22/11/2009

PORTUGAL ESQUECE OS SEUS SOLDADOS!


Por toda a Europa celebraram-se ontem 91 anos sobre o fim da I Guerra Mundial e, no dia da Memória, como lhe chamam, homenagearam-se todos os que morreram em todas as guerras desde aí. Em França, o momento fez história, já que reuniu frente ao túmulo do soldado desconhecido, em Paris, os representantes de dois dos países que se confrontaram violentamente, Nicolas Sarkozy e Angela Merkel, numa iniciativa até aqui sempre recusada pelo governo alemão. Mas agora que, de cada lado do Reno, já não há veteranos do conflito, foi possível dar um passo de reconciliação. Na ocasião, Sarkozy puxou pelo seu lado mais sentimental lembrando que as crianças francesas e alemãs choraram da mesma forma pelos seus pais perdidos em combate.
No Reino Unido, a família real e os políticos multiplicaram-se em cerimónias, num ano igualmente simbólico, já que morreram recentemente os últimos três veteranos da I Grande Guerra. Mas as manchetes dos jornais chamavam a atenção, sobretudo, para o conflito no Afeganistão, que emociona, agita e desespera a opinião pública britânica, quando já 223 ingleses ali perderam a vida, desde 2001, e a retirada não está à vista. Os caixões das fotografias de primeira página não eram amarelecidas pelo tempo. Estes acabaram de chegar…
Apenas dois depois das celebrações da queda do muro de Berlim, o contraste é a prova de que nem todos os muros caíram. Em Portugal recordamos pouco e temos uma dificuldade enorme em falar dos nossos soldados mortos no Ultramar, ou que ainda hoje sofrem sequelas profundas daqueles combates. Quando não recordamos, não homenageamos aqueles que deram a vida pelo seu país, roubamos sentido à dor e traímo-los. Os combatentes em África, por força de um volte-face político, não tiveram direito a ser tratados como heróis.
Fomos incapazes de distinguir a justeza da guerra (e há alguma que o seja?) com a generosidade de quem cumpriu o seu dever. E um país que não é capaz de recordar é, paradoxalmente, um país sem futuro.
ISABEL STILWELL EDITORIAL@DESTAK.PT

2 comentários:

A. João Soares disse...

A Isabel Stilwell tem razão. Porém, pior do que isso é colocar no mesmo cesto os nossos sacrificados pela Pátria e os seus inimigos nos combates. Não será uma traição à Pátria pactuar com o inimigo? Veja-se o que diz o SAJ ELIAS.

General Chito
Não sei o porquê de o General Chito Rodrigues vir com a conversa do desenvolvimento de acções de solidariedade social para os "turras", apelidando-os de combatentes da Liberdade da Pátria e colocando-os em paridade com aqueles que, idos das suas terras para territórios desconhecidos, deixando os seus na incerteza de alguma vez mais os tornar a abraçar, tiveram que lutar pela soberania da Pátria portuguesa.
Se esses excelsos Combatentes da Liberdade estão carentes, peçam ajuda às mesmas nações que lhes deram corda para se enforcarem, quando lhes deram as condições para encetarem o assassínio de pessoas inocentes, que caíram às suas mãos infames com a cooperação das Suécias, dos Estados Unidos, das Holandas e de tantos outros países que esqueceram depressa o crime de lesa pátria que cometeram contra nós!
Com que justificação o General Chito vem colocar terroristas no mesmo saco que os Soldados portugueses? Será que também esse senhor (?) está enfeudado às patranhas socialistas que um punhado de vendilhões de consciências tem debitado nos aerópagos onde se deveriam ouvir cantar os louvores àqueles que são na realidade os Combatentes da Pátria?
Sei que há uns tantos Generais rendidos ao poderio socialista, esperando algumas migalhas que possam caír das toalhas onde se banqueteiam aqueles que da Pátria apenas pretendem tirar benefícios, seja lá como seja, pois nas Autarquias, nas Empresas estatais, nos Bancos ou nos Parlamentos ou ainda em qualquer outro lugar podem ter a sua dourada reforma garantida, porque as leis foram sendo feitas nesse sentido... e o Povo que se lixe!
É uma ignomínia aquilo que o Sr. General Chito vem fazendo à frente da Liga dos Combatentes... e já é tempo de deixar o tacho para outro que seja menos ávido por não deixar mal o José Afonso, que lá sabia o que dizia com o "ELES COMEM TUDO... ELES COMEM TUDO E NÃO DEIXAM NADA!". Só é pena ser um comunistóide, mas que tinha razão é verdade!
Combatente de Portugal! Não deixes que um qualquer Tenente General se alie àqueles atropelos que têm sido feito aos teus direitos de Português e Combatente, e pretenda misturar-te com a chusma dessa canalha que foi teu inimigo nas terras do então Ultramar Português! Recorda aqueles que tombaram porque acreditaram, aqueles que ficaram deficientes porque acreditaram, aqueles que não tiveram juventude porque se entregaram a uma causa em que acreditaram estar a defender o sagrado nome de Portugal!
Nós, Combatentes de Portugal, já temos a nossa dose de sofrimento, que nos foi prodigalizado quando servimos Portugal em África e continua a ser prodigalizado tantos anos após o fim das hostilidades, acontecidas quando um punhado de cobardes nos entregou à sanha desses tais Libertadores da Pátria... pois hoje somos ostracisados pela Pátria na pessoa dos seus governantes e de alguns generais de pacotilha!
Ao Coronel Morais da Silva a eterna gratidão pela verticalidade que sempre demonstrou na defesa dos nossos direitos como cidadãos de corpo inteiro.
Victor Manuel Elias - Sargento Ajudante da FAP

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Eu juro que já comentei este texto, não sei dele...
Devo ter feito asneira.

Este assunto é mais um daqueles que nos deixam os cabelos em pé.
Acho muito bem que se homenageiem os que caíram em combate pelas suas pátrias, porque eles todos foram "carne para canhão". Alguma destas guerras foi justa???
NÃO!

Em Portugal deviam ser homenageados os mortos sim, e tratar bem dos sobreviventes, dos que têm sequelas profundas física e psicologicamente.
Não que eu defenda as guerras coloniais, de todo, bem pelo contrário.
Mas ninguém tinha como escapar, excepto os que fugiram e muitos o fizeram, emigrando clandestinamente, como todos sabemos.

Muito polémico este tema, mas em defesa da Nação...que Nação??? Portugal não esteve sob nenhuma ameaça de guerra, as ex-colónias tinham todo o direito a ser países livres, independentes.
As Descobertas abriram caminhos ao Mundo, mas nunca deviam ter existido colonizadores, que escravizavam o povo, e extorquiam a sua riqueza, etc.etc., com que direito???

Desculpem, mas esta é a minha opinião. Tenho vergonha do que os portugueses fizeram no Ultramar, como colonizadores.

Beijinhos