07/05/2009

Vinhos verdes... os mais personalizados vinhos de Portugal









Exceptuando o vinho do Porto e da Madeira, os vinhos verdes são os mais personalizados vinhos de Portugal. Não se encontra em parte alguma algo de semelhante, excepto os vinhos com «agulha» da vizinha Galiza, feitos, grosso modo, pelo mesmo processo, mas que nunca conseguiram alcançar muito sucesso fora da sua região.

Vinho verde não pela sua cor mas pela frescura e idade, mais apreciados e consumidos na Primavera e no Verão.
Não se confundem com outros vinhos novos, em regra ásperos porque imaturos, os verdes são delicados e levemente frisados, devido ao método de vinificação utilizado e adequado ao tipo de uvas, não muito doces, mas sempre apanhadas maduras.

Os maiores produtores e cooperativas impedem a fermentação malo-láctica, utilizando anidrido sulfuroso e acrescentando anidrido carbónico numa fase posterior que lhe dá o borbulhar característico.
Os tintos são fermentados com peles grainhas e engaços. Os brancos em bica aberta, isto é, eliminando, antes da fermentação, peles, grainhas e engaços.
As suas características estão relacionadas com o clima, altitude e morfologia das regiões onde as vinhas estão implantadas em latadas, em altas cepas apoiadas em árvores ou em pilares de granito ou betão, em cruzeta, localizam-se em terras de : Monção, Ponte de Lima, Braga, Basto, Penafiel, Amarante e ainda Lafões na fronteira com a região do Dão. Estas são as sub-regiões implantadas na Região Demarcada do Vinho Verde que se estende do rio Minho até à Galiza e até ao Sul do Douro - extremidade leste.

As castas estão distribuídas pelas respectivas sub-regiões e as mais famosas são:
Monção. Tintas: vinhão, cainhos, doçar, brancelho. Brancas: alvarinho e loureiro.
Aqui o Alvarinho Branco é o que predomina, um vinho próximo de um maduro. Claro e fragrante, elegante e frutado com final seco.

Os meus verdes preferidos:
Brancos: Muralhas, da Adega Cooperativa de Monção, Porta do Fidalgo e Varão do Conde.
O afamado Alvarinho da Quinta da Brejoeira não vale o que custa…mesmo!!!
Tintos: Adega Cooperativa de Monção -Complexo, ligeiramente vinoso e encorpado, no qual se nota a presença de frutos silvestres. Na boca, nota-se um bom equilíbrio entre os principais componentes (álcool, acidez, extracto seco) encorpado e macio.
...Ou o do meu tio António, não se encontra no mercado (infelizmente para todos menos para a família, Ah!Ah!Ah!).

Prova de um verde tinto, óptimo para a lampreia.
Mostra uma linda cor púrpura, muito atraente e carregada. Aroma simples, rústico, tem um carácter vagamente frutado, morangos e amoras, acompanhado por notas "verdes" e medianamente herbáceas.
Leve agulha na boca, personalidade rústica, taninos suficientemente domesticados mas sempre com o lado áspero que caracteriza estes vinhos. Acidez mordaz, no limite da agressividade, estrutura franzina, é um vinho que pede habituação e sobretudo, comida farta e gorda por perto.

Nota pessoal: Sirva o verde tinta em "malga" branca (à temperatura da água do poço) e deixe cair o vinho para a malga pelo menos a uns bons 10cms para que espume e cante.
Espero que apreciem....muito!!!
Fernanda Ferreira

2 comentários:

Luis disse...

Querida NÁ,
Fala como boa apreciadora e faz-me lembrar a minha mulher pois é ela que faz as provas e se é boa apreciadora......
Bjos

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Amigo Luís, será que a sua digníssima esposa não se chama também Fernanda???

Nós somos muito boas... as mulheres claro...

Jinho
Fernanda Ferreira