26/08/2010

Dia dos Filhos abandonados




A minha revolta, vai para este mundo cão e insano, vai para quem paga hoteis de luxo para férias do seu bichinho de estimação ( gosto muito de animais, mas os exageros que vejo me revoltam ), vai para quem poderia ajudar, e algo fazer e não o faz! É triste, e apesar das palavras servirem para alertar, continuamos sem poder ir mais além, e a miséria continua, a pobreza aumenta em grande escala, o fosso entre os que tudo têm e os que nada têm é abismal!
Uns enriquecem com a exploração e a desgraça dos outros, por isso este mundo da "montra da vaidade", me revolta, e indigna-me! Esta é a triste realidade de um mundo injusto, materialista e desigual.
Este trabalho da amiga Marilú "Dia dos Filhos abandonados", é um grande alerta, todos nós precisamos de um abanão na alma e na consciência, talvez seja só mais um texto, mas precisamos alertar os que não vêm, os que viram a cara para o lado e fingem não ver, precisamos agitar consciências e assim sendo, contribuiremos para minorar algumas desgraças!

Sãozita

Dia dos Filhos abandonados

Temos várias data de comemoração,

Páscoa, dia das Mães, dia dos Pais,

dia das Crianças, Aniversário, Natal,

Ano Novo.

Perguntemos a essa criança, se ela

sabe o que é Páscoa?

Se ela sabe o que é Mãe?

Se ela sabe o que é Pai?

Dia das Crianças, o que é?

Quando ela faz Aniversário?

Ela nem ao menos sabe o dia que nasceu,

ela apenas achou-se no mundo.

O que ela quer ganhar de presente de Natal?

Natal ela sabe o que é....

É quando a cidade se ilumina, tem aquelas

luzes piscando, ela adormece embaixo de

uma árvore cheia de lampadinhas que

piscam.
Mas e o presente?

Ela fica olhando, parada, pensando...

Um prato com comida dentro,

para que ela não precise mais comer

restos do chão.

Um chinelinho para que seus pézinhos

não fiquem tão maltratados.

Uma roupinha para que possa

tirar esses trapos que a escondem.

Quando comemoramos o

Dia dos Filhos,

dos filhos Abandonados,

daqueles que nasceram em consequencia

de uma noite de bebedeira,

de drogas,

da irresponsabilidade,

de homens e mulheres,

para quem a vida já acabou.

Não seria suficiente um dia para

comemorar o dia dos filhos abandonados,

são milhares deles, jogados em

baixo de viadutos, vendidos a esmolares,

trocados por qualquer dinheiro.

Talvez os 365 dias do ano não

sejam suficientes para podermos

dedicar-lhes um dia.

Eles não precisam de um dia

para homenageá-los , eles precisam

de dignidade, de um lar,

de amor, para que tenham o direito de crescer

e serem pessoas de bem.

posted by Marilú in blog Devaneios

10 comentários:

A. João Soares disse...

Amiga Sãozita,

No mundo demasiado materialista e selvagem em que a humanidade se tornou, não devemos deixar de gritar porque alguns ouvidos acabarão por se abrir e ouvir a palavra do respeito pelos outros, da solidariedade, da generosidade. Mas esta é uma das poucas coisas a que o Governo deve deitar mão para organizar, criar estruturas funcionais, sem burocracias e com muita caridade. As pessoas individualmente podem fazer algo mas não tudo, com justiça social, sem discrepâncias, sem as diferenças entre o vizinho do rico caridoso e o que vive na favela.

As crianças são os cidadãos, os eleitores de amanhã.

Beijos
João

Do Miradouro

Anónimo disse...

Seria mesmo bom que se tivesse tanto empenho de se ajudar um menor abandonado como alguns tem por animais de rua. Não desmereço o auxílio aos animais, porém que se fizesse algo pelas crianças. Se são assim tratadas pior que animais, não me admira que se tornem no futuro os monstros que hoje tememos tanto.
Excelente post. O poema da Marilu é de quebrantar a alma.
Beijo grande e muita paz!

Unknown disse...

Este texto me acordou a revolta que teimo em calar e esconder.
Politizaram o pão, a água, a saúde, a educação e até a família arrastando as pessoas para o abandono e os esquecimento, para o desprezo e a escravidão.
Hoje os políticos preocupam-se com eles e com os carros e as casas de luxo, com as férias e os passeios alem de mesas fartas com tudo o que falta aos filhos abandonados..
Não posso dizer mais nada porque um nó aperta a minha garganta.........

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Amiga Sãozita,

Obrigada per teres trazido aqui este texto e este fabuloso poema da amiga Marilu.

Não importa quantas vezes se publicaram textos sobre este tema, ele é tão inesgotável quanto o número de crianças que perecem à míngua de uma migalha de pão por dia.
São 6,3 milhões de crianças que morrem de fome por ano.
Não consegui saber qual o número das abandonadas, mas dá para ter uma ideia...

Não há humanidade, não há quem queira mesmo ajudar a pôr um fim a este horror.

Dizem alguns "entendidos" que para matar a fome global, teríamos todos que passar fome. Que é uma utopia pensar que há uma forma para acabar com a fome no Mundo!!!

Refuto sempre estes ideais egocêntricos. Não pode ser verdade!
Não é verdade!
Bastava que os governos estivessem mais atentos a estas questões e as quisessem resolver, mesmo!
Vejamos onde eles gastam fortunas colossais e porque lutam?! teremos as respostas todas!

Há dias soube que Bill Gates e mais uns tantos magnatas americanos vão dar (Bill Gates é um dos que mais dá, tem dado e está à cabeça dos que continuam a dar) x por cento das suas fortunas...mas não querem que o seu dinheiro passe pelo Estado.
Querem-no directamente entregue a uma Organização que eles próprios escolheram e querem provas em como o dinheiro será aplicada e dado realmente a quem precisa.
Este é um princípio... é um caminho, oxalá outras lhe sigam o exemplo e consigam reduzir drasticamente esta calamidade.

Desculpa se me excedi...este tema é daqueles que me faz ferver o sangue nas veias...

Bem hajas
Beijinhos para ti e para a amiga Marilú.

Unknown disse...

Boa noite Sãozita,
pode até ser mais um texto mas lutar pelo mundo que desejamos é coerente e é legitimo. O que mais me doí na distância que separa os ricos dos pobres, é precisamente o sofrimento das crianças e o mundo que deixa que tanto sofram.

Muito real e intenso o poema da Marilú.

Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas

Marilu disse...

Querida amiga Sãozita, obrigada por publicar "O dia dos filhos abandonados" nesse blog maravilhoso. Realmente pode ser apenas mais um texto, mas quem sabe com muitos textos conseguimos fazer com que o destino de algumas crianças seja modificado. Moro em São Paulo - Brasil, e aqui só o que se vê são crianças abandonadas, nossos pontos turísticos são albergues a céu aberto de crianças roubando, cheirando cola, tinner, cocaina, crak...é de cortar o coração, e o nosso querido governo nada faz. Vamos gritar ao mundo para que "nossos filhos abandonados" tenham uma chance de crescer...Beijocas

Irene Moreira disse...

Devemos ser incansáveis na luta pelos menores abandonados, pela fome. Parabéns Sãozita por trazer assunto tão importante e que muitas vezes fica esquecido na última página.

Beijos

Pelos caminhos da vida. disse...

Muito bom esse texto correr pela net, alguma coisa precisa ser feita para que essas crianças tenham uma vida mais digna.

beijooo.

Luis disse...

Querida Amiga Sãozita,
A sociedade em que vivemos está egoísta e materialista e por isso as assimetrias sociais que existem! O "socialismo de pacotilha" instaurado em todo o mundo não passa de uma forma dos governantes se "governarem"!!!
Um forte, amigo e solidário abraço.

Celle disse...

Minha querida, Sãozita!
Que coração sensível, próprio de pessoa boa e virtuosa. Eu sinto, vivendo num país onde o problema do menor abandonado é muito grave, o que falta é bom senso, algumas pessoas que assim agem, quase sempre é por desvios comportamentais. Graças a Deus que não é maioria, haja visto a grande solidariedade recebida! È desagradável e desconcertante presenciarmos e percebermos certos gestos, carinhos e atitudes em animais. Chegam mesmo a nos revoltar, dá nojo, mas elas são dígnas de dó, assim como são os abandonados.
Ninguem no seu juizo perfeito agiria assim,de maneira aviltante. Por isso entendo que o bom senso deve prevalecer sempre e hoje,infelizmente está em avanço a falta de senso. Há ainda outra questão,o cidadão espera que os responsáveis cumpram seus deveres e que não os transfirem, como fazem normalmente, para que compadecidos e sensibilidade nós resolvamos uma situação que é obrigação deles. Ou melhor, nosso por não sabermos escolhe-los! É ou não questão de educação e bom senso?
Beijo no seu sensível e doce coração!
Celle