Convidei uma prima para ir conosco. Muito alegre e engraçada, tornaria a viagem mais divertida. Não conhecia a região, tudo seria novidade e surpresas! Gostaria do passeio.
Às 6,00 horas da manhã do sábado saímos, foi tudo muito agradável no inicio, pista dupla, asfalto novo, viagem confortável. Paramos para o café da manhã num local bonito e sugestivo, "Leite ao Pé da Vaca", um café muito bom, salgados bem feitos, tudo muito limpo e asseado. Tivemos uma grata surprêsa ao ser informados que o local foi projetado pela nossa filha que é arquiteta. Como toda mãe coruja babei de felicidade, e mais contente nos sentimos pelo seu proficionalismo, nunca menciona o que fez nem o que fará e sempre nos surpreendemos com alguém a elogiá-la.
Assim é que deve ser!
Seguimos nossa viagem, entre contos e causos, invenções e estórias nem vimos o tempo passar. Colocamos o papo em dia...
A paisagem chamou nossa atenção, estavamosmos chegando ao nosso destino, seria a mais distante das fazendas.Voltaríamos visitando as demais. Sêca por todos os lados, o ecossistema de cerrado é assim. Uma vegetação rasteira de capim seco, com arvores dispersas, caules e troncos finos, tortuosos, poucas folhagens, clima quente, região de pouca chuva, e nesta época do ano então, a vegetação é um convite ao fogo.
Deixamos o asfalto e entramos por uma estrada de chão, logo á frente, avistamos um rio, o "Rio das Velhas".
Seria preciso atravessá-lo. A fazenda fica do outro lado do rio, não existe ponte para atravessa-lo, que fazer?...
-Atravessar de balsa.
Minha prima entra em pânico, não sabe nadar...
"Nesta aventura não vou, nesta balsa não entro, dizia ela.
Por que não me avisaram, assim não teria vindo!
Eu não entro nisso aí mesmo, e apontava a balsa.!"
Dizia nervosa: "-Eu espero aqui"...
mas, como deixa-la, não tinha onde ficar, tudo era mato!
Como deixa-la ali sozinha, na estrada, ou comigo!...
Voltar, não dava, problema...
Não faltou quem lhe mostrasse não haver qualquer perigo.
Depois de algum tempo, bom, a convencemos...
Quase desmaiou, mas foi!
... e nós atravessamos o rio, duas vezes. Portanto, quatro travessias: duas pra lá e duas pra cá.
Coitada da prima até acostumou!!!rsrs
Esta rudimentar embarcação é a balsa, uma prancha larga de madeira, deitada sobre tambores, e lançada sobre as aguas, presa em cabos de aço que a corretenza do rio faz mover. Algumas balsas possuem motor elétrico, outras contam com a correnteza para se mover e quando o rio é raso, as balsas são direcionadas pelos cabos de aço e varas de bambú. Assim se ligam as margens de rios naquelas bandas do cerrado, transportam: pessoas, máquinas, carros, motos, caminhões, carretas etc.
O Rio das Velhas, escorre molemente serpenteando no seu leito e lavando raizes de arvores frondosas que formam as matas ciliares margeantes do rio, em contraste com as arvores do cerrado alí tão próximas!
É um dos afluentes do Rio São Francisco que com suas aguas vai engrossá-lo.
Agora, está menos poluído, resultado dos trabalhos de consciêntização existentes. Retornamos pelo mesmo caminho anterior com destino a outra fazenda e novamente a balsa teríamos que tomar. Embora, a prima tivesse ainda receio e o medo, não era mais novidade, tornando-se mais fácil atravessia da volta.
Retornamos para a outra margem do rio, pegamos a estrada e partimos em direção a outra fazenda onde veríamos plantações enormes de feijão e milho, ja havia sido colhido soja, abóbora, melancia e algo mais.
No cerrado hoje, se planta frutas também, em outra região.
E por sinal são deliciosas, docinhas.
Tudo irrigado, na verdade.
Estavam colhendo feijão e paramos para apreciar. Usa-se um maquinário próprio, que nos chamou atenção.
A máquina já colhe as ramas com o feijão separado em alas, como na foto, Volta recolhendo o monte feito deixado no chão e cuspindo para os lados as palhas e armazenando nas caçambas os grãos que após recolhidos serão basculados as carretas transportadoras.
Uma importante experiência foi feita nesta fazenda o plantio de trigo irrigado, no cerrado, claro que com toda tecnologia e supervisão da EMATER, foi colhido na semana passada, produziu bem, os técnicos estão satisfeitos, aguardando a análise de viabilidade do plantio. Na verdade, encarece muito a correção do solo, a irrigação e outros itens, embora haja, incentivos do governo, com facilidades de crédito para essa região.
E assim, rápidamente passou este dia de aventuras, diferente, agradável, cheio de novidades, que admirarmos, e aprendemos muito, nos fazendo esquecer o que deixamos em casa, a correria do dia, o cansaço e a fome...
... e, o dia não terminou sem antes, apreciarmos um grande confinamento, de gado de corte, onde ja se posicionava uma condução especial, que transportaria direto para o frigorífico, algumas cabeças de gado que estavam sendo preparadas para o embarque.
E ainda a natureza nos brindou com um por de sol ma-ra-vi-lho-so, o que nos levou a agradecer a Deus o passeio, e que mesmo devagar :
O Brasil "Vai bem Obrigado!"
Texto e fotos de Celle
2 comentários:
Amiga Celle,
Uma boa narrativa de um dia bem passado em contacto com a natureza. Parabéns pelo passeio e pela óptima reportagem. Ainda bem que entendeu a minha discreta sugestão e trouxe para aqui este post!!!
Ele enriquece o Sempre Jovens.
Parabéns
Beijos
João
Só imagens
Celle, gostei bastante deste post, aínda há locais aprazíveis, tomara que de agora em diante a intervenção do homem na natureza se processe de forma consciente e com a certeza de que temos de preservar o ambiente de forma a que a vida subsista no nosso planeta, tão mal tratado pelo homem nos últimos 50 anos.
Bom Domingo.
Bjs
Sãozita
Enviar um comentário