20/05/2011

Minhas Tardes com Margueritte



Uma das minhas grandes paixões é o cinema. Ontem tive o prazer de ver um filme protagonizado por Gerárd Depardieu, que me deu um enorme prazer, pela sensibilidade e pela mensagem nele contida, que pensei logo em partilhar convosco.
O filme conta-nos a história de Germain, (Gerárd Depardieu ) semianalfabeto, constantemente ridicularizado pelos amigos por causa do seu vocabulário pobre e a sua quase ausente aptidão intelectual.
Certo dia, no banco de um parque, conhece uma velhinha simpática e apaixonada por leitura que o introduz aos poucos no universo mágico dos livros.
Com isso, a visão de mundo e o traquejo social transformam-se aos poucos.
A narrativa da obra apresenta alguns flashbacks, necessários para ilustrar a infância difícil de Germain,   repreendido de forma humilhante pelo professor cada vez que errava na lição, e maltratado pela mãe autoritária, facto este que perdura até hoje.

A actriz Gisele Casadesus – com uns incríveis 96 anos – mantém o nível do parceiro de cena e ilustra com correcção a simpatiquíssima Margueritte, uma senhora cuja sobrinho negligente a internou num asilo para idosos, e agora é uma espécie de ‘mãe adoptiva’ para Germain.
E é na troca afectiva entre eles que a obra encontra a sua força maior.
Com pouco mais de 80 minutos, Minhas Tardes com Margueritte é um filme curto de duração, mas com mensagens que não escapam tão facilmente. Poético, como os textos de Camus que ilustram o filme, a obra mostra que além da leitura e do acesso ao conhecimento formal, simplicidade e generosidade são qualidades de valor imensurável.
Recomendo a todos vivamente, quem sabe talvez o possam ver neste fim de semana ;)

beijinhos a todos




3 comentários:

Luis disse...

Querida Amiga Fê,
Pelo que li e vi fiquei com muito interesse em ver o filme. Mostra uma sensibilidade enorme entre duas pessoas em que a sociedade mostrou insensibilidade para com elas. Este contraste deve ser bem marcante nas suas vidas e torna-as mais próximas. Obrigado pelo post.
Beijinhos amigos e solidários.

A. João Soares disse...

Querida Amiga Fê,

Este é mais um exemplo do verdadeiro civismo. Amar os outros como a si próprio. Não podemos esperar que sejam os governantes a resolver estes problemas. Cada um deve fazer o que está ao seu alcance para ajudar os outros nas pequenas decisões da vida.
Fiz voluntariado em três «universidades para seniores» em Lisboa, na Rua das Flores, na Avenida Pascoal de Melo e na Junta de Freguesia do Campo Grande. Cria-se uma interacção muito interessante entre alunos e professores.
Temos, cada um da forma que puder, que combater a insensibilidade da sociedade actual e o alheamento que as pessoas alimentam em relação aos grandes problemas sociais.
Compreender o que se passa, sem ideias preconcebidas e sem fazer comparações com o antigamente, pois AGORA as coisas são diferentes, e para as melhorarmos temos que as compreender, saber como se chegou AQUI, para podemos ajudar a elas avançarem para o melhor objectivo, de entre todos os possíveis.

Beijos e bom fim-de-semana
João

Eva Gonçalves disse...

Já vi! :) Mas é uma óptima sugestão para rever no fim-de-semana!! :)) Beijinhos