29/10/2010

A Austeridade e as pessoas


Transcrição de artigo de interesse pelo alerta e os conselhos que transmite:


ISABEL STILWELL | EDITORIAL DESTAK 28 | 10 | 2010


O dinheiro faz falta. O dinheiro vai fazer-nos muita falta no próximo ano. Mas aprender a viver com menos, desde que esse menos seja digno, não é necessariamente mau. A verdade é que valorizamos mais as coisas quando são bens escassos, e fazer omoletes sem ovos até nos pode obrigar a ser mais criativos e a alocar recursos com mais inteligência.

Por tudo isso, não são orçamentos mais apertados que me metem medo, mas sim a irracionalidade e a falta de visão que alguns cortes revelam, a falta de carácter e a incompetência que as dificuldades deixam mais evidente, porque como disse um político britânico há dias, «Quando a maré baixa deixa ver quem nada sem fato de banho». De facto, quando há dinheiro, a desorganização interna do Estado, das empresas, e mesmo a das famílias, passa despercebida.

Mas, no dia em que é preciso definir prioridades, decidir qual é, afinal, o negócio principal da empresa, ou os valores que regem uma família, fica claro que os elementos daquela equipa, que aparentemente trabalhavam por um objectivo comum, têm afinal “agendas” muito particulares. E se não houver a capacidade de traçar um plano claro, e de consenso, a estrutura que parecia tão sólida vai partir-se aos bocadinhos, para não deixar nada. Nessa altura, vão culpar os bancos, as bolsas, o político do dia, mas a verdade é que a culpa é interna, é só delas.

E é esse o lado mais sinistro da crise que vivemos e aquele que, de um dia para o outro, nos pode deixar sem chão, realmente perdidos. E é contra este perigo que devemos lutar. Até porque a instabilidade que a mudança provoca, a incerteza que deixa, torna o clima emocional explosivo. Mais do que nunca é preciso que as relações sejam leais, que os amuos e os rancores fiquem no quarto de brinquedos, e que as injustiças dos actos e das palavras não sirvam de rastilho. Essa é a crise que me assusta.

Imagem da Net

2 comentários:

Luis disse...

Caríssimo João,
Belo e oportuno post que reflete bastante a nossa maneira de pensar e expressa bem uma nova filosofia de vida que devia ser seguida por todos nós. Deixem-se as vaidades para trás e olhe-se em frente uma vida mais saudável!!!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Esta filosofia de vida nada tem de inovador. Já Cristo dava conselhos semelhantes. Amai os outros como a vós mesmos, Fazei render a moeda que tendes. A gestão dos nossos recursos, morais, espirituais, materiais, financeiros, deve merecer muito cuidado, para não desperdiçar mas retirar deles melhor vantagem, numa boa filosofia de vida com boas escolhas de alternativas, de oportunidades.

Um abraço
João
Saúde e Alimentação