24/01/2009

DEVANEIOS!




Não, não me olhes com o descaso e censura
Que já não consegues omitir,
Deixa-me permanecer assim em clausura
Na certeza de não me iludir!

Eu sei, que as loucuras onde me deleitei
São agora marcos irreversíveis em minha vida,
Que cada passo errado que dei
Me levou a este estado decrépito de sida!

Eu sei, que não soube sorver o meu tempo,
Que a luz de outrora é agora o tormento
Da insensatez a que me fui permitindo...

Mas deixa-me perecer aqui, em paz enfim
Com o desprezo que já não doí nem pesa em mim,
Tão longe de ti... E tão perto do fim que já sinto!

Ana Martins

6 comentários:

Fenix disse...

Amiga Ana Martins,

Bonito e tristemente real.
Muito bem escrito..., como sempre!
Cheio de sentimento e com a forma perfeita de um soneto..., "duas quadras e dois tercetos e o último terceto encerra a chave do soneto"..., tal como aprendi na disciplina de Português há muitos anos atrás.

Beijinhos
Bom fim de semana
Fenix

Sonia Schmorantz disse...

Sem comentários...
Um lindo final de semana para ti.
beijo

EDUARDO POISL disse...

Existe um lugar onde
todos os sonhos se realizam
a Felicidade é constante
e o sentimento maior é o Amor
este lugar é o seu Coração...
Procure nele e você
encontrará as respostas pra tudo.
Bom final de semana

A. João Soares disse...

A vida de hoje é o resultado daquilo que fizemos e pensámos ontem, salvo pequenos acasos imprevistos. Um bom soneto contendo uma imagem real da sociedade actual.
Parabéns pela sua sensibilidade e a arte de expressão em poesia.
Um abraço
A. João Soares

Mariazita disse...

Querida amiga e colega Ana
Um soneto perfeito para definir uma situação lamentável.
Parabéns pelo teu trabalho.

É tão triste ver chegar o fim nestas circunstâncias!
Para quem parte e para quem assiste à partida.

É uma realidade muito (demasiado) frequente.
E o mais angustiante é não haver um fim à vista...

Boa noite e bom domingo.

Beijinhos
Mariazita

Daniel Costa disse...

Ana Martins

A praga moderna da SIDA, merece muita atenção, é um mal transversal a muitas famílias. A tua sensibilidade poética é mais uma gota de água, que vai adensando o rio de boas vontades, para irradicar definitivamente o mal.
Bj
Daniel