09/05/2010

Erradicar a Pobreza e a Exclusão


Transcrição seguida de NOTA

Incluir na Constituição direito a não ser pobre
Diário de Notícias, 9 de Maio de 2010, por Francisco Mangas

Fundações portuguesas, reunidas no Porto, defendem que o problema se combate "com estratégias de longo prazo".

O "direito a não ser pobre" deve ser integrado na Constituição Portuguesa. A sugestão partiu de Rogério Roque Amaro, do ISCTE, um dos participantes do XI Encontro Nacional de Fundações, que discutiu o problema da inclusão social e a melhor forma do seu combate no actual contexto de crise económica.

Nas conclusões do encontro, que terminou ontem na Fundação Eng. António de Almeida, no Porto, os participantes consideram que é necessário dedicar "tempo à luta contra a pobreza e à exclusão social, através de "estratégias de longo prazo, no mínimo de cinco anos". E lembram, por outro lado, que estes fenómenos "não se restringem a questões de distribuição de rendimentos".

Para o presidente do Centro Português de Fundações, Emílio Rui Vilar, a erradicação da pobreza é uma "utopia", que comparou à abolição da escravatura: uma utopia também "que se tornou realidade".

Na União Europeia, referiu Rui Vilar, quase 80 milhões de pessoas, "ou seja, 16 por cento da sua população total", vivem no limiar da pobreza. "Destes, cerca de 19 milhões são crianças."

NOTA:

Emílio Rui Vilar, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, foi eleito presidente do Centro Europeu de Fundações (EFC), na 19ª Assembleia Geral e Conferência desta organização que decorreu em Istambul entre 29 e 31 de Maio de 2008. A Fundação a que preside tem levado a cabo uma acção continuada e eficiente e dá credibilidade à suas palavras e iniciativas.

A propósito das desigualdades sociais, Fernando Nobre disse que "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".

3 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Têm colocado tanta coisa desnecessária na Constituição mas esta ideia é realmente de considerar. Faça-se uma petição nesse sentido!!!
Começa-se a estar cansado com tanta palhaçada, parece que estamos a acordar e que "ventos de mudança" vêm por aí... Só que há que ter calma para não acontecer mais um 26 de Abril... Quem pretenda "mudar" que saiba o que está a fazer!!!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Este problema devia ser encarado de frente. O partido, mesmo que da oposição, que apresentasse um projecto-lei para o resolver, ficaria na memória de muita gente e daria votos.

Mas, infelizmente, é apenas abordado em momentos mais apropriados, ou quando não há nada que ofereça robalos ou equipamentos de futebol.

Não é problema que se resolva com discursos ocasionais. E deve começar pela escola a ensinar ás pessoas como se gere a sua economia pessoal, ajustando as despesas aos salários, evitando despesismos e endividamento, resistindo aos apelos da publicidade e da ostentação.

E o Estado deve dar o exemplo não permitindo reformas acumuladas e superiores a um múltiplo sensato do salário mínimo.

Há diferenças escandalosas entre os rendimentos mais elevados e os mais baixos na função pública, o que serve de mau exemplo para o País.

Abraço
João
Do Miradouro

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querido amigo João,

Não fugi, estou aqui e atenta!

As coisas vão ter que mudar mesmo, seja lá como for.

Começa a ser um lugar comum, mas concordo 100% consigo...
É inconcebível que haja este descalabro entre os vencimentos máximos e mínimos,
O mesmo acontece com as reformas, sim. É vergonhoso.

Eu estou desde já com o Dr, Fernando Nobre. Pelo menos esse tem um passado limpo, exemplar mesmo, e inspira confiança.

O resto, terá que ser o povo a abrir os olhos, a tomar consciência, e urgentemente, antes que se formem de novo brigadas 25 de Abril e eles começam a ir uns atrás dos outros.

Beijinhos