07/03/2011

O CARNAVAL


No Brasil...
Festa popular, trazida pelos nossos colonizadores, os portugueses. O carnaval ocorre em regiões católicas, mas sua origem é obscura... No Brasil, o primeiro carnaval surgiu em 1641, promovido pelo governador, Salvador Correia de Sá e Benevides, em homenagem ao rei Dom João IV, restaurador do trono de Portugal. Hoje, é uma das manifestações mais populares do país e festejada em todo o território nacional. É das festas populares a mais animadas e representativas do mundo. O entrudo português, (distração, brincadeira, diversão) importado dos Açores, foi o precursor das festas de carnaval, trazido pelo colonizador português. Brincadeira grosseira, violenta, imunda, constituiu a forma mais generalizada de brincar no período colonial e monárquico, mas também a mais popular. Consistia em lançar, sobre os outros foliões, baldes de água, esguichos de bisnagas e limões-de-cheiro (feitos ambos de cera), pó de cal (uma brutalidade, que poderia cegar as pessoas atingidas), vinagre, groselha ou vinho e até outros líquidos que estragavam roupas e sujavam ou tornavam mal-cheirosas as vítimas. Esta estupidez, porém, era tolerada pelo imperador Pedro II e foi praticada com entusiasmo, na Quinta da Boa Vista e em seus jardins, pela chamada nobreza... E foi livre até o aparecimento do lança-perfume, já no século XX, assim como do confete e da serpentina, hábito trazidos da Europa.
O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade, pois a quaresma é período de sacrifícios e abstinências. Este sentido permanece até os dias de hoje. O entrudo trouxe ao Brasil mais influencias das festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Naqueles países o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. No final do século XIX,  aqui começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais. No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas.  Abaixo a letra de uma das mais antigas. 
ABRE ALAS
(Chiquinha Gonzaga, 1899)
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira não posso negar       
Eu sou da lira não posso negar

Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Rosa de ouro é que vai ganhar
Rosa de ouro é que vai ganhar.

As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado...
A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.
O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu. Os desfiles de bonecos gigantes, em Recife, são uma das principais atrações desta cidade durante o carnaval.
Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi. Nossa miscigenação de raças  contribui muito para esta alegria, animação e entusiasmo com o carnaval.
Nem um décimo do povo participa hoje ativamente do carnaval— ao contrário do que ocorria em sua época de ouro, do fim do século XIX até a década de 1950. Entretanto, o carnaval brasileiro ainda é considerado um dos melhores do mundo, seja pelos turistas estrangeiros como por boa parte dos brasileiros, principalmente o público jovem que não alcançou a glória do carnaval verdadeiramente popular. Como declarou Luís da Câmara Cascudo, etnólogo, musicólogo e folclorista, "o carnaval de hoje é de desfile, carnaval assistido, paga-se para ver. O carnaval, digamos, de 1922 era compartilhado, dançado, pulado, gritado, catucado. Agora não é mais assim, é para ser visto", uma pena!

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3 comentários:

A. João Soares disse...

Uma bela descrição.
Assim se contribui para a difusão de uma arte muito tradicional do Brasil e se faz atração de turistas.
Devem ser divulgadas todas as características dos povos para se mostrar que cada povo é diferente dos outros. Não há globalização que uniformizes o mundo e que acabe com as tradições específicas de cada um. Viva o Brasil!

Beijos
João
Do Miradouro

Celle disse...

olá João!
Bom carnaval!
Eu sou aquela foliona que gosta apenas de admirar! Nunca fui entusiasmada, tímida e sem graça, não sei dançar, só sei balançar meu corpo e nem aprendo as letras das musicas para cantar.Confesso que o carnaval de antigamente me atraia mais.Prefiro o sossego, um livro, a net e a reunião de familia. Aqui esta chovendo e esfriou um pouco,bom mesmo, é ler debaixo das cobertas.
Que bom que leu meu post!
Grande né?
Deveria te-lo simplificado...
Obrigada, pois no meu blog, como sempre, ainda recebo poucas visitas. Os amigos sentem vergonha de se manifestarem, me visitam as vezes mas, não fazem comentários, só pessoalmente, inclusive meus filhos e familiares.
natural de onde a cultura ainda engatinha...
bjs no coração do mestre.
celle

Luis disse...

Minha Querida Amiga Celle,
Neste Carnaval andei descansando com a Família pelos Alentejos e daí por não ter lá Net não foi possível visitar as e os amig(a)os!
Este seu post é resultado de uma pesquiza muito interessante e completa! Por isso é um pouco longo mas isso não lhe retira qualidade, antes pelo contrário! espero que tenha aproveitado a epoca para descansar das agruras da vida tal como nós por cá fizemos...
Um beijinho muito amigo e solidário.