Notícia do Correio da Manhã diz que um menino, hoje com dez anos, em 2008, assassinou a tiro o pai e um hóspede, tornando-se no mais novo a ser condenado por homicídio na história criminal do Arizona, e foi internado num hospital psiquiátrico onde ficará até ais 18 anos. Confessou os homicídios e referiu os maus tratos infligidos pelo pai, que frequentemente o açoitava. O pai incitava o filho a usar armas e obrigava-o ainda a alvejar cães na pradaria.
Segundo o FBI, entre 1976 e 2005 foram 62 as crianças entre os seis e os sete anos a ser detidas por homicídio. No Arizona, a lei permite criminalizar qualquer pessoa com mais de oito anos.
Este caso como outros de desvios sociais de crianças 0obriga-nos a pensar. As crianças não nascem criminosas. São um fruto da sociedade e da sua estrutura familiar, social, do ensino, da Justiça e polícias, dos governos, dos legisladores. Perante notícias como esta, muita gente devia meter a mão na consciência e avaliar as suas responsabilidades na degradação da sociedade: pais e familiares, educadores e professores, governantes, legisladores, juízes, psicólogos, jornalistas e directores de órgãos da comunicação social, produtores de filmes, etc.
Os defensores das liberdades individuais ilimitadas, sem atender a que o outro não deve ser prejudicado na sua liberdade, devem rever o seu conceito de funcionamento da vida social, de relação, em que o respeito pelos outros deve ter um lugar cimeiro. A interacção, em convivência pacífica e tolerante, deve condicionar a educação das crianças, a sua preparação para a vida adulta.
Infelizmente, este importante problema está mal compreendido, pior equacionado e pessimamente resolvido, e exige das mais altas autoridades uma atenção muito especial.
6 comentários:
Caríssimo Amigo João,
Tudo isto que se tem passadotem sido à custa de uma permissividade na educação, no ensino e na forma de estar das crianças nas famílias e nas escolas! Tudo é permitido às mesmas pois não há Valores, Disciplina nem Bons Exemplos a seguir! Falei de famílias e de escolas mas será que actualmente elas existem? Com "casamentos gays" e escolas com ensino tipo "novas oportunidades" aonde iremos chegar... Os nossos filhoe e netos têm dificuldade em entrosar-se nesta maldita e aberrante sociedade pois tiveram a Felicidade de serem devidamente acompanhados pelas nossas Famílias onde os Valores são vividos com toda a intensidade mas os outros? Coitados que acabam por sofrer as consequências dos disturbios dos seus maiores ( se é que o são)!
Um abraço amigo.
Querido amigo João,
Por mais que tentemos perceber o que se passa com esta geração e lhes demos todas as atenuantes, a verdade é que tudo isto é um absurdo inexplicável.
Eu concordo consigo...tudo passa por uma enorme lacuna na educação que parte de casa...mas conto-lhe uma outra história verídica que se passou em Seixas-Caminha.
O filho único de uma professora divorciada que vivia com a sua mãe e o seu amado filho desde o divórcio tinha a fobia de coleccionar espadas.
Um belo dia comprou via Net, uma especial, de um imperador qualquer nipónico.
No dia em que a recebeu decidiu experimentá-la, matando a sangue frio a mãe e a avó.
Desculpá-lo pelo efeito traumático do divórcio dos pais???
O meu filho andou com ele na Escola e quando lhe contei a reacção dele foi de estupefacção, o dito assassino tinha um comportamento absolutamente normal.
Como é que isto se explica???
Paranóias??? Porque não foi por falta de amor e apoio maternal...
Texto muito oportuno, numa altura em que começam a aparecer armas em mãos de crianças...
Vamos no MAU CAMINHO! sem dúvida.
Beijinhos
Ná
Querida Fernanda e caro Luís,
É muito doloroso pensar e falar nisto. Mas devemos pensar e falar para que se comece a ver mais claro. Olhar apenas para a educação é curto, pois há factores mais distantes que se entrosam para produzir estes efeitos.
Hoje não se respeita ninguém, nem se respeita a vida dos outros e a própria. A Justiça funciona muito mal e com demasiada lentidão, a comunicação social, principalmente a TV mostram actos de violência brutal em filmes e vídeos e as crianças depois vêm os actores vivos s desempenhar outro papel o que as leva a pensar que cortar a cabeça não representa que se morra.
As crianças e muita gente crescida não têm discernimento para separar a ficção da realidade, para ver a diferença entre as promessas de políticos e o futuro. Estamos numa sociedade que não vive com os pés no chão sonha com fantasias e voos nas nuvens, não faz contas à vida e depois pede subsídios.
Tudo isto mostra a necessidade de as escolas prepararem as pessoas para a vida adulta, o que é mais importante do que decorar coisas que esquecem de pressa e não têm utilidade prática a não ser para os que seguem as ciências ao alto nível. Os próprios governantes não olham para as realidades, para o que é realmente importante e entretêm-se com ninharias sem valor nacional.
Que futuro estamos a criar para as próximas gerações???
Beijos para a Ná e abraço para o Luís
João
Caro João
É lamentável , é doloroso nos tempos de hoje termos que tomar conhecimento destes tristes fatos.
São tantas notícias de tragédia, de crimes, de mal tratos , por este mundo afora que temos , mais do que nunca , unirmos as forças p
para lutar por um mundo melhor.
Beijos
Querida Irene,
A sua sugestão é muito válida. Mas por onde começar? A sociedade está podre por todos os lados. O civismo está ausente, desde os desportos radicais, até à condução arriscada, deixou de haver a noção de segurança, o respeito pela vida própria e dos outros.
Os governos deveriam melhorar a justiça para ser dissuasora e evitar a continuação de desacatos, tornar as escolas mais práticas e restabelecer a autoridade dos professores. Mas há também o perigo de se exagerar no cerceamento de liberdades.
É mau chegar-se ao ponto em que hoje o mundo se encontra. Mas penso que o caminho é endurecer a polícia, a justiça e a acção dos professores.
Beijos
João
Caro João,
Casos como este fazem estremecer qualquer um. É caso para pararmos e perguntarmos afincadamente que tipo de educação e que valores nós adultos estamos a transmitir às nossas crianças.
Beijinhos,
Ana Martins
Enviar um comentário