15/01/2009

Trabalho ou prazer?

Depois do post «o coveiro e o covil» em que se via que um assessor pode ser ignorante, enquanto um coveiro, que ganha um oitavo (oito vezes menos!) do vencimento daquele, tem que possuir conhecimentos variados e profundos, quase ao nível de várias licenciaturas(!), recebi agora por e-mail este caso:

O Presidente de certa empresa, casado há 25 anos, está com uma grande dúvida: fazer amor com a própria mulher, depois de tanto tempo de casamento, é trabalho ou prazer?

Na dúvida, ligou ao Director-Geral e perguntou. Por sua vez, o Director ligou ao Sub-Director e fez a mesma pergunta. O Sub-Director ligou ao Gerente e fez a mesma pergunta. E assim se seguiu a corrente de ligações até que a pergunta chegou ao Sector Jurídico e o Advogado perguntou, como é normal, ao Estagiário que estava todo atarefado a fazer mil coisas ao mesmo
tempo:

- Rapaz, quando o Presidente da Empresa faz amor com a mulher dele é trabalho ou prazer? - É prazer, Doutor ! - respondeu prontamente o estagiário. - Como é que você pode responder a isso com tanta segurança e rapidez??

*-... se fosse trabalho, já me tinham mandado a mim!*

9 comentários:

Mariazita disse...

Querido amigo João
Esta é o que se chama "de primeira apanha" - ou chamava-se, nos bons velhos tempos...
É o tipo de piada de que mais gosto - aquele que envolve uma certa ironia, ao mesmo tempo que vai metendo o dedinho na ferida.
Muito bom!

Beijinhos
Mariazita

A. João Soares disse...

Querida Mariazita,
Nestes problemas sociais, nãpo podemos deixar as coisas nebulosas e, por isso, vou explicar a ideia que me levou a publicar esta mensagem de e-mail.
Uns ganham o dinheiro (caso do assessor), e outros têm que ser competentes e trabalhar a sério para ficarem apenas com o salário mínimo (caso do coveiro).
Se é prazer é para os que comem, se é trabalho é para os que apenas cheiram (termos de um presidente da Câmara de Penalva do Castelo, distrito de Viseu).
Nos tempos do colonialismo, havia a frase «trabalho é para preto». Nesta anedota, é para o estagiário.
Abraço
João

Unknown disse...

Caro amigo João,
esta dá para rir sem conseguir parar.
O estagiário tem toda a razão, se fosse trabalho seria enviado para ele!

Beijinhos,
Ana Martins

Daniel Costa disse...

João Soares

Sorri com com vontade, essa é bem apanhada!...
Abraço,
Daniel

A. João Soares disse...

Cara Ana Maria e caro Daniel,
Também achei graça à forma como o autor arranjou uma história interessante para chegar à conclusão que é real. E, como gosto de relacionar assuntos com algo de comum, saltou-me da gaveta o caso do assessor e do coveiro que também prova que o trabalho é para os mais mal pagos. Ironias da realidade!
Abraços
João

Fenix disse...

Bofetada de luva branca!
Ironizando è, às vezes, rindo-nos de nós próprios, como fez o Estagiário, é a melhor forma de reclamar das injustiças!

Muito bem!
Gostei!
Fez-me sorrir de solidariedade com os "Estagiários" de todas as actividades.

Abraço
Fenix

A. João Soares disse...

O post vale pela reposta do estagiário. Aproveitou a oportunidade de mostrar a sua condição de trabalhar em oposição ao prazer.
Passei por situações de «britador de pedra», em que o papel final levava a assinatura do chefe. Numa ocasião, em Abril de 1975, o chefe foi substituído por um que não conhecíamos nem ele nos conhecia. Fiz um estudo para responder a um pedido e quando levei o ofício a despacho, o chefe sem grande clareza, não gostou e achou que seria melhor dar ao texto uma outra forma que não definiu. Depois de introduzir pequenas alterações, mandei dactilografar novamente. Ainda não gostou. Depois de outra tentativa derrotada, mandei passar a limpo a primeira versão, levei a despacho e assinou sem hesitação.
Conclusão: quis mostrar a sua autoridade, sem saber mais nem melhor do que eu. Tinha prazer em dar trabalho!!!
Melhorei o meu conhecimento das pessoas.
Beijos
A. João Soares

Adelaide disse...

Como diz a querida Ana Martnis, esta é para rir sem parar. Eu ri um bom bocado. Depois de ler o comentário do amigo João, lembrei-me dum diálogo que ouvi entre duas boas cabeças cujos nomes só me lembro de um e que adorei ouvir - Fernando Dacosta. Disse tantas verdades sobre os nossos governantes que, segundo ele têm muitos cursos e nenhum miolo na cabeça. Precisavamos de um D. Dinis, de um Agostinho da Silva e outros que esqueci para salvarem o nosso Portugal.
Esta anedota mostra-nos como ninguém teve a resposta do estagiário, um simples estagiário mas com valor.
Preocupa-me mto estarmos a viver uma crise a nível mundial. Como irá tudo isto acabar? Uma 3ª guerra mundial? Já isto me atravessou os meus pensamentos.

A. João Soares disse...

Cara Mara,
Uma cabecinha pensadora! O meu dedo adivinho diz-me que não haverá guerra mundial, nos próxinos anos. Ou melhor, as guerras agora são diferentes e estmos numa, chamada crise financeira mundial. Assumindo uma ousada liberdade de pensamento, ninguém quer guerras e os militares são uma espécie em vias de extinção. Estão a evoluir para um estilo futebolístico, profisionais, voluntários sem amor à camisola, usados para espectáculos e manifestações de força e para um mercenarismo por conta do Estado. Ninguém hoje toleraria a destruição de uma grande cidade por meios militares. Isso além de não resolver qualquer problema, ficaria caro, em meios e vidas. Também as relações internacionais através da internet e da espionagem por satélites, torna inúteis os serviços secretos. O mundo está uma aldeia pequena em que há amigos por todos os lados.
No entanto, mantém-se um inimigo real e poderoso, que é o complexo industrial de meios de defesa. Os fabricantes de armamento, na sua ânsia de lucros, são imprevisíveis. Mas haja esperança!
Beijos
A. João Soares