A história é simples, mas comovedora. Tudo começou porque o António detestava o Natal. Claro que gostava do verdadeiro sentido do Natal, mas não dos seus aspectos comerciais.
Os gastos excessivos, a corrida frenética na última hora para comprar presentes para alguns parentes que se havia esquecido.
Sabendo como ele se sentia, um certo ano a esposa decidiu deixar de lado as tradicionais camisas, casacos, gravatas e coisas do género. Procurou algo especial só para o marido.
A inspiração veio de uma forma um tanto incomum. O filho Filipe, que tinha 12 anos na época, fazia parte da equipe de futebol da sua escola.
Pouco antes do Natal, houve um campeonato especial contra uma equipe patrocinada por uma associação da parte mais pobre da cidade.
Esses jovens usavam equipamentos tão gastos que contrastavam de forma gritante com os dos outros jovens, vestidos com impecáveis uniformes azuis e dourados e ténis especiais novinhos em folha.
Quando o jogo acabou, a equipe da escola de Filipe tinha arrasado com eles.
Foi então que António balançou a cabeça, triste, e disse que gostaria muito que eles tivessem ganho pelo menos uma vez. Eles tinham muito potencial, mas mais uma derrota daquelas podia acabar com o ânimo deles.
António adorava crianças. Todas as crianças e conhecia bem todas, pois tinha sido técnico de futebol e basquetebol. A esposa que se encontrava com ele apercebeu-se da sua tristeza e adivinhou-lhe os pensamentos. Foi aí que a esposa teve a ideia. Naquela tarde, foi a uma loja de artigos desportivos e comprou equipamentos e ténis especiais e enviou-os, sem se identificar, para a associação que patrocinava aquela equipe.
Na véspera de Natal, deu ao marido um envelope com um bilhete dentro, contando o que tinha feito e que esse era o seu presente de Natal.
O mais belo sorriso iluminou o seu rosto naquele Natal. No ano seguinte, ela comprou ingressos para um jogo de futebol para um grupo de jovens com problemas mentais.
No outro, enviou um cheque para dois irmãos que tinham perdido a casa num incêndio na semana anterior ao Natal.
O envelope passou a ser o ponto alto do Natal daquela família. Os seus filhos deixavam de lado os seus brinquedos e ficavam à espera que o pai pegasse no envelope e revelasse o que tinha dentro.
As crianças foram crescendo. Os brinquedos foram sendo substituídos por presentes mais práticos, mas o envelope nunca perdeu o seu encanto.
Até que no ano passado, António morreu. Chegou a época do Natal e a esposa sentia-se muito só, triste e quase sem esperanças. Mas, na véspera do Natal, ela preparou o envelope como sempre.
Para sua surpresa, na manhã seguinte, havia mais três envelopes junto dele. Cada um dos filhos, sem um saber do outro, havia colocado um envelope para o pai.
O verdadeiro espírito do Natal é o amor. Que nesta época, pelo menos, possamos exercitar nossa capacidade de doação.
Imagem da Net
Fernanda Ferreira
Os gastos excessivos, a corrida frenética na última hora para comprar presentes para alguns parentes que se havia esquecido.
Sabendo como ele se sentia, um certo ano a esposa decidiu deixar de lado as tradicionais camisas, casacos, gravatas e coisas do género. Procurou algo especial só para o marido.
A inspiração veio de uma forma um tanto incomum. O filho Filipe, que tinha 12 anos na época, fazia parte da equipe de futebol da sua escola.
Pouco antes do Natal, houve um campeonato especial contra uma equipe patrocinada por uma associação da parte mais pobre da cidade.
Esses jovens usavam equipamentos tão gastos que contrastavam de forma gritante com os dos outros jovens, vestidos com impecáveis uniformes azuis e dourados e ténis especiais novinhos em folha.
Quando o jogo acabou, a equipe da escola de Filipe tinha arrasado com eles.
Foi então que António balançou a cabeça, triste, e disse que gostaria muito que eles tivessem ganho pelo menos uma vez. Eles tinham muito potencial, mas mais uma derrota daquelas podia acabar com o ânimo deles.
António adorava crianças. Todas as crianças e conhecia bem todas, pois tinha sido técnico de futebol e basquetebol. A esposa que se encontrava com ele apercebeu-se da sua tristeza e adivinhou-lhe os pensamentos. Foi aí que a esposa teve a ideia. Naquela tarde, foi a uma loja de artigos desportivos e comprou equipamentos e ténis especiais e enviou-os, sem se identificar, para a associação que patrocinava aquela equipe.
Na véspera de Natal, deu ao marido um envelope com um bilhete dentro, contando o que tinha feito e que esse era o seu presente de Natal.
O mais belo sorriso iluminou o seu rosto naquele Natal. No ano seguinte, ela comprou ingressos para um jogo de futebol para um grupo de jovens com problemas mentais.
No outro, enviou um cheque para dois irmãos que tinham perdido a casa num incêndio na semana anterior ao Natal.
O envelope passou a ser o ponto alto do Natal daquela família. Os seus filhos deixavam de lado os seus brinquedos e ficavam à espera que o pai pegasse no envelope e revelasse o que tinha dentro.
As crianças foram crescendo. Os brinquedos foram sendo substituídos por presentes mais práticos, mas o envelope nunca perdeu o seu encanto.
Até que no ano passado, António morreu. Chegou a época do Natal e a esposa sentia-se muito só, triste e quase sem esperanças. Mas, na véspera do Natal, ela preparou o envelope como sempre.
Para sua surpresa, na manhã seguinte, havia mais três envelopes junto dele. Cada um dos filhos, sem um saber do outro, havia colocado um envelope para o pai.
O verdadeiro espírito do Natal é o amor. Que nesta época, pelo menos, possamos exercitar nossa capacidade de doação.
Imagem da Net
Fernanda Ferreira
10 comentários:
Olá amiga Fernanda
Belíssma história que me deixou de olhos molhados, e olhe que não sou de lágrima fácil. Toda a família do António encontrou um sentido no Natal. Que muito mais gente encontre também.
Beijos
Olá amiga Manuela,
Eu sou de rir e de chorar com imensa facilidade...
Muito obrigada pela visita e pelo elogioso comentário.
Esta família inventada, bem pode ser a de qualquer um de nós, porque quanto mim, este é o espírito de Natal. Há sempre algo parecido que todos podemos fazer pelo bem dos outros.
Beijinhos
Ná
Querida Amiga Ná,
Uma história muito interessante. É bom dar felicidade, ela tem o condão de se reflectir no outro e vir iluminar os nossos rostos tornando-nos felizes. A dificuldade está em saber o que realmente constitui utilidade que vai tapar uma necessidade do destinatário.
Uma história diferente: Há pouco tempo, o meu amigo Manuel P M, o mesmo que referi, há quase três anos, em Realidades exemplares, contou que foi convidado para a ceia de Natal em casa de amigos e que todos os convidados se sentiram na obrigação de levar prenda e que essas foram sendo desembrulhadas, havendo uma sucessão e repetição de coisas inúteis, e ele começou a sentir-se tão chocado com o espectáculo que à 42ª prenda decidiu sorrateiramente sair e regressar a casa. Jurou nunca mais ir a festas do género.
Nem toda a gente tem uma noção humana do espírito de Natal como aqui é narrado.
Desejo Boas Festas `*a Ná ae a todos com um são espírito Natalício e as precauções referidas aqui. Só assim haverá alegria , paz e amor.
Beijos
João
Querido amigo João,
Fico felicíssima que tenha gostado da história.
É verdade que é complicado saber o que é mais útil ou necessário mesmo para dar aos outros, mas para com quem estamos todos os dias, todo o dia, é relativamente fácil.
Como eu sei dar o valor ao que aconteceu ao seu amigo, já me aconteceu o mesmo, só que eu não saí porque o José não gosta de ser deselegante com ninguém, mas também nunca mais fomos.
Ainda não consegui entrar no seu Miradouro, abre-se uma janela demasiado pequena, mas deu para ler que é sobre o consumismo exacerbado desta época.
Estamos em total sintonia.
Amigo João, haja juízo, porque dinheiro há pouco para a maioria do povo.
Os que têm demais que se lembrem de fazer algo que os dignifique, ajudando efectivamente quem precisa.
Beijos
Ná
Meus Bons Amigos,
Acabe-se com o consumismo. O Natal tal como a Pascoa devem ser momentos de Amor, de Carinho e de Solidariedade. Devemo-nos preocupar em ajudar quem precisa particularmente agora que vivemos um período de crise e quando há tanta pobreza! Mas o novo-riquismo que se verifica pelo "dinheiro fácil" que por aí "pulula" até ofende pela forma abjecta como aparece aí por todo o lado!!!!
As duas histórias apresentadas deveriam ser exemplo para esses novos-ricos e os envergonhasse de uma vez por todas!
Um abraço amigo com o desejo de um Natal muito Feliz e que o próximo Ano venha melhor do que este a que assistimos o seu final.
Querida Ná,
eis o verdadeiro espírito do Natal aqui nesta maravilhosa história que para além de me deixar com uma lagrimita, deixou-me também um nó na garganta.
Adorei!!!!
Beijinhos,
Ana Martins
Querido amigo Luís,
Assim é, sem dúvida alguma!
Há uma fobia generalizada de consumir, sonsumir, comprar e comprar o que não é necessário...
Os comerciantes não vão gostar nestas nossas ideias, ms é a verdade nua e crua.
O espírito do Natal deve ser sim, dar, sobretudo quem pode, os que enriqueceram de forma rápida e até "estranha" a quem precisa mesmo...há tantas organizações que precisam.
Há dias postei um texto também aqui, onde se pedia uma simples assinatura para ajudar a forçar os governos a tomar decisões em Copenhaga.
Pois só porque o tema se chamava PETIÇÃO, contam-se pelos dedos os que visitaram e assinaram.
Triste constatação.
Beijinhos
Ná
Querida Ana,
Sabia que pensas como eu, és muito sensível e sabes, tal como muitos de nós, que o verdadeiro espírito do Natal é este.
Desculpa a lágrima e o nó na garganta, mas nem todas as histórias podem ser belas e bem humoradas.
Beijinhos e bom Domingo!
Ná
Muito belo o teu conto!
Este é o espírito de Natal que devia, na minha opinião também o que devia imperar.
Mas os apelos são irresistíveis e as pessoas vão atrás de ilusões vãs.
Ainda hoje vimos na TV, como alguns portugueses enchem as ruas de Vigo e doutras localidades espanholas, só porque lá até nem é mais barato, mas há outro espírito, e há todas as marcas de referência mundial.
Pobrezinhos coitados, que não sabem nada do que é o significado do Natal.
Beijo
J.Ferreira
Olá! Por aqui?
Que bela surpresa!
Obrigada pelo comentário e por expores publicamente as tuas (as nossas) convicções.
Beijo
Ná
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