Ó COMO NÃO QUERO SER SOBRINHO!
LIBERTA-ME DAS PEIAS MEU TIO POETA.
DEIXA-ME ESCREVER E SER SOZINHO,
PARA PODER CHEGAR À MINHA META.
ESCREVO OU NÃO ESCREVO? DITOSA DÚVIDA.
RIMO OU NÃO RIMO? MÁGOA SEM IGUAL.
AFASTA-ME DE TI A RAZÃO SENTIDA,
DE NADA PODER FUGIR DESTE MAL.
FINJO QUE SOU, AQUILO QUE NÃO SOU.
POETA SEREI? BEM SABES QUE NÃO!
IREI PARA UM LADO, QUE SEI QUE NÃO VOU.
SOU OUTRO, TALVEZ, QUE SE INTERROGA EM VÃO.
LIBERTA DE MIM A CRUEL ILUSÃO.
DEIXA VIVER O POEMA DA VIDA.
SÊ TU, COMO ÉS, SEM OUTRO SENÃO.
REVOLTA DA ALMA, POR TI SÓ SENTIDA.
Miguel Roza (Sobrinho de Fernando Pessoa)
3 comentários:
Amigo Luís,
Hoje virou-se para a poesia, parece que está melancólico...tristinho, não esteja, e não tema pedalar comigo, só lhe faz bem...vamos lá!!!
Hoje trabalhei muito...amanhã vou folgar...day off!
Beijinhos
Fernanda Ferreira
Caro Luís,
lindo o poema, mas penso que nem sempre o poeta é fingidor. Acho muito dificil escrever-se sobre algo que não se sente.
Não estou com isto a querer intitular-me de poetisa, mas quando escrevo sobre algo que não tem a ver comigo, tento ser o mais fiel possivel ao que pensaria e sentiria se fosse o meu caso.
Beijinhos,
Ana Martins
Queridas Amigas,
Não estou nada tristinho. Lembrei-me deste poema por terem dito que gostavam do Fernando Pessoa e este seu sobrinho, meu grande Amigo, fez este poema a pensar no Tio e dizendo-se fingidor por não chegar às suas pisadas! Ele próprio também poeta não é nada fingidor, como terão oportunidade de sentir quando postar mais poemas dele, alguns até intensamente vividos e sentidos
beijinhos
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