06/12/2010

Raça Azul Indigo

Tuaregues
No centro inóspito do deserto sariano, entre os montes Tassili, Aïr e Hoggar, vivem os Tuaregues, um povo seminómada, por vezes chamados de "homens azuis". Usam a linhagem materna embora não sejam matriarcais.
São os homens que não dispensam um véu azul índigo característico, o Tagelmust, que usam mesmo entre os familiares. Dizem que os protege dos maus espíritos, e tem a função prática de proteger contra a inclemência do sol do deserto e das rajadas de areia durante as suas viagens em caravana. Usam como um turbante que cobre também todo o rosto, excepto os olhos.
As comunidades de tuaregues têm por norma oferecer chá de menta aos grupos de turistas.
Antes de se tornarem pacíficos como são actualmente, os Tuaregues cobravam pedágios altíssimos aos outros viajantes, assaltando e massacrando os que deixavam de pagar. Em 1946, com a chegada de novos governos, eles entraram em guerra pela sua liberdade (o que acabou com aproximadamente quarenta mil Tuaregues mortos, incluindo mulheres e crianças).
Agora dedicam-se principalmente à música, ao artesanato e a pastorícia de animais como os dromedários...

Fotografia de "Arriving at the horizon"

Apreciem:




beijinhos

6 comentários:

A. João Soares disse...

Querida Fê,

Este caso é extraordinário, mostrando as vantagens da vida simples. Já aqui consta o texto colocado em 23 de Junho de 2010.

O tema merece ser recordado e enquadra-se no do post Valores éticos e personalidade, onde estão links para outros posts convergentes com este.

Beijos
João
Só imagens

Luis disse...

Minha Querida Amiga Fê,
Já conhecia esta entrevista mas é sempre bom recordá-la pelas reflexões que as palavras deste Tuaregue nos obriga a fazer quando compara a vida no deserto com a que levamos nas cidades. Gostei de rever!
Um beijinho muito amigo.

A. João Soares disse...

Amiga Fê e Caro Luís
Tenho aqui referido, em comentários, com uma sertã insistência, a beleza da vida simples, em que a felicidade depende de pouco, o silêncio é uma boa companhia e o tempo é um bem inestimável que nos é proporcionado para o vivermos a cada momento, com intensidade mas sem obsessão.

Em consequência dessa ideia, acho interessante o post já várias vezes referido Quem sou?.

Por isso, melhor se compreende o prazer que tive ao encontrar este texto do Tuareg e de o reler. Parabéns à Amiga Fê por ter a mesma sensibilidade para estas situações da vida.

O tuareg da história pode não tirar o desejado fruto da experiência passada, tal como o Adão que caiu na tentação de comer a mação que a Eva lhe deu e, com isso, perdeu o paraíso.

Este jovem foi tentado pelo livro excelente que a jornalista lhe ofereceu. Deixou de ser tuareg, para entrar no «querer ser» que refere no texto como sendo algo indesejável por gerar stress. Se o Pastor do Quem sou? adoptou as vantagens da tecnologia sem abandonar a vida natural e simples, este, pelo contrário, abandonou a vida simples e sem correrias e foi à procura da competição, do querer ter e, para cúmulo, foi para um curso de gestão, onde o valor está na competitividade, na produtividade, na ânsia do lucro.

O texto vale pela descrição da vida de um tuareg, que ele foi, mas é um epitáfio da parte dele que morreu ao estudar, obter a bolsa de estudo e ir estudar para ser gestor. No momento da entrevista, ele já é um infeliz tragado pela engrenagem do «progresso». Quer lutar em defesa dos tuaregues, mas irá fazê-lo por fora, de longe, e incitando-os a irem abraçar o método que ele seguiu.

É mais um Adão que perdeu o paraíso, por ter mordido a mação, neste caso, em forma do belo livro de Antoine de Saint Exupery.
O ser humano está a deixar-se condenar amarrando-se à roda da engrenagem do «progresso» da «civilização».
Transcrevo o que disse à Celle por e-mail:
«Desde a época da pedra lascada, paleolítico, tem havido evolução nas tecnologias (televisão, telemóvel, etc), mas na alma dos homens tem havido degradação, na maneira de encarar a vida, a Natureza, os outros. As relações em família, em grupo e em sociedade estão de tal forma degradadas que já temos muito a aprender com os animais da selva de que frequentemente se vêm imagens das televisões.»

Para este tuareg, o passo que deu foi, do aspecto humano e de felicidade na simplicidade, um retrocesso. Tem que passar a usar relógio para poder ser pontual nas aulas...

Beijos para a Fê e um abraço para o Luís.
João
Do Miradouro

Fê blue bird disse...

Amigo João e agora vou-me dirigir a si em particular, o seu comentário e o link a que se refere em particular, merece uma leitura atenta e um comentário à altura.
Ultimamente tenho tido dias complicados, apoiando meu pai que na casa dos oitenta precisa de alguns cuidados especiais, felizmente espero que passageiros, por isso não tenho tido o tempo e atenção que o meu amigo merece, mas prometo que assim que ler devidamente o post referido o irei comentar como deve ser.

Beijinhos a todos os meus amigos e amigas,

Janaina Cruz disse...

Uma história no meio do seio da sociedade, que desconhecemos e não lhes damos a devida importância, graças ao teu post pasmos a conhecê-la.
Homens que se misturam a força da natureza e que deixam o passado migrar dentro do seu presente.
Segurei teu blog!

A. João Soares disse...

Amiga Fê,

Desejo uma rápida e total recuperação do seu pai. Quanto a comentários, repito o que costumo dizer: estamos nesta actividade por prazer e não por obrigação. Não é obrigada a imitar o meu defeito de, quando começo a encadear as palavras, fico sem força para carregar no travão!!!
Mas realmente há temas que me entusiasmam!!!

Beijos
João
Só imagens