17/04/2010

A Rã Solitária.

Era uma vez uma rã que vivia num charco. Vivia sozinha. O charco também era pequeno.
Sentia a falta de outras rãs, para lhe fazerem companhia e coaxarem ao despique nas noites de Lua cheia. Sentia que, se outras rãs vivessem com ela, podia nadar de bruços com mais folgança, velocidade, estilo… Sentia que os saltos que dava para dentro de água, à falta de espectadores, nem jeito nem graça tinham.
Enfim, a rã deste pequeno charco sentia-se muito só.
Desamparada. Infeliz.
Perguntem, se fazem favor, porque é que a rã se não mudava para charco mais amplo e povoado?
Porque temia que tão perto não houvesse outro. Ora, como devem saber, as rãs detestam perder tempo a saltar em seco. A água faz-lhes falta. Sem ela, perdem o luzidio da pele e a força de vida. Não sabiam?
Um dia, começou a chover que nunca mais parava. Dia e noite. Noite e dia.
Os campos ficaram alagados. Os rios sobraram do leito.
Pequenos charcos, afastados uns dos outros, juntaram-se num enorme lago.

Sendo esta história para a rã, ela só podia ter um fim feliz. A rã, passada a tempestade, encontrou companhia. Dezenas de rãs coaxam agora, em coro, glorificando a chuva, a abundância das águas, o abraço do lago imenso que as juntou.

Pensem e reflictam sobre esta simples história, ela tem mais para dizer do que aparentemente se deduz.

Adaptada de um conto de António Torrado.

8 comentários:

Luis disse...

Querida NÁ,
Pôs-me a pensar e dificílmente encontro uma resposta para o facto!
Será que depois da "Borrasca" vem a "Bonança"? ou A "Esperança" é a última coisa a perder? ou ainda Quem espera sempre alcança? Como se diz no "Bluff" fico para ver...
Beijinhos amigos.

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querido amigo Luís,

Vou deixar para ver mais comentários.
Entretanto vá pensando, qual será a moral da história???

Beijinhos

A. João Soares disse...

Querida Fernanda e caro Luís,

Há já aqui tantos ditados populares que não se poderá ir mais longe. Realmente, não se deve perder a esperança. Mas é preciso não perder a oportunidade, quando ela surgir.
Também aqui podemos aplicar a doutrina do post
O princípio 90/10. O aparecimento da desejada água situa-se nos 10% mas a reacção a esse aparecimento, o seu aproveitamento situa-se nos 90% e depende da rã.

Este nosso blog já tem muita sabedoria acumulada. Falta aparecer um escritor que faça um tratado aproveitando tudo isto!!!

Beijos para a Ná e um abraço para o Luís
João

Kyria disse...

Querida Ná,

É preciso entender que:

"Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
- Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer"

trecho música: Todos Juntos - Chico Buarque e outros,

Bjos meus.

Unknown disse...

Querida Ná,
Moral da História: Depois da tempestade, vem a bonança!
A rã sentia-se só e infeliz porque não tinha amigos com quem partilhar o seu espaço. Por outras palavras quem tem um amigo, tem um tesouro e a união faz a força.

Penso que é essencialmente isto que a história transmite.

Beijinhos,
Ana Martins

Maria Beatriz Ferreira disse...

Olá Ná!

Sabes que lendo atentamente este conto, muito interessante, chego à conclusão que a mensagem deve ser algo do género - Há sempre um mundo de harmonia para todos, de fraternidade, de irmandade, de solidariedade e felicidade para todos, assim consigamos apanhar a maré certa.

Beijinhos
Beatriz

J.Ferreira disse...

Olá!

Muito interessante este conto.

Claro que a lição é simples de tirar.
Aproveita as condições que te são favoráveis para mudar de vida. Há sempre uma saída.

Beijos
J.Ferreira

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Boa noite a todos os meus queridos amigos e não só!

Em parte todos acertaram, a moral da história pode ser tirada de acordo com a forma individual de ver a vida.

Obviamente, para mim, a lição a tirar deste conto, é muito mais a de não ficar estagnado num charco, sozinho.
Comunicar, entregar-se aos outros e criar raízes, sejam elas de amizade ou de amor é fundamental.
Portanto há que aproveitar todas as oportunidades que nos são dadas e não ficar cada um, orgulhosamente na sua poça, sem viver.

Beijinhos,