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Farta-me a tristeza
Que em meus olhos cansados
Célere e imponente
Com frieza me conduz...
Farta-me a destreza
Do sonho que a cada passo
Se prende no escuro
Sem réstia de luz.
Farta-me o Sol
Que brinca de chuva
E não espelha em mim
A vontade de seguir...
Farta-me a lua
Com brilho de escusa
Que brinda o mundo
Com seu eclodir.
Farta-me o tempo
Que aviva a saudade
De tudo o que não tenho
Pois sei que já perdi...
Farta-me o lamento
Que aqui sem maldade
Num tempo sem tempo
Eu triste escrevi!
Ana Martins
Escrito a 24 de Julho de 2009
Farta-me a tristeza
Que em meus olhos cansados
Célere e imponente
Com frieza me conduz...
Farta-me a destreza
Do sonho que a cada passo
Se prende no escuro
Sem réstia de luz.
Farta-me o Sol
Que brinca de chuva
E não espelha em mim
A vontade de seguir...
Farta-me a lua
Com brilho de escusa
Que brinda o mundo
Com seu eclodir.
Farta-me o tempo
Que aviva a saudade
De tudo o que não tenho
Pois sei que já perdi...
Farta-me o lamento
Que aqui sem maldade
Num tempo sem tempo
Eu triste escrevi!
Ana Martins
Escrito a 24 de Julho de 2009
6 comentários:
Querida Ana,
O poema é lindíssimo, mas será que é o seu retrato? Não quero crer pois sinto-a realizada, ou estraei a ver mal? A imagem foi muito bem escolhida mas, como disse anteriormente, recuso-me a aceitar que esta seja a sua imagem!
No entanto tenho reparado que os seus poemas muitas das vezes refletem tristeza, mas desculpe-me dize-lo: Não seja assim! A vida tem sempre dois lados faça porque vença a Alegria! Pois a Vida apesar de tudo é BELA!!!
Um beijinho carinhoso e muito amigo.
Querida Ana,
Uma bela e profunda análise de um estado de espírito em fase menos positiva. Mas quem assim produz um poema não está em fase baixa pois arranja tempo, luz e força para combinar as cores de uma tela muito completa e bela.
Concordo com o Luís, gosto de coisas mais alegres e positivas que ajudem a sentir os aromas das flores das imagens da primavera do Japão!!!
Beijos
João
Meus caros colegas e amigos Luís e João Soares,
Como sabem eu escrevo ou pelo menos tento escrever poesia, gosto de variar os temas e há alturas em que me proponho estes desafios, tentar descrever estados de alma com base em histórias de vida ou por mera imaginação.
Nem todos somos felizes e há muito quem cale o seu sofrimento e chegue mesmo a pôr termo à vida, como é o caso desta criança que desapareceu no Rio Tua.
São histórias como esta, que muitas vezes estão na origem de poemas meus. Este poema não foi inspirado nesta criança, mas poderia ter sido.
Deixo um beijinho e o meu muito obrigada pela preocupação do Luís.
Ana Martins
Um poema belíssimo, sentido a fundo e transformado em versos pela sensibilidade da excelente poeta.
Beijos, Ana!
Querida amiga Ana,
O poema é fabuloso, como sempre!
Depois de ler o teu comentário fico mais sossegada, pois sei que não tem nada de pessoal
Entendo perfeitamente o que dizes.
A nossa tendência é pensar que são os sentimentos do autor que estão ali expostos.
É óbvio que não, ou nem sempre.
Beijinhos,
Ná
Ana,
Quem escreve assim nunca se pode sentir frustada, e muito menos lamentar-se. Adorei as tuas palavras. Parabéns.
Bjs.
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