreira), já era meu amigo há anos, neste dia deu faísca e a química resultou ... até hoje.
Não fiques triste, por favor.
Beijinhos, bella.
Ná
Olá amiga Gena,
Sei que estou em falta, visito-a amanhã sem falta.
Beijo
Até amanhã
Ná
Querido amigo Luís,
Não, não foi. Eu explico. Como sabe muito bem a primeira foto não era minha.
Como o texto é muito pessoal e fala de mim na juventude, fui ao baú e de lá saiu esta foto...
Quanto ao ser loura, ruiva ou morena, sabe que quando começam a aparecer as brancas, as senhoras que se cuidam, vaidosas como eu, pintam os cabelos.
Normalmente agora sou loira, mas vou mudando de visual.
Isso faz-me lembrar um dia que o José me contou que tinha chegado ao emprego e que um dos colegas começou a dizer a todos os outros, que o tinham visto com uma ruiva... que naturalmente era eu.
Espero eu :)))))
Beijinhos
Ná
Pois foi, é verdade sim senhor!!!
Esta foto foi primeiro um slide, que ainda existe. Foi depois há muitos anos atrás tranformada numa foto gigante que te ofereci e que também ainda existe. Fui eu próprio quem revelou esta conjuntamente com muitas outras.
Foi um dia muito especial para ambos, muito mesmo.
Quanto ao texto, se eu sou todo e só juízo, sempre fui, é bom que um de nós não o seja tanto, embora tenhas pintado o quadro com cores demasiado fortes.
Gostei muito.
Beijo
J.Ferreira
Olá!
É sempre bom ver-te por aqui, mesmo que seja para acrescentar mais um detalhe ou dois.
Gostei muito, especialmente de saber que não me achas tão insensata assim.
Eu sei que pintei um cenário mais em tons escuros, mas a verdade é que eu só pretendia ser irónica...acabou por sair a verdade!!!
Eu sou realmente demasido transparente.
Beijo
Ná
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