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Canta bichos da treva e da aparênciaNa absolvição por incontinênciaCantai cantai no pino do infernoEm Janeiro ou em maio é sempre cedoCantai cardumes da guerra e da agoniaNeste areal onde não nasce o dia
Cantai cantai melancolias serenasComo o trigo da moda nas verbenasCantai cantai guizos doidos dos sinosOs vossos salmos de embalar meninosCantai bichos da treva e da opulênciaA vossa vil e vã magnificência
Cantai os vossos tronos e impériosSobre os degredos sobre os cemitériosCantai cantai ó torpes madrugadasAs clavas os clarins e as espadasCantai nos matadouros nas trincheirasAs armas os pendões e as bandeiras
Cantai cantai que o ódio já não cansaCom palavras de amor e de bonançaDançai ó parcas vossa negra festaSobre a planície em redor que o ar empestaCantai ó corvos pela noite foraNeste areal onde não nasce a aurora
Letra e música: Zeca Afonso
Nota: Comentário do autor, sobre esta música, in "Cantares":"Um antigo poema incompleto serviu de base á música. O conjunto constitui como que um complemento dos vampiros entretidos, após a batalha, na recolha dos mais valiosos despojos."
Também publicado no meu blogue "Só te peço 5 minutos"
Bom fim de semana
Fê
Fê
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