23/05/2009

Aqui pelo campo

O Amigo João, no soberbo post Um dia como os outros falava entre outras coisas, da extensa produção industrial de alfazema lá na sua bela herdade no Alentejo. Por ter ainda bem presente na memória, a imagem dos imensos campos cobertos de alfazema, isto para não mencionar o seu aroma inesquecível, quando lá estive de visita acompanhada pelo meu marido e filho nas últimas férias, aproveitei uma das muitas fotos que sempre faço para ilustrar o meu post Amizade é que ficou lindíssimo.

Na sequência desse mesmo post e porque trocamos impressões sobre outras plantas aromáticas e a sua utilidade, decidi falar-vos aqui um pouco sobre meu pequeno jardim, cujas dimensões têm vindo a diminuir consideravelmente, por interesses mútuos entre o nosso vizinho e nós próprios.

Foto de Fernanda Ferreira

Actualmente temos um pequeno jardim aromático (a precisar urgentemente de uma mãozinha) e de mais uns pés de várias espécies, que foram lamentável e inadvertidamente destruídas pelo mesmo vizinho ao refazer o muro de vedação, após a aquisição de mais uma pequena parcela do nosso jardim. Assim, neste momento só tenho salva, cebolinho, alecrim, orégãos de dois tipos, cidreira, hortelã, faltando-me o tomilho (que não dispenso sobretudo no coelho), os coentros, a salsa (só tenho um pé ou dois) e o caril, pelo menos…mas a minha amiga, Jackie Hallem, já prometeu trazer-me mais uns pés brevemente.

Saliento que o uso das ervas aromáticas substitui por exemplo o sal, se usado em doses correctas, é não só agradável como benéfico, essencialmente no nosso país onde se abusa do consumo do sal.

Conforme poderão ver aqui,Casa e Jardim, eu adoro flores, e há uma verdadeira profusão de aromas e cores incríveis no meu jardim, além das roseiras, das glicínias, do jasmim, das madressilvas, da esteva, há o cheiro maravilhoso das laranjeiras, tangerineiras, limoeiros e toranjeiras em flor. Também não podiam faltar naturalmente no meu jardim as árvores decorativas, algumas das quais em certas épocas têm também flores lindas bem como aromas delicados, como a magnólia, as cerejeiras e ameixeiras cujos frutos são mais pequeninos e conjuntamente com as folhas dão um tom púrpura divinal que combinam magnificamente com os verdes cítricos das magnólias e os verdes fortes das sebes, ver My garden .

As fruteiras são imprescindíveis e já tivemos mais, mas desde a banal macieira, cerejeira até às exóticas feijoa, araçã e até pitangueira (que ainda não produziu um só fruto) mas que contudo tem sobrevivido, tendo o mesmo acontecido aos medronheiros que aqui ainda não acertaram o seu ciclo e embora consigam florir, o seu fruto não consegue infelizmente vingar, posso dizer-vos que há quase de tudo… até um arbusto de lúcia-lima (o meu chá favorito) e o que não há tem o vizinho com o qual fazemos permuta de bens essenciais.

Como naturalmente se colhe muita fruta e nada se pode estragar, para além de oferecer, faço compotas deliciosas e licores divinais... quem não acreditar pode vir fazer a prova.

Como diz o nosso amigo João, aqui como no seu "canto idílico", acorda-se com os passarinhos, vive-se com as diversas fragrâncias florais, com o cheiro intenso de terra quando arada, ou da relva fresca quando cortada, sentem-se a vegetação viver e adormece-se quando cantam grilos à noite, deixando um som profundo na erva mansa. Cantam grilos na noite conversas de um mundo onde se descansa...
Fernanda Ferreira

4 comentários:

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Muito obrigada amigo Eduardo pelo lindíssimo poema que deixou como comentário, bem como os votos que naturalmente retribuo com muito carinho.

Tenha um feliz Domingo,
Beijinhos

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Queridos amigos leitores e especialmente colegas colaboradores,

Este meu post só foi possível graças à enorme generosidade de um Senhor, a True gentleman, um verdadeiro amigo, de uma generosidade rara, por quem todos só podemos sentir um enorme respeito e muito... muito carinho, o amigo João Soares, quem mais???!!!

Não tenho palavras para lhe agradecer, por isso que mando um abração e muitos beijinhos,

A. João Soares disse...

Querida Ná,
Isso não se faz! deixou-me encavacado perante os amigos visitantes do nosso espaço.
Já sabe que acho que o saber engaiolado num cérebro que não for comunicado aos outros morre com o dono sem utilidade. Gosto de ensinar o pouco que sei. Tenho a vaidade de ter servido voluntária e gratuitamente em três «academias» para a terceira idade. Tive muito prazer nisso.
O nosso caso, neste post, deu muito trabalho porque só à última hora reparei que, depois de talvez mais de trinta horas de trabalho seu, meu e da sua amiga da Malásia, o blog ficou viciado com acumulação de códigos, que se anulavam. Já nos limites das forças e tentado a deixar para hoje, fiz o último esforço do dia que salvou a honra do convento.
É muito agradável quando a vontade de ajudar resulta bem, mesmo que o suor seja muito!
Mas escusava de fazer um agradecimento tão sonoro!!!
Eu é que agradeço a sua simpatia e gentileza
Beijos
João

luis disse...

Caríssimos Amigos,
Se tivesse dúvidas, que felizmente não tenho, ficaria completamente elucidado com as boas qualidades de carácter da NÁ e do João. São dois bons exemplos de Amizade e de Solidariedade!
Quanto ao post só tenho a dizer que está uma beleza e que mereceu todo o Vosso esforço no sentido de o "dar à luz". Os partos difíceis por vezes são os mais felizes....e os que nos dão mais satisfação!
Bem hajam pelo facto, pois enriqueceram o nosso blog.
Um abração a todos