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Natal é tempo,
Natal é espaço,
Natal é época de abraço.
Ruas enfeitadas
Acendem-se em mil e uma cor,
Presépios de Belém
Nossa Senhora, S. José
Nascimento, acto de Amor.
As estrelas brilham
Os sinos tocam,
Árvores de Natal sucedem-se
Perfiladas em espaços definidos.
Pacotes, embrulhos,
Laços, abraços.
Sorrisos abertos,
Gestos sentidos.
Votos, devotos
Desejos rotulados
Beijos nacarados
Com sabor a passas e avelãs.
Mesa posta,
Toalha alvura
Iguarias.
Coração quente,
Amor presente
Neve na rua.
Rabanadas de leite e de vinho
Filhós de Coimbra ou do Minho.
Bolos de menina e também de arroz,
Fatias doiradas,
Sonhos sonhados,
Bolo-rei escangalhado.
Vinho quente,
Água fria,
Arroz doce
Aletria.
Lareira acesa,
Olhares que dardejam
Nos cantos e contos
Nos colos ausentes
Nos sabores de sempre.
Mãos que se estendem
E se fecham em flor
Amarrotando a dor.
Porque
Lá fora a chuva cai,
O vento assobia
E faz tanto frio!
Neste meu canto
Escuto o pranto
Dos muitos e de outros tantos
Sem mesa posta
Nem lareira acesa,
Sem manto, nem pranto
Quase sem dor
Apenas a certeza
Da lágrima que já não cai.
Natal é tempo,
Natal é espaço,
Natal é época de abraço.
É Natal no meu País!
Maria José Areal
Campos, Natal de 2009
Natal é espaço,
Natal é época de abraço.
Ruas enfeitadas
Acendem-se em mil e uma cor,
Presépios de Belém
Nossa Senhora, S. José
Nascimento, acto de Amor.
As estrelas brilham
Os sinos tocam,
Árvores de Natal sucedem-se
Perfiladas em espaços definidos.
Pacotes, embrulhos,
Laços, abraços.
Sorrisos abertos,
Gestos sentidos.
Votos, devotos
Desejos rotulados
Beijos nacarados
Com sabor a passas e avelãs.
Mesa posta,
Toalha alvura
Iguarias.
Coração quente,
Amor presente
Neve na rua.
Rabanadas de leite e de vinho
Filhós de Coimbra ou do Minho.
Bolos de menina e também de arroz,
Fatias doiradas,
Sonhos sonhados,
Bolo-rei escangalhado.
Vinho quente,
Água fria,
Arroz doce
Aletria.
Lareira acesa,
Olhares que dardejam
Nos cantos e contos
Nos colos ausentes
Nos sabores de sempre.
Mãos que se estendem
E se fecham em flor
Amarrotando a dor.
Porque
Lá fora a chuva cai,
O vento assobia
E faz tanto frio!
Neste meu canto
Escuto o pranto
Dos muitos e de outros tantos
Sem mesa posta
Nem lareira acesa,
Sem manto, nem pranto
Quase sem dor
Apenas a certeza
Da lágrima que já não cai.
Natal é tempo,
Natal é espaço,
Natal é época de abraço.
É Natal no meu País!
Maria José Areal
Campos, Natal de 2009
13 comentários:
É sempre um prazer enorme ler os poemas da Maria José.
Aqui está alguém que só quem conhece bem pode admirar profundamente, não só pelas suas diversas capacidades e competências, mas também pelo Ser magnífico que é, pela entrega total às suas causas e à vida que nem sempre lhe sorri...como agora!
Beijinhos e um abraço amiga, do fundo do coração,
Ná e José Ferreira.
Lindo e singelo este poema que reflecte o sentimentos maravilhoso de uma alma maravilhosa como o testemunha o José Ferreira que comentou antes de mim e que conhece a autora.
Maria José,
Um Feliz Natal numa Noite Encantada fazendo esquecer as agruras do tempo e da vida
Querida Tite,
Respondo-te em nome da Maria José, fui eu que postei o seu poema.
A nossa amiga poetiza é praticamente da família, não é só o José que a conhece bem.
Ela é mesmo maravilhosa e as suas poesias são fabulosas. Reflectem bem a pessoa que é.
Obrigada por teres comentado.
Beijos
Olá Cristina!
Nada como ver um bom fumeiro para parar e ler.
Gostei muito do teu texto, tem as tradições do antigamente e cheira a campo...ummmmmmmmmm que bom!
Manter as tradições vivas é importantíssimo. O seu texto tem essa riqueza que se está a perder.
Parabéns.
Boa sorte.
Ná
Querida NÁ,
Não sei o que aconteceu mas o meu comentário não saiu e por isso vou tentar faze-lo de novo.
Dizia, eu, que este poema era lindo de morrer e que estava de acordo com o nosso espírito no Blogue. Particularmente na parte final em que se sentia a frustação de haver pessoas com grandes dificuldades em contra-ponto com outras em que nada falta! Natal devia ser sempre e não só numa curta epoca! Fiquei com muita pena ao ter lido num seu comentário que o Pedro não poderá vir mas acredito que a sua presença estará no Vosso coração de Pais!
Aproveito para pedir desculpa de ter postado a homenagem da Celle a sua Mãe apesar de extensa, mas acho que ela merece e que se não vai zangar comigo por te-lo feito.
Já lhe escrevi a pedir mil perdões.
Um grande e amigo beijinho.
Querido amigo Luís,
Eu também a recebi e estava só a ver quem publicaria, se o amigo João ou um de nós, porque vi que a nossa Celle mandou-a para nós três.
Por mim acho que fez muito bem. Ela é nossa colega, o texto é lindo, só peca por ser um bocadinho extenso... mas lê-se muito bem.
Eu adorei.
Sabe que às vezes também me acontece, sobretudo nos Blogues que ficam os comentários para apreciação e não só.
Acontece-me muitas vezes pensar que estou a ficar senil. Acontece a todos, eu penso.
Pois meu amigo, o nosso Natal vai ser mesmo só a dois. Pela primeira vez. Só lamento que o Pedro não possa vir.
Tivemos vários convites mas queremos paz e sossego e sem o Pedro já não é a mesma coisa.
Se me sentir triste, o que será difícil, com o José ao meu lado e uns telefonemas pelo meio, ficaremos bem.
Beijinhos
Ná
Querida Ná,
Acredite que fiquei triste por não ter conseguido que o Pedro viesse até porque o mesmo me acontece com o meu, ainda que por outras razões.
Mas no meu caso no dia seguinte já estarei com ele e, por isso, não é bem a mesma coisa.
Eu Também esperei que um de nós postasse a homenagem da Celle mas, como sou ainda mais rápido e "danado" que a Ná acabei por ser eu a faze-lo. Mas tive o cuidado de antes ver se alguém o tinha feito para não haver duplicações. Julgo que ela vai ficar contente!
Beijinhos amigos
Querido Luís,
O Pedro esteve comigo hoje quase duas horas de manhã, tenho uma série de fotos que irei publicar no Rau dentro de dias, antes do Natal.
É o meu presente de Natal.
Amigo, quanto ao caso Celle e à sua postagem já disse o que tinha a dizer.
Está feito "no hard feelings".
É NATAL!!!!
Beijinhos
Ná
Sendo um poema da Zezinha, não posso deixar de dizer que é mesmo dela.
Quem a conhece sabe, tem o carisma dela, a forma peculiar de escrever poesia, como só ela o faz.
Lindo e claramente o espírito do verdadeiro Natal presente.
Beijinhos para ela e montes deles para ti e para o pai um abração.
Pedro
Olá Filhote!
É como dizes, a Maria José tem esta belíssima forma de comunicar em poesia, de dizer as coisas desta forma única.
Beijinhos mil.
Hoje estou muito feliz porque falei contigo (2 vezes) e tu deste-me uma prenda linda.
Abraço do pai.
Ná
Querida Ná,
Obrigada por aqui trazer uma poesia que nos faz pensar.
Beijos
João
Maria José
Não é só por, em conjunto, os homens estarem a viver uma época de magia (embora muitos não se apercebam) que tudo que fazemos parece que é tocado por uma varinha especial, que tem o condão de dar vida aos sentimentos, engrandecê-los, num contagiante partilhar fraterno e emotivo. É isso que o seu belo poema transmite.
Com saber e emoção, esculpe, em palavras, um presépio de sempre: aconchegante, solidário, familiar, simples, partilhante, tocando no ponto que o actual consumismo mundial consegue confundir no desvario das compras; foca o presépio, fala de Jesus do nascimento do Deus Menino, fala das estrelas que nunca brilham tanto como naquela noite de Paz e de Amor. Lembra-nos Nossa Senhora e São José: a Família (a chave de uma sã sociedade).
Parabéns, Maria José, por nos ter levado pelos caminhos natalícios, através de palavras numa boa e bela poesia. Feliz Natal e que 2010 seja bom, com o coração do Natal a bater, todos os dias, nas nossas vidas.
a poesia é sempre uma janela. Permite-nos espargir o olhar e com ela levar a alma para lá do horizonte.
A poesia palavreia os sentimentos em movimentos concentricos projectando-os no espaço e na gente.
Assim, O Natal no meu país, mais não diz o que todos sabemos e sobretudo sentimos. Marca o carinho desse tempo, a nobreza da época e as tradições com cheiros, odores e sabores. Mas empurra-nos para o tempo desigual. Ausência de mesa, de lareira acesa de canto e de pranto. Um Natal assim, tão desigual é sempre um sofrimento.
Chamar a atenção para este Tempo poderá funcionar como mais uma chama a arder nos nossos corações. Bem hajam aqueles que a souberem entender
Amigos,
Recebi por e-mail esta mensagem da Maria José Areal.
"Como não sei e não posso entrar no blog, gostava de poder dizer:
Obrigada pelas palavras, pelo carinho e pelo tempo que me deram. à Ná, ao Ferreira e ao Pedro (família) um enorme abraço.
Aos restantes que não tenho o prazer de conhecer.. quanta gentileza, quanto carinho!
Bem Hajam.
Gostei dos vossos presentes de Natal.
Feliz Natal e um Excelente Ano Novo.
Repartam por todos vós o meu apreço e carinho.
Maria José Areal"
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