23/09/2010

“O Valioso Tempo Dos Maduros”

Por Mário de Andrade

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...
Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

Mário de Andrade
Texto recebido por e-mail em formato *pps.

3 comentários:

Pelos caminhos da vida. disse...

A idade de gde valia, sabedoria...

Um belo post amigo.

Um gde abraço pra vc.

beijooo.

Saozita disse...

João belo post, cheio de reflexão e pelno de sabedoria.

Bj

Sãozita

A. João Soares disse...

Caras amigas,

Posts como este, são fontes de saber para enfrentar a vida da forma mais sã e avivar os valores éticos que nos tempos actuais andam muito esquecidos.
Porém, há muita gente a papaguear bons princípios mas que perante as pequenas dificuldades da vida, agem de forma inversa àquilo com que concordaram. Isso é frequente nos políticos que, entre uma afirmação e a sua contrária, deixam decorrer pouquíssimo tempo.

Precisamos de seguir os bons conselhos para que a humanidade não entre em extinção.

Beijos
João
Do Miradouro