08/04/2011

PS a olhar para o umbigo


Não há rosas sem espinhos e tudo tem aspectos melhores e piores, como ressalta da notícia Ordem para calar críticas ao líder de que aconselho a leitura para melhor se compreenderem as reflexões que se seguem.

Uma instituição, um grupo, seja desportivo ou político, deve ter espírito de equipa, tendo em mira um objectivo. Isso é importante. O PS não quer ser como o PSD que, desde que deixou de governar, já escolheu e apeou quase meia dúzia de líderes. Mas levar essa preocupação ao extremo de calar todas as críticas, mesmo que positivas com propostas construtivas e inovadoras, já não parece um gesto racional de preparação do futuro do partido.

O culto da personalidade não dá resultados perpétuos, como se viu, por exemplo, com Mao Tse Tung, apesar da táctica da «Grande Marcha» e do seu livrinho vermelho. Por outro lado, a unanimidade nem sempre é garantia de boas decisões, como se viu na votação da lei do financiamento dos partidos e na da lei da rolha.

Mas isso é um problema interno que eles terão que resolver. Porém, a notícia apresenta um aspecto lastimável que é o de evidenciar que o PS não está a olhar pela positiva para um objectivo essencial, o de apresentar ao País propostas para desenvolver Portugal de forma a cá poderem viver com prosperidade as crianças que hoje dão os primeiros passos, sem terem de ir realizar a sua vida no estrangeiro.

Em vez de objectivo nacional, circunscrevem-se a objectivo partidário de ganhar o campeonato a olhar para as canelas do adversário, a passar-lhe rasteiras. É a pura luta pelo poder para continuar a distribuir empregos (melhor dizendo, salários e mordomias) aos amigos, em prejuízo dos contribuintes.

É deprimente ver a principal preocupação do PS ser colocar «todos os notáveis a falar a uma só voz nas críticas ao principal partido da oposição». Para um independente, apartidário, esta intenção é anti-patriótica, porque ignora, subalterniza, o interesse nacional, o País dos portugueses.

Felizmente, para Portugal e para o PS, surgem algumas (embora poucas) vozes de pessoas que recusam ser ovelhas abúlicas, como José Luís Carneiro, presidente da Câmara de Baião, que disse que "afrontar o PSD poderá dificultar inevitáveis negociações futuras, independentemente de quem sair vencedor das próximas legislativas", e se manifestou favorável à demissão de José Sócrates da liderança do partido em caso de derrota nas legislativas. "Se fosse eu, era o que faria. No entanto, estamos na luta com o claro objectivo de fazer com que ele volte a vencer".

Imagem do Google

1 comentário:

Luis disse...

Caríssimo Amigo João,
Muito oportuno este post que revela bem a histeria por que passa o PS. Como bem dizes o culto da personalidade revela por um lado o total desrespeito pelo povo e por outro permite a criação de ditaduras! O PS está caindo cada vez mais e com isso a democracia que dizem defender. Queira Deus que o povo não caia na esparrela e siga o que Campos e Cunha defende: "Estamos a viver um filme de terror em que o drácula culpa a vítima" e nesse sentido deixa um alerta aos portugueses: "tudo isto tem um rosto e um primeiro responsável. Lembrem-se disto no dia do voto e não faltem, nem que seja para votar em branco"!
O PS está a criar aquela situação do jogador que ao perder na próxima jogada põe a parada no dobro para ver se se equilibra mas com isso cada vez perde mais... Desejo que tal aconteça para bem de Portugal, pois o momento não é de confrontações mas antes de grandes convergências!
Parabéns pelo post e um grande abraço amigo e solidário.