23/01/2010

DESPEDIDA

Imagem da net


No amargo sabor da saudade,
Nesse frémito incontido do desejo
Estonteante o meu olhar baralhado
Te procura na lembrança de um beijo.

E entre a paixão e o intangível,
Eu reflicto já meio entontecida
No momento certo e passível
Do verbo conjugado na despedida.

E procuro-te em vão meio à nora
Retendo todas as ânsias noite fora
Nesta sede repentina de gritar...

Já não tenho os teus olhos rutilantes
E despi todos os sonhos que tinha antes...
Na loucura pertinente de acordar!


Ana Martins
Escrito a 2 de Janeiro de 2010

9 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

É sempre um imenso prazer ler os poemas que escreves, são sempre tão bem escritos quanto bem inspirados!
beijo, lindo fim de semana

Daniela disse...

olá!! bonitos versos!

beijoss

Bárbara Fiz disse...

"tudo que morre , fica vivo na lembrança ..."

é incrivel como despedidas nos desconcertam e fragilizam ...

Mas como diz maria bethania

"olho nos olhos quero ver oq vc faz ao sentir que sem vc eu passo bem de mais ... "

Um abraço .

A. João Soares disse...

Querida Ana,

Qualquer perda daquilo de que se gosta, que se mama, é dolorosa, porque o nosso sentido de posse é uma força limitadora da felicidade. A despedida, o Adeus é, por isso angustiante. A felicidade está mais no SER do que no TER. E a Ana com a sua sublime arte da poesia, consegue superar a perda com os seus desabafos em lindos versos.

Beijos de carinho
João

Unknown disse...

Lindo como os anteriores.
Saudades vividas num tempo de despedida que acorda uma dor e um sentimento sempre presentes.

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querida Ana,

Assustei-me quando li o título...
felizmente é só mais um dos teus belíssimos poemas.
Quanto amor e ternura se misturam com a saudade.

Lindo!

Beijos

Luis disse...

Querida Ana,
Gostei da sua despedida! Mais um belo poema mas com uma "notinha" de tristeza! Ou será para se despedir de mais uma semana? Estou brincando, já se vê...
Um beijinho amigo.

Celle disse...

Lindo seu poema,Ana, minha querida!
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Aprecio seus poemas!
Beijinhos
Celle

Unknown disse...

Caros amigos,
Muito grata por todos os comentários amigos feitos ao meu soneto.

Beijinhos,
Ana Martins