11/05/2010

Transformações no Mundo

Depois do post 2010 Ano de Transformações no blog Sempre Jovens e dos comentários que lá coloquei, recebi este texto que vem ajudar a perceber a evolução que o Mundo irá ter.

A CHINA DO FUTURO
Luciano Pires

Alguns conhecidos voltaram da China impressionados. Um determinado produto que o Brasil fabrica um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões... A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reacção é impressionante.

Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas.. Com preços que são uma fracção dos praticados aqui. Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares. Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo. Que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares. Comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero benefícios...

Hora extra? Na China? Esqueça. O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego, que trabalha horas extras sabendo que nada vai receber...
Essa é a armadilha chinesa. Que não é uma estratégia comercial, mas de poder.

Os chineses estão tirando proveito da atitude dos marqueteiros ocidentais, que preferem terceirizar a produção e ficar com o que "agrega valor": A marca. Dificilmente você adquire nas grandes redes dos Estados Unidos um produto feito nos Estados Unidos. É tudo "made in China", com rótulo estadunidense.

Empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares... Mesmo ao custo do fechamento de suas fábricas. É o que chamo de "estratégia preçonhenta". Enquanto os ocidentais terceirizam as tácticas e ganham no curto prazo, a China assimila as táticas para dominar no longo prazo.

As grandes potências mercadológicas que fiquem com as marcas, o design... Os chineses ficarão com a produção, desmantelando aos poucos os parques industriais ocidentais. Em breve, por exemplo, não haverá mais fábricas de ténis pelo mundo... Só na China. Que então aumentará seus preços, produzindo um "choque da manufactura", como foi o do petróleo.

E o mundo perceberá que reerguer suas fábricas terá custo proibitivo. Perceberá que se tornou refém do dragão que ele mesmo alimentou ( Vale salientar que o mundo Árabe, é como é, graças aos petrodólares ). Dragão que aumentará ainda mais os preços, pois quem manda é ele, que tem fábricas, inventários e empregos... Uma inversão de jogo que terá o Impacto de uma bomba atómica... Chinesa.

Nesse dia, os executivos "preçonhentos", tristemente, olharão para os esqueletos de suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando bocha na esquina, para as sucatas de seus parques fabris desmontados. E lembrarão com saudades do tempo em que ganharam dinheiro comprando baratinho dos chineses e vendendo caro a seus conterrâneos...
E então, entristecidos, abrirão suas marmitas e almoçarão suas marcas.

Luciano Pires é director de marketing da Dana e profissional de comunicação

"Uma Nação que confia em seus Direitos, em vez de confiar em seus Soldados, engana-se a si mesma e prepara a sua própria queda." ( Rui Barbosa)

7 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Não é só China pois com a India passa-se algo semelhante.
As considerações indicadas no artigo são muito pertinentes e na verdade tudo se encaminha para o fim do "Império Ocidental", conforme já tinha referido num desabafo aqui postado há dias.Dizia eu aí que acabaríamos escravos desse novo "Império", o que não deixa de ser uma péssima perspectiva para os nossos descendentes.
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Não se tratará de escravatura, mas as novas gerações têm que mudar de hábitos, para deixarem de ser depredadores dos recursos naturais como foram as gerações antecessoras.
A arrogância ocidental ocasionou guerras, com destruições de vidas, de riquezas históricas, arqueológicas e arquitectónicas, além de recursos naturais e vitais. Estou certo de que em breve iniciarão grandes alterações.

Um abraço
João
Do Miradouro

Tite disse...

Infelizmente esta é a sorte que nos espera.

Nós já estamos reformados e vamos sentir quando as reformas tiverem que ser reduzidas por falta de gente que trabalhe para sustentar a Segurança Social.

E os nossos filhos?
E os nossos netos?
Que alternativas terão?

Dá que pensar...

A. João Soares disse...

Cara Tite,

O mundo esteve sempre em permanente mutação. Mudar faz parte da natureza, como se pode ver simplesmente nas diferenças entre as quatro estações do ano.
Cada geração tem que viver nas condições do seu tempo. Os nossos filhos e netos vivem de forma diferente do que nós vivemos no nosso tempo.
Eles saberão como reagir e, se tiverem boa preparação, saberão sempre agir com bom senso na escolha entre as alternativas que se lhes depararem.
A formação de base para a tomada de decisões grandes ou pequenas, é fundamental.

Beijos
João
Do Miradouro

Tite disse...

Amigo João,

Se o dizes vou ficar mais confiante.

Abraços

A. João Soares disse...

Querida Tite,

Nem eu nem ninguém pode garantir o que virá a acontecer, mas o receio, o medo, a preocupação sem fundamento nada resolve. Todas as mudanças, se bem conduzidas, devem produzir melhorias.

O nosso filósofo José Gil escreveu que o comportamento das pessoas e das Nações, entre si, situa-se entre duas baias limitadoras e condicionadoras, o AMOR e o MEDO. Se se actua do lado do amor, há confiança, amizade, colaboração, convergência de esforços, bom entendimento, paz. Se se age do lado do medo, surgem desconfianças, inveja, desejo de defesa, hostilidade, vingança, conflitos, guerras, etc.

Convém estar atentos para não sermos surpreendidos. O desconhecido gera medo e desconfiança, pelo que devemos procurar conhecer o que se passa e as razões porque acontece assim. Quando estamos atentos ao ambiente circundante sentimo-nos mais seguros e menos receosos e sabemos evitar as situações menos agradáveis. E o medo passa a dar lugar à sensatez, precaução, segurança, compreensão.

Oxalá que as mudanças tragam mais felicidade às pessoas e maior justiça social às sociedades e paz entre as nações.

Beijos
João
Do Miradouro

Tite disse...

Amigo João,

Não precisavas de te esforçar mais. Eu quando disse o que disse foi por me lembrar da História.
Sempre houve crises e os Povos de então sempre encontraram forma de as ultrapassar quer fossem militares, económicas ou epidémicas.

Agora não vai ser diferente.
Os estrategas económicos já estarão a procurar soluções para sairem airosamente desta crise.

Para já reduzem-se os ordenados (esperemos que também reduzam drásticamente o custo de vida)e depois... acabem com os paraísos fiscais e façam regressar todo esse dinheiro à economia real.

Este seria o meu conselho de leiga pagante.

Abraços uma vez mais caro amigo