12/07/2011

A crise e os sábios


Transcrição de «conto» recebido por e-mail do amigo ARS

Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorros-quentes.

Não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia os melhores cachorros-quentes da região.

Preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.

As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e as melhores salsichas.

Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses.

O negócio prosperava...

Os seus cachorros-quentes eram os melhores!

Com o dinheiro que ganhou conseguiu pagar uma boa escola ao filho.

O miúdo cresceu e foi estudar Economia numa das melhores Faculdades do país.

Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo cachorros-quentes feitos com os melhores ingredientes e gastando dinheiro em cartazes, e teve uma séria conversa com o pai:

- Pai, não ouve rádio? Não vê televisão? Não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso País é crítica. Há que economizar!

Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou: Bem, se o meu filho que estudou Economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão e internet, e acha isto, então só pode ter razão!

Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, pior).

Começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, piores).

Para economizar, deixou de mandar fazer cartazes para colocar na estrada.

Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.

Tomadas essas 'providências', as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo até chegarem a níveis insuportáveis.

O negócio de cachorros-quentes do homem, que antes gerava recursos... faliu.

O pai, triste, disse ao filho: - Estavas certo filho, nós estamos no meio de uma grande crise.

E comentou com os amigos, orgulhoso: - 'Bendita a hora em que pus o meu filho a estudar economia, ele é que me avisou da crise...'


O texto original foi publicado em 24 de Fevereiro de 1958 num anúncio da Quaker State Metals Co


NOTA DE ORIGEM: vivemos num mundo contaminado por más notícias e, se não tomarmos o devido cuidado, elas influenciar-nos-ão ao ponto de nos roubarem a prosperidade.


NOTA FINAL: Vejam qual é o papel importante dos economistas!!! Por cá o Cavaco Silva também se gaba de, há mais de quatro anos, ter previsto a crise. E ela acabou por chegar!!!
Também José Manuel Durão Barroso diz que o contágio da crise à Itália
«não é uma surpresa total»!!!
Pensem bem nisto e na conclusão que está na NOTA de origem que vinha no e-mail que trouxe este conto. Os economistas e outros sábios servem para nos alertar do mal que eles causam. Não o sabem evitar nem curar….
Precisamos de mais arautos da desgraça???

Imagem do Google

4 comentários:

Eva Gonçalves disse...

Excelente história esta! E Ilustra de forma exemplar a forma como somos manipulados pelos media...

Celle disse...

Como somos influenciáveis!
Bastou acreditar na crise que o negocio fracassou.
Nas dificuldades vencem os melhores, aqueles que lutam sem medo,apesar das dificuldades acreditam, não se deixam abater e correm atrás. Nas épocas de brisas, calmarias, qualquer um administra é fácil. Nas crises só os sábios,os competentes e otimistas,progridem!
Sei do que estou falando.
Celle

A. João Soares disse...

Amiga Eva Gonçalves,

A sensatez, a verdadeira sabedoria, está em usar o seu próprio discernimento, formar uma opinião através da observação das realidades envolventes e evitar ir atrás de modas, de publicidades, de pressões e de conselhos de «sábios» teóricos. A nossa opinião pode falhar, mas as dos outros raramente são melhor!!! Por isso sirvamo-nos prioritariamente da nossa, depois de bem elaborada.

Mal de quem se abstém de pensar e que vai ao sabor da corrente da opinião prevalecente.

Na evolução das mudanças geográficas da sede do Poder exposta resumidamente no post Crise, história e mudanças, os países que conseguiram subir ou recuperar das suas crises foram liderados por homens de génio que não se deixaram conduzir por «sábios» teóricos e livrescos, mas sim por génios sensatos, com sentido de Estado e de responsabilidade e com observação desapaixonado das realidades onde escolheram a melhor vereda para dar o grande salto para o futuro.

A sabedoria útil à humanidade sai de pessoas que formam a sua opinião pessoal ou em equipa, sem se prenderem com preconceitos de moda, desenhadas por «sábios» livrescos que sabem fazer sonantes citações mal digeridas e saboreadas.

Beijos
João

A. João Soares disse...

Amiga Celle,

Compreendo a sua opinião e, principalmente, a última frase. Tem na família um sábio, de sucesso. No comentário anterior estive a pensar nele e em muitos outros casos semelhantes. Quando no post escrevi sábio devia ter colocado aspas a envolver tal palavra, porque muitas vezes trata-se apenas de papagaios a recitarem coisas que leram e que nem compreenderam bem. Sábios reais, verdadeiros são os que recuperaram a economia da China depois de séculos de menor prosperidade, os que produziram a implosão da União Soviética, os que edificaram os EUA, nos fins do século XVIII, os que reedificaram a Alemanha depois da destruição da II GM, etc. E vão surgindo alguns nos Estados emergentes em que se incluem, além da China, a Índia e o Brasil.

Beijos
João