25/04/2011

PROVOCAÇÃO: TU ACEITAS???



Quantas coisas aceitamos sem nos dar conta de nossa responsabilidade!
O  gráu desta responsabilidade, perante alguns acontecimentos que nos são impostos, é grande, e os ingerimos sem cara feia, sem protestos e sem argumentação, questionamento ou indignação!

Alguns exemplos:
 -Aceitar a política e o sistema que aí está!
- Aceitar o poder do dinheiro...
- Aceitar o desprezo aos professores e a educação!
- Aceitar destruir alimentos em lugar de doá-los aos pobres, só preocupados com os lucros futuros.
- Aceitar a valorização das pessoas pelo seu poder econômico.
 - Aceitar que a felicidade está em "Ter Poder e Dinheiro".
- Deixar seu salário em Bancos onde banqueiros possam investi-lo de acordo com seus princípios, nem sempre louváveis.
- Patrocinar guerras, vendas de armamentos e o pior, prolongá-las, emprestando dinheiro a ambos os países em luta!
 -E outras mais...

No final de semana que passou, estas provocações me acompanharam numa viagem, ao interior do estado, com a familia!
 Achei até legal, levou-me a refletir mais...  
Sentí que a nossa aceitação, na maioria das vezes, é resultante da nossa negligência, da nossa preguiça, da nossa pouca e fraca vontade e despreocupação e desconhecimento de nossos direitos e deveres.
Não há relação alguma, apenas camuflamos nossa indignação, existente apenas entre os membros da familia, marido, irmãos e amigos mais íntimos! 
Aqueles que nos impõem estes procedimentos o fazem  no afã de "Poder"!
Uns o desejam a qualquer custo, o consideram passaporte para a “Felicidade”, outros desejam conquistá-lo usando a esperteza, a velhacaria...
 Lesar as pessoas, eu me pergunto, deixou de ser defeito, imoralidade, tornando-se vivacidade e inteligência?
-    É velhacaria e não é, nem nunca será, inteligência!!!
- Imperdoável atitude, alguns a utilizam como força poderosa!
Quem não foi bem formado nem bem educado, não moldou seu caráter, não possui princípios e valores, deixa-se levar pelo desejo de “ter” a qualquer custo, e... quer ter sempre mais... e mais... 
Fascinados pelo “Poder”, não querem largá-lo e, fazem de tudo o que tiver ao seu alcance para permanecerem nele, agindo de forma lícita ou ilícita para conservar-se no tôpo. O egoísmo impera, não importando ninguém mais. Esquecidos de que não estão sózinhos no mundo, não sabem compartilhar, dividir, ajudar, ser solidário e respeitár!
Deus, sabedor de nossas fraquezas, ciente, que o homem desviaria no meio do caminho, enviou-nos seu filho, com o propósito de mostrar-nos como viver e proceder com o que Deus nos doou!
Veio para ensinar...
Reafirmar e valorizar as diretrizes para nos transformar em verdadeiros "Homens" e reconstruirmos o mundo, que o Pai nos legou!
A maior delas: "Amar ao próximo como a tí mesmo", é a máxima, a principal.  As demais, originam-se dela...
E... não temos cumprido os desígnios do Pai!!!
  Deveríamos humildemente apagar a luz do nosso egoísmo, acesa como farol da nossa vaidade, nos fazendo achar que somos mais iluminados e melhores, não permitindo que a luz do irmão possa brilhar, também...
A razão existe no meio termo: “Nem tanto ao mar, nem tanto a terra...”
Quem pensa no próximo, não escraviza, não rouba, não subestima, não mata física nem moralmente, não lhe passa a perna. Respeita os mais velhos, honra os pais, cumpre seus deveres e não coloca seus direitos acima dos deveres.  Respeita, elogia, admira e reconhece quando o irmão é o merecedor.
Que é isto, senão Educação!!!
 É EDUCAÇÃO que nos anda faltando...
Se realmente existisse não haveriam imposições, não precisaríamos aceita-las.  Educar é responsabilidade da familia principalmente, cabendo aos pais ensinar desde os princípios e valores mais elementares, morais, cívicos, espirituais e religiosos. Iniciaria na mais tenra idade,“educação de berço” incluindo a idade escolae e juvenil até adulta, com objetivo de preparar para a vida. Os pais atuais, deveriam se espelharem naqueles cujo objetivo era fazer dos filhos cidadãos honrados, honestos e trabalhadores.
E como batalhavam para isso, atentos, ao menor deslize, o coro comia solto... e, ninguém que eu saiba, está traumatizado, nem fugiu de casa, não brigou e nem desacatou seus pais!
 À escola cabia mais tarde, fixar a educação recebida em casa,  consolidando a educação e complementando-a com a instrução que proporcionará às crianças.
Interessante, os ensinamentos de nossas mães para conosco, eram iguais aos da prima, da comadre, da vizinhança toda, também os mesmos valores, idênticos princípios ensinados à toda molecada.
 Problemas de hoje, conhecemos bem, as crianças sofrerem consequências de separações, de internatos em creches repletas de outras crianças, de babás despreparadas, ocasionando pouca socialização das crianças, em prejuizo da sua formação e base educacional.
Tão importante quanto, está o ensino dos seus direitos e  deveres, como pessoas.
 Mais ou menos assim são educadas nossas crianças, e, por isso, crescem as possibilidades de se tornarem adultos descompromissados com o "Ser", visualizando unicamente o "Ter".
Lamentável!
 E a vida vai passando, passando rápido, e nos levando junto...
e, como uma folha seca levada pelo vento, ...somos nós levados pela vida,
 e vamos...  vamos indo... para onde a ela quiser nos levar...
Quanta aceitação a nossa!!!



3 comentários:

Luis disse...

Minha Querida Celle,
Estive fora e quando voltei deparei com estes seus pensamentos tão oportunos e tão reais. Bem Haja por os ter postado! A Juventude está descomprometida com o Bem só tem Direitos esquecendo-se dos Deveres que devia seguir! Mas a culpa não é dela mas das familias que a não formam nos princípios base de uma Cidadania Sã!
Que tenha tido uma Páscoa Feliz na companhia dos Seus e um beijinho muito amigo.

A. João Soares disse...

Amiga Celle

Este post é de grande interesse e elevado nível e muito dignifica este blogue. Parabéns Amiga Celle.

O texto alia o plano teórico ao prático das relações entre pessoas e instituições, incluindo os aspectos familiares.

Nos casos concretos, aceitar ou reagir é um dilema que deve resolver-se de forma correcta, através do melhor entendimento.

Nas relações entre as pessoas, deve seguir-se a norma. Respeitar os outros como se queremos ser respeitados, não fazer aos outros o que não queremos que nos façam.
Aceitar, tolerar, ilimitadamente acaba por ser uma atitude patológica, de masoquismo com foros de martírio suportado voluntariamente.

A fim de contribuirmos para um relacionamento social saudável devemos compreender os outros, as instituições, mas exigirmos respeito por nós próprios, pelos nossos direitos e não permitir que alguém abuse do seu poder.
Isto conduz-nos ao acto de reclamar.

Reclamar serenamente, mas com a intensidade e consistência adequadas de modo a impedir a continuação e a repetição dos actos lesivos dos nossos direitos.

Reclamar ou criticar deve ter sempre como finalidade contribuir para se dê o melhor rumo aos assuntos em questão. Toda a crítica deve conter, mesmo que apenas implicitamente, uma sugestão.

Por vezes, comete-se o erro de aceitar continuadamente até ficarmos com o saco cheio e depois, sob o efeito da ira, reclamar sem racionalidade, sem proporcionalidade com o motivo da ocasião e tal excesso acaba por fazer perder a razão ao reclamante.

Há, por isso, que reclamar atempadamente com a serena força da razão e exigir que o respeito mútuo seja restabelecido ou nem sequer chegue a ser quebrado.

E se reclamar é considerado um direito, tem que passar também a ser tido como um dever, porque tal atitude contribui para o melhor relacionamento na sociedade e para a mais equitativa justiça social. Mão compete ao homem perdoar ou castigar mas apenas compreender e exigir que se cumpra a norma referida no início desta reflexão.

Beijos
João
Do Miradouro

Celle disse...

Luis e joão, caros amigos.
Concluindo esse delicado assunto, mesmos indignados devemos utilizar e aplicar as nossas normas de relacionamento,o respeito principalmente, baseadas na "filosofia moral" ou "teorias éticas",como alguns dizem, cujas normas e padrões se aplicam em situações- problemas.
Agradecida pelos comentários lhes desejo um feliz final de tarde.
Celle