Aproveito, com alguns retoques, um comentário colocado aqui há dias num artigo que faz pensar na actual situação da Europa, que muitos dizem estar em decadência. Realmente, na vida real do Planeta, tudo tem evoluído de forma sinusoidal, com subidas e descidas, conforma a Natureza e a sucessão das quatro estações do ano. Neste momento estamos em baixo e, para tentar recuperar, será necessário não cometer erros na defesa do futuro do Continente. Mas não se vislumbram políticos com competência e dedicação à causa colectiva em grau que garanta um futuro saudável para os europeus. Vários pensadores o têm afirmado de entre os quais se pode citar o ex-PR Mário Soares.
No princípio da história o poder estava na Ásia, com a China, e o seu Império do Meio a ditar as modas. Mas este império que deixou muitos sinais do elevado grau da sua cultura e ciência perdeu poder, apesar da Grande Muralha construída na dinastia Quin (221-207aC), esteve dominado pela Mongólia nos séculos XIII e XIV, sofreu mais tarde a guerra do ópio e, recentemente, foi invadida pelo Japão, estando agora, depois de poucas décadas de acentuado progresso, a recuperar o seu poder de antanho.
Entretanto, na Europa, os gregos e os romanos atingiram um grau de cultura que impulsionou toda a Europa, mesmo depois da queda do Império Romano. Há seis séculos a Europa, seguindo os descobrimentos dos portugueses, iniciou a primeira globalização, embora com o aspecto negativo dado à colonização que, em vez da prometida difusão da cultura e da religião, se dedicou mais à exploração das riquezas locais (especiarias, ouro e outras).
Na Europa houve um acontecimento, a Revolução Francesa, que embora prometedor, não ocorreu com a maior eficiência e coerência e pecou por erros graves e com más implicações no futuro. Do seu lema de três palavras, uma a Fraternidade, é incontestável e decalcada na mensagem de Cristo, mas as outras , Liberdade e Igualdade, eram contraditórias e mutuamente adversas. Se há liberdade cada um gere a sua vida segundo os seus genes e a sua formação ética e cultural, não podendo daí resultar Igualdade. Para que esta exista, tem que haver autoridade que a imponha, disciplina militar com uniforme, ou moda imposta, o que não deixa lugar para liberdade. Pode dizer-se que se pretendia «igualdade de oportunidades», mas um lema, uma palavra de ordem, não pode exigir um manual do utilizador e este não é lido. E, por isso falhou. A liberdade foi para a libertinagem. E a Igualdade levou a que a guilhotina acabasse com os diferentes. Na mesma altura e com troca de experiências entre os contemporâneos, houve a revolução Americana que não usou o mesmo lema mas valorizou a pessoa e a iniciativa individual, como fonte de inovação, criatividade e via para o progresso. Os resultados diferentes viram-se nos séculos seguintes.
Da colonização nascida da expansão da Europa pela mão dos descobrimentos portugueses nasceu no fim do século XVIII na América aquele Estado que viria a tornar-se a maior potência económica e militar do Mundo. Por seu lado, a Europa iniciou o seu declínio, que não soube gerir de forma a recuperar a grandeza de outrora, e que pecou com as desmedidas ambições napoleónicas e mais tarde com duas guerras mundiais fruto de ambições e rivalidades entre a Alemanha e a França e, por outro lado, a hostilidade insular da Grã-Bretanha.
Terminada a II GM, houve na Europa quem pensasse e bem que a união seria a forma de evitar o colapso, mas não houve aberta adesão e comunhão numa estratégia de futuro, e o mais grave é que não surgiu uma estratégia definida com inteligência que fizesse convergir todas as energias e recursos para um futuro comum de desenvolvimento e bem-estar para os europeus. Não houve o devido respeito por todos que se sobrepusesse às ambições paroquiais de domínio que já tinham mostrado ser nefastas. Os políticos continuaram a olhar para o seu umbigo e a tentar explorar os mais pequenos em beneficio imediato dos grandes. A decadência tem continuado por falta de uma política coerente com um objectivo bem definido e aceite por todos.
Entretanto, depois de muitos abusos em que exauriu os seus recursos, também a América está perante a sua queda, ao mesmo tempo que se levantam os Estados Emergentes em que a China, a Índia e o Brasil se preparam para desempenhar os principais papéis.
Nestas condições, a Europa tem que gerir com muita prudência e determinação a sua marcha pela sobrevivência, definindo claramente e com realismo aquilo que pretende ser na nova ambiência internacional, sem complexos de qualquer espécie, mas com a preocupação de acertar em todas as suas decisões e gerir com prudência as suas relações com os gestores multinacionais do sistema financeiro, tendo sempre presente os próprios interesses de longo prazo. Há que parar de olhar para o próprio umbigo com arrogância e ambição despropositadas. Há que aproveitar as realidades internacionais actuais e controlar o barco da forma mais adequada para evitar um grande naufrágio e conseguir um futuro adequado.
Para isso, precisamos de políticos dedicados à causa pública que usem de competência e boa intenção e sem obedecerem à partidocracia que, erradamente, sucedeu á Democracia.
No princípio da história o poder estava na Ásia, com a China, e o seu Império do Meio a ditar as modas. Mas este império que deixou muitos sinais do elevado grau da sua cultura e ciência perdeu poder, apesar da Grande Muralha construída na dinastia Quin (221-207aC), esteve dominado pela Mongólia nos séculos XIII e XIV, sofreu mais tarde a guerra do ópio e, recentemente, foi invadida pelo Japão, estando agora, depois de poucas décadas de acentuado progresso, a recuperar o seu poder de antanho.
Entretanto, na Europa, os gregos e os romanos atingiram um grau de cultura que impulsionou toda a Europa, mesmo depois da queda do Império Romano. Há seis séculos a Europa, seguindo os descobrimentos dos portugueses, iniciou a primeira globalização, embora com o aspecto negativo dado à colonização que, em vez da prometida difusão da cultura e da religião, se dedicou mais à exploração das riquezas locais (especiarias, ouro e outras).
Na Europa houve um acontecimento, a Revolução Francesa, que embora prometedor, não ocorreu com a maior eficiência e coerência e pecou por erros graves e com más implicações no futuro. Do seu lema de três palavras, uma a Fraternidade, é incontestável e decalcada na mensagem de Cristo, mas as outras , Liberdade e Igualdade, eram contraditórias e mutuamente adversas. Se há liberdade cada um gere a sua vida segundo os seus genes e a sua formação ética e cultural, não podendo daí resultar Igualdade. Para que esta exista, tem que haver autoridade que a imponha, disciplina militar com uniforme, ou moda imposta, o que não deixa lugar para liberdade. Pode dizer-se que se pretendia «igualdade de oportunidades», mas um lema, uma palavra de ordem, não pode exigir um manual do utilizador e este não é lido. E, por isso falhou. A liberdade foi para a libertinagem. E a Igualdade levou a que a guilhotina acabasse com os diferentes. Na mesma altura e com troca de experiências entre os contemporâneos, houve a revolução Americana que não usou o mesmo lema mas valorizou a pessoa e a iniciativa individual, como fonte de inovação, criatividade e via para o progresso. Os resultados diferentes viram-se nos séculos seguintes.
Da colonização nascida da expansão da Europa pela mão dos descobrimentos portugueses nasceu no fim do século XVIII na América aquele Estado que viria a tornar-se a maior potência económica e militar do Mundo. Por seu lado, a Europa iniciou o seu declínio, que não soube gerir de forma a recuperar a grandeza de outrora, e que pecou com as desmedidas ambições napoleónicas e mais tarde com duas guerras mundiais fruto de ambições e rivalidades entre a Alemanha e a França e, por outro lado, a hostilidade insular da Grã-Bretanha.
Terminada a II GM, houve na Europa quem pensasse e bem que a união seria a forma de evitar o colapso, mas não houve aberta adesão e comunhão numa estratégia de futuro, e o mais grave é que não surgiu uma estratégia definida com inteligência que fizesse convergir todas as energias e recursos para um futuro comum de desenvolvimento e bem-estar para os europeus. Não houve o devido respeito por todos que se sobrepusesse às ambições paroquiais de domínio que já tinham mostrado ser nefastas. Os políticos continuaram a olhar para o seu umbigo e a tentar explorar os mais pequenos em beneficio imediato dos grandes. A decadência tem continuado por falta de uma política coerente com um objectivo bem definido e aceite por todos.
Entretanto, depois de muitos abusos em que exauriu os seus recursos, também a América está perante a sua queda, ao mesmo tempo que se levantam os Estados Emergentes em que a China, a Índia e o Brasil se preparam para desempenhar os principais papéis.
Nestas condições, a Europa tem que gerir com muita prudência e determinação a sua marcha pela sobrevivência, definindo claramente e com realismo aquilo que pretende ser na nova ambiência internacional, sem complexos de qualquer espécie, mas com a preocupação de acertar em todas as suas decisões e gerir com prudência as suas relações com os gestores multinacionais do sistema financeiro, tendo sempre presente os próprios interesses de longo prazo. Há que parar de olhar para o próprio umbigo com arrogância e ambição despropositadas. Há que aproveitar as realidades internacionais actuais e controlar o barco da forma mais adequada para evitar um grande naufrágio e conseguir um futuro adequado.
Para isso, precisamos de políticos dedicados à causa pública que usem de competência e boa intenção e sem obedecerem à partidocracia que, erradamente, sucedeu á Democracia.
Imagem do Google
2 comentários:
Estou plenamente de acordo com este artigo, mas parece-me que a classe política agora virou-se para o espelho e apenas pensam neles. Pensam nas suas aparências, roupas carros férias, boa comida e dinheiro a rodos agora e depois e o povo que se lixe.
Talvez as coisas mudem e comecem a aparecer políticos melhores e mais humildes capazes de saber estar e governar com justiça, igualdade e muito amor ao país e ao povo.
Caro Luís Coelho,
Partilho do seu desejo, mas sem grandes esperanças. Será necessário uma grande volta, como sucedeu na Rússia ao eliminar a ditadura soviética. Mas depois de um golpe sereno sem muita agitação popular, tem que haver um regime disciplinado, bem controlado, como aconteceu também na China depois de derrubarem o Mao Tse Tung.
Para isso são precisos homens sérios, dedicados ao País, sem olharem ao espelho sem pensarem apenas neles e no seu bando, ou partido.
Veremos, mas para já a informação mais credícvel é de que vamos ter dois anos de recessão.
E, no entanto, há quem diga que previu isto há quatro anos!!! Dá para perguntar e o que fez para evitar, para minorar e para curar a doença? E tal sábio está numa função em que tem muito poder, tanto quanto queira, até para dar a volta a isto. Mas prefere o tabu.
Abraço
João
Enviar um comentário